Fim de festa

Na Quarta-Feira de Cinzas, o Carnaval dá espaço ao bumba meu boi

Encerrado o reinado de Momo, os pandeirões começaram a ecoar na Madre Deus com o Boi de Cinzas; bloco Os Arrependidos teve espaço no Goiabal

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
Boi de Cinzas já se tornou uma tradição na Madre Deus
Boi de Cinzas já se tornou uma tradição na Madre Deus

SÃO LUÍS - Nem bem acabou o Carnaval e Rei Momo já entregou as chaves da cidade a São João. Em São Luís, a Quarta-feira de Cinzas foi dedicada à festa popular mais característica do Maranhão, o bumba meu boi. O Boi de Cinzas reuniu centenas de pessoas no tradicional cortejo pelas ruas do centro da capital. Quem também aproveitou a quarta-feira para cair na folia foram Os Arrependidos, bloco que reúne quem tem histórias de Carnaval que prefere esquecer.

Há 14 anos o Boi de Cinzas reúne boieiros da capital para esquentar seus pandeirões e matracas no último dia de Carnaval e este ano não foi diferente. Mais de 300 pessoas saíram em cortejo pelas ruas da Madre Deus cantando toadas, batendo matracas e afinando seus pandeirões para o São João deste ano.

A brincadeira começou no Domingo de Carnaval de 2003, quando José Raimundo Fontes, o Zé Pretinho, um dos organizadores do Boi de Cinzas, decidiu chamar os amigos que assim como são fãs do bumba meu boi. A partir daí, toda Quarta-Feira de Cinzas eles reúnem suas matracas e pandeirões e fazem a festa. “O Boi de Cinzas nasce e morre no mesmo dia, reunindo os boeiros do bairro”, afirma.

O Boi de Cinzas se concentra sempre às Quartas-Feiras de Cinzas no Largo do Caroçudo, a partir das 7h. De lá, os brincantes seguem pelas ruas do bairro, passando por pontos como Beco do Gavião, Rua do Norte, Vila Gracinha, Vila Bessa, Codozinho, Lira, Goiabal e retorna para a Madre Deus.

[e-s001]Arrependimento
Na contramão do descanso que sugere a Quarta-Feira de Cinzas, o bloco Os Arrependidos, do Goiabal, também fez a festa durante a manhã de ontem, quando integrantes e simpatizantes se reuniram na Praça do Goiabal, ponto de concentração da brincadeira, a partir das 10h.

Cerca de mil integrantes compõem o bloco, que desde 1984 repete a façanha de desfilar em plena Quarta-Feira de Cinzas. Fundado por antigos comerciantes do bairro, a intenção do bloco é reunir os arrependidos dos excessos do Carnaval para se redimir na folia.

“Folião que é folião paga os pecados do Carnaval no meio da folia. Além disso, a manhã da Quarta-Feira de Cinzas ainda é tempo de festa”, comentou João Pinho, o Bil Maravilha, um dos organizadores do bloco.
Caldo de feijão e vinho são servidos à vontade para garantir o pique dos foliões que descem pelas ruas da Madre Deus e do Goiabal, além das ruas do Norte, Largo do Caroçudo, Praça da Saudade, retornando ao ponto de concentração para encerrar a festa, que não tinha hora para acabar.

SAIBA MAIS

QUARTA-FEIRA DE CINZAS
A data marca o fim do Carnaval, festa pagã, e o início da Quaresma, período em que os cristãos se preparam para a Páscoa. Nesse dia, a Igreja Católica realiza a Missa de Cinzas. Na celebração, de acordo com a Enciclopédia Católica, as cinzas provenientes da queima dos ramos do Domingo de Ramos do ano anterior são misturadas à água benta para que o celebrante faça o sinal da cruz nos fiéis. Tem este nome devido à queima dos ramos no Domingo de Ramos do ano anterior, cujas cinzas são usadas para benzer os fiéis no início da Quaresma, que acontece nesse dia.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.