Mais voo

Flávio Dino utiliza jatinho e helicóptero numa mesma viagem

Passeio do governador acabou provocando duas despesas aos cofres públicos num tipo de transporte criticado por ele no início de sua gestão

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41

MARANHÃO - O governador Flávio Dino (PCdoB) utilizou ontem duas aeronaves, um turbo-hélice [King Air] e um helicóptero, para se deslocar aos municípios de Codó e Coroatá. Acompanhado de assessores, o comunista cumpriu agenda nos municípios, e depois retornou para a capital.

O deslocamento do governador ao interior do estado acabou provocando duas despesas aos cofres públicos, uma vez que duas aeronaves foram utilizadas.

Flávio Dino desembarcou ás 8h30 de um avião, em Codó....
Flávio Dino desembarcou ás 8h30 de um avião, em Codó....

Para utilizar o turbo-hélice, o Governo do Estado precisa desembolsar o equivalente a R$ 36,50 por quilômetro percorrido, segundo estimativa de preço apontada em edital de licitação.

...E reem,barcou em um helicóptero poucos minutos depois, rumo a Coroatá
...E reem,barcou em um helicóptero poucos minutos depois, rumo a Coroatá

Já com o helicóptero, utilizado pelo GTA, há gastos com combustível, manutenção e diária aos policiais militares que trabalham no veículo.

Na viagem de ontem, Flávio Dino utilizou primeiro o King Air, e pousou no aeroporto FC, no município Codó, onde foi recebido pelo prefeito Francisco Nagib (PDT).

De lá, ele seguiu para o município de Coroatá num helicóptero.

Licitação – O Governo do Estado marcou para o dia 24 deste mês, próxima sexta-feira. No edital da licitação, a estimativa de gasto apontada é de R$ 7,7 milhões para 2017.

Ao todo, serão até R$ 5,2 milhões para o aluguel de um jatinho particular – a R$ 10,3 mil a hora/voo – e até R$ 2,4 milhões para o aluguel de um turbo-hélice – a R$ 36,50 o quilômetro percorrido.

Para efeito de comparação, a estimativa de gastos do Governo com esse tipo de serviço para este ano, superior à marca de R$ 1 milhão do que foi efetivamente gasto em 2016.

No ano passado, Flávio Dino utilizou R$ 6,8 milhões dos cofres públicos para pagar a Heringer Taxi Aéreo pelo aluguel de duas aeronaves com as mesmas características. O valor de 2016, por sua vez, foi mais do que o dobro do que fora gasto em 2015 com o mesmo serviço.

Um detalhe interessante em relação ao tema, diz respeito à incoerência do governador Flávio Dino sobre o aluguel de aeronaves. Em 2013, quando ainda atuava na oposição em busca do seu primeiro mandato, o comunista condenou o aluguel de aeronaves pelo Executivo Estadual.

“Com os vários helicópteros e aviões alugados pelo Governo do Maranhão, daria para propiciar um transporte eficiente e digno para pacientes graves que atualmente sofrem com ambulâncias nas estradas maranhenses. E melhorar a segurança pública em todas as regiões do estado. Mas a oligarquia prefere o uso eleitoreiro. Ilegal e imoral”, disse.

Flávio Dino, agora no Poder, gasta milhões com o mesmo tipo de transporte.

Outro lado

Governo diz que rota atendeu regras de segurança

A Secretaria de Comunicação e Assuntos Políticos (Secap), informou, em nota, que os deslocamentos de ontem consideraram a inexistência de pistas habilitadas para pouso de avião em algumas cidades, bem como a segurança pessoal da comitiva. “As viagens são pagas por contrato com empresa especializada que oferece serviço continuado de fretamento”, disse a nota.

Flávio Dino gastou R$ 2,5 milhões em 23 dias com táxi aéreo em 2016

No ano passado, em meio à crise instalada no país em decorrência do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), o governador Flávio Dino (PCdoB) gastou, com a Heringer Táxi Aéreo, em constantes viagens para Brasília, o montante de R$ 2,5 milhões.

O valor foi repassado à empresa em apenas 23 dias, justamente no auge do processo contra a presidente, que acabou retirada do Poder.

Só no jatinho da empresa, fazendo o trajeto São Luís-Brasília-São Luís, foram 13 viagens desde o início do ano, segundo publicação da Coluna Esplanada, do UOL.

A série de pagamentos inicia-se no dia 31 de março, quando começou a se afunilar o processo de impeachment da petista na Câmara. Nesta data foram pagos R$ 525.751,73. Um dia depois, mais R$ 442.380,60.

Entre o dia 11 de abril e o dia 22 – justamente a semana decisiva do impedimento -, os maiores volumes, assim distribuídos: dia 11 de abril, foram R$ 859.837,76; dia 15 de abril – R$ 663.956,56 e dia 22 de abril - R$ 75.536,24.

Na época, o Governo do Estado utilizou a justificativa de que o gasto ocorreu em agenda institucional.

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