Investigação

Polícia aguarda laudos para esclarecer morte de jovem

Vítima caiu do último andar de uma estrutura de ferro conhecida como esqueleto, no retorno da Cohama; o local, mesmo em uma área particular, é usado por adolescentes e jovens em reuniões que eles chamam de resenha

Ismael Araujo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Estrutura de ferro de um prédio no retorno da Cohama de onde Rafaella Cristina dos Santos (detalhe) caiu
Estrutura de ferro de um prédio no retorno da Cohama de onde Rafaella Cristina dos Santos (detalhe) caiu (Polícia aguarda laudos para esclarecer morte de jovem )

SÃO LUÍS - A polícia ainda ontem aguardava o resultado de exames periciais do Instituto de Criminalística (Icrim) para identificar a causa da morte de Rafaella Cristina Viana dos Santos, de 18 anos. Há possibilidade de ter sido de forma acidental. A jovem caiu do último andar de uma estrutura de ferro, conhecida como esqueleto, de propriedade privada, localizada no bairro Cohama. O fato ocorreu na noite de terça-feira, 7, e ela morreu no local. A estrutura de ferro é usada por jovens e adolescentes para reuniões denominadas resenhas.

O caso está sendo investigado pela equipe da Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP). O delegado Lúcio Rogério, do Departamento de Homicídios da SHPP, informou que o delegado plantonista Arthur Benanzzi esteve no local do fato e constatou por meio de testemunhas que estava ocorrendo uma festa de aniversário no local, mas a vítima não estaria participando do evento, já que faria parte de outro grupo. “Esse é um local muito perigoso e não tem nenhuma iluminação, mas mesmo assim é frequentado diariamente”, declarou o delegado.

Ainda segundo Lúcio Rogério, em determinado momento a jovem teria escorregado nas proximidades de um buraco e caiu do último andar do esqueleto, de uma altura de aproximadamente 20 metros.

Durante a queda, a jovem bateu nas estruturas de ferro e acabou sofrendo várias fraturas, que ocasionaram a sua morte. O corpo da vítima foi removido para o Instituto Médico Legal (IML) para a autópsia. Além do exame cadavérico, o delegado também solicitou o toxicológico.

Lucio Rogério declarou que ainda na noite de terça-feira foi feito pelos peritos do Icrim o levantamento pericial no local e durante a madrugada de ontem quatro testemunhas foram ouvidas na sede da SHPP. “Estamos esperando o resultado dos exames do Icrim para identificamos a verdadeira causa da morte dessa jovem, mas a priori a queda pode sido acidental”, frisou o delegado.

Rigor
A família da vítima registrou a ocorrência na SHPP. Francisco Santos descartou a hipótese de a filha ter recorrido ao suicídio. Ele chegou a afirmar que Rafaela Cristina não tinha intenção de sair de casa, localizada na área da Cidade Olímpica, na terça-feira. Ele disse que a vítima caiu de costas e que existe a possibilidade de ter sido um acidente ou até mesmo de ter sido empurrada por alguma pessoa. “A minha filha não se jogou daquele prédio, já que ela caiu de costas”, desabafou o pai da vítima.

Ele também declarou que somente o trabalho da polícia vai identificar a verdadeira causa da morte da sua filha e chegou a pedir rigor no trabalho investigativo. Francisco Santos disse que a vítima era uma pessoa muito alegre, amada e até fazia parte de uma torcida organizada de um time de futebol maranhense.

O corpo da jovem foi velado na residência de seus pais e sepultado na tarde de ontem em um cemitério na Região Metropolitana de São Luís, com a presença de amigos e parentes.

Outro caso
No dia 19 de abril de 2014, Ismael Alves, de 20 anos, morreu após cair dessa estrutura de ferro. Ele estava acompanhado de quatro amigos. De acordo com informações da polícia na época, o grupo estaria voltando da praia e teria ido ao prédio para registrar fotos de São Luís.

A vítima, ao tentar passar de um patamar para outro, acabou escorregando e caiu do quarto andar. O corpo se debateu nas estruturas de ferro e ele morreu no local. Os socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros estiveram no local e removeram o corpo para o IML.

Esqueleto
Esse prédio começou a ser construído no fim da década de 90, mas como não teve a obra concluída está se desgastando com o tempo. No momento, o local, cercado por um matagal, serve para encontro de jovens e ali são encontrados fezes, peças íntimas femininas. O térreo está servindo de moradia para uma família.

O Corpo de Bombeiros informou que o local chegou a ser interditado, mas pouco tempo depois passou a ser usado para treinamentos e prática de esportes de altura, como o rapel e até mesmo por motoqueiros.

Essa estrutura de ferro também conta com a presença diária de adolescentes e jovens, que costumam realizar festinhas conhecidas como resenhas, em que há uso de bebida alcoólica, droga e até relação sexual. Josivaldo Montenegro, que mora no térreo com a família, disse que geralmente essas pessoas chegam ao local no começo da noite e realizam atos ilegais.

O comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar, major Fontinelle, explicou que as viaturas da corporação não têm acesso ao local pelo fato de ser privado, a não ser quando ocorre o fato como esse.
Ele disse ainda que até o momento o proprietário da área não registrou nenhuma queixa na polícia denunciando que o espaço esteja sendo violado ou até mesmo usado de forma ilícita. l

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