Responsável pela separação das facções em Pedrinhas diz que medida é "imprescindível"
Em 2014, o major Alessandro Frankie assumiu o comando do Complexo Penitenciário de Pedrinhas e implementou a medida para conter crise prisional
SÃO LUÍS - Para o major Alessandro Frankie, da Polícia Militar da Paraíba, a separação das facções dentro dos presídios é "imprescindível". Ele foi um dos responsáveis por uma das primeiras ações de separação de presos por grupos criminosos, no Maranhão.
Em setembro de 2014, ele assumiu o comando do Complexo Penitenciário de Pedrinhas e implementou a medida como uma das principais para conter a crise prisional. "Separar as facções é imprescindível. Facções rivais que dividem o mesmo presídio é sinal de que os presos não dormirão, estarão sempre armados, tentando fugas para não morrer. É desumano o Estado, por orgulho, não separar". conta em entrevista ao Uol. Ele também disse, ainda, que é indispensável criação de unidades neutras para detentos que não são envolvidos com facções.
O major contou que morou no complexo por 2 meses e que fazia o monitoramento presos e também dos agentes penitenciários. Para Frankie, os grupos criminosos cresceram no país."Se o Estado não cumpre seu papel, um 'poder' paralelo assumirá o comando".
Líderes
Os líderes das principais facções que dominam o Maranhão apoiam a separação dos grupos criminosos dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Reportagem publicada em janeiro mostrou que cada facção fica em uma extremidade do Complexo de Pedrinhas: duas para o PCC, uma para o CV, uma para o COM e o B40 ocupa uma outra unidade. Apenas o Presídio Regional de São Luís reúne integrantes das quatro facções.
De acordo com levantamento divulgado pela DW Brasil, o Maranhão é dominado por pelo menos nove facções criminosas. A entidade enumerou as facções citadas em relatórios de comissões parlamentares de inquérito (CPIs) e em mapeamentos mais recentes divulgados por estudiosos do tema, com base em cruzamentos de dados dos serviços de inteligência da Polícia Federal e secretarias de segurança pública estaduais. De acordo com essas informações, pelo menos nove das 83 organizações de presos que existem no Brasil atuam no Maranhão.
Muitas facções usam siglas de identificação. Nem todas possuem uma hierarquia organizada, e muitas são passageiras, pequenas e desorganizadas. Estas são as conhecidas no estado:
1) PCC - Primeiro Comando da Capital
2) CV -Comando Vermelho
3) PCM - Primeiro Comando do Maranhão
4) Bondinho da Ilha
5) Primeiro Grupo do Estreito
6) B40 - Bonde dos 40
7) ADM - Anjos da Morte
8) COM - Comando Organizado do Maranhão
9) Bonde dos 300
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