MARANHÃO - O governador Flávio Dino (PCdoB) utilizou ontem duas aeronaves, um turbo-hélice [King Air] e um helicóptero, para se deslocar aos municípios de Codó e Coroatá. Acompanhado de assessores, o comunista cumpriu agenda nos municípios, e depois retornou para a capital.
O deslocamento do governador ao interior do estado acabou provocando duas despesas aos cofres públicos, uma vez que duas aeronaves foram utilizadas.
Para utilizar o turbo-hélice, o Governo do Estado precisa desembolsar o equivalente a R$ 36,50 por quilômetro percorrido, segundo estimativa de preço apontada em edital de licitação.
Já com o helicóptero, utilizado pelo GTA, há gastos com combustível, manutenção e diária aos policiais militares que trabalham no veículo.
Na viagem de ontem, Flávio Dino utilizou primeiro o King Air, e pousou no aeroporto FC, no município Codó, onde foi recebido pelo prefeito Francisco Nagib (PDT).
De lá, ele seguiu para o município de Coroatá num helicóptero.
Licitação – O Governo do Estado marcou para o dia 24 deste mês, próxima sexta-feira. No edital da licitação, a estimativa de gasto apontada é de R$ 7,7 milhões para 2017.
Ao todo, serão até R$ 5,2 milhões para o aluguel de um jatinho particular – a R$ 10,3 mil a hora/voo – e até R$ 2,4 milhões para o aluguel de um turbo-hélice – a R$ 36,50 o quilômetro percorrido.
Para efeito de comparação, a estimativa de gastos do Governo com esse tipo de serviço para este ano, superior à marca de R$ 1 milhão do que foi efetivamente gasto em 2016.
No ano passado, Flávio Dino utilizou R$ 6,8 milhões dos cofres públicos para pagar a Heringer Taxi Aéreo pelo aluguel de duas aeronaves com as mesmas características. O valor de 2016, por sua vez, foi mais do que o dobro do que fora gasto em 2015 com o mesmo serviço.
Um detalhe interessante em relação ao tema, diz respeito à incoerência do governador Flávio Dino sobre o aluguel de aeronaves. Em 2013, quando ainda atuava na oposição em busca do seu primeiro mandato, o comunista condenou o aluguel de aeronaves pelo Executivo Estadual.
“Com os vários helicópteros e aviões alugados pelo Governo do Maranhão, daria para propiciar um transporte eficiente e digno para pacientes graves que atualmente sofrem com ambulâncias nas estradas maranhenses. E melhorar a segurança pública em todas as regiões do estado. Mas a oligarquia prefere o uso eleitoreiro. Ilegal e imoral”, disse.
Flávio Dino, agora no Poder, gasta milhões com o mesmo tipo de transporte.
Outro lado
Governo diz que rota atendeu regras de segurança
A Secretaria de Comunicação e Assuntos Políticos (Secap), informou, em nota, que os deslocamentos de ontem consideraram a inexistência de pistas habilitadas para pouso de avião em algumas cidades, bem como a segurança pessoal da comitiva. “As viagens são pagas por contrato com empresa especializada que oferece serviço continuado de fretamento”, disse a nota.
Flávio Dino gastou R$ 2,5 milhões em 23 dias com táxi aéreo em 2016
No ano passado, em meio à crise instalada no país em decorrência do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), o governador Flávio Dino (PCdoB) gastou, com a Heringer Táxi Aéreo, em constantes viagens para Brasília, o montante de R$ 2,5 milhões.
O valor foi repassado à empresa em apenas 23 dias, justamente no auge do processo contra a presidente, que acabou retirada do Poder.
Só no jatinho da empresa, fazendo o trajeto São Luís-Brasília-São Luís, foram 13 viagens desde o início do ano, segundo publicação da Coluna Esplanada, do UOL.
A série de pagamentos inicia-se no dia 31 de março, quando começou a se afunilar o processo de impeachment da petista na Câmara. Nesta data foram pagos R$ 525.751,73. Um dia depois, mais R$ 442.380,60.
Entre o dia 11 de abril e o dia 22 – justamente a semana decisiva do impedimento -, os maiores volumes, assim distribuídos: dia 11 de abril, foram R$ 859.837,76; dia 15 de abril – R$ 663.956,56 e dia 22 de abril - R$ 75.536,24.
Na época, o Governo do Estado utilizou a justificativa de que o gasto ocorreu em agenda institucional.
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