Mais de 8 mil pessoas foram atendidas pelo Caps AD em SL
Maioria dos dependentes químicos que passaram por tratamento no centro são do Barreto, Cidade Operária, Liberdade e João Paulo; no local, eles participaram de diversas atividades que objetivam a recuperação da saúde e a reinserção na sociedade
SÃO LUÍS - Estima-se que hoje existam mais de 10 mil dependentes químicos, usuários de drogas e álcool em toda a Região Metropolitana de São Luís. O Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) é uma referência no atendimento desse público, atendendo somente no ano passado mais de 8 mil pessoas, a grande maioria oriunda do bairros Barreto, Cidade Operária, Liberdade e João Paulo.
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Conforme as estatísticas do Caps, foram realizados 8.045 atendimentos no ano passado a pessoas com problemas decorrentes do uso de álcool e drogas. Houve um amento de aproximadamente 33% em relação a 2015, quando foram 6.015 atendimentos realizados naquele ano.
Localização
Um dado que chama atenção nas estatísticas é a proveniência das pessoas que são atendidas na unidade de saúde. No ano passado, 950 usuários do Barreto foram atendidos. Dessa localidade veio a maioria dos encaminhamentos para o Caps AD.
Em 2015, o Barreto ficou na terceira posição entre as localidades que mais encaminhou usuários para o Caps AD, com 286 pessoas provenientes daquela região. Naquele ano, o João Paulo foi a região que mais encaminhou usuários, com um total de 289 pacientes.
Já no ano passado, o João Paulo ficou na quarta posição entre as áreas de onde mais foram encaminhados pacientes para a unidade de saúde com 458 pessoas. Apesar disso, em 2016, mais pessoas foram enviadas do bairro, para tratamento na unidade de saúde do que em 2015.
Ainda no ano de 2016, foram provenientes da Cidade Operária 820 pessoas para o atendimento no centro, enquanto da Liberdade foram atendidos 636 pessoas.
Ainda de acordo com as estatísticas, 85% dos pacientes no ano passado foram provenientes da capital maranhense, enquanto os outros 15% vieram dos interiores e dos outros municípios que compõem a região metropolitana (São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar).
Perfil
O balanço do Caps mostra também o perfil das pessoas que foram atendidas na unidade no ano de 2016. No ano passado, 90% delas eram usuárias de crack, 7% eram usuárias de álcool e 3% eram usuárias de outras drogas, como cocaína, maconha e benzodiazepínicos.
Os dados mostram que, do total de atendimentos no ano passado, 25% dos usuários se encontram em recuperação sem fazer uso de substâncias psicoativas. Outros 60% reduziram a quantidade de drogas utilizadas, mas eles apresentam recaídas esporádicas e continuam em tratamento.
SÃO LUÍS - Uma estatística triste e que chama atenção está relacionada com a quantidade de pessoas que abandonaram o atendimento: a taxa é de 15% de abandono ainda durante a primeira semana de tratamento e as pessoas voltam para dependência química do álcool e drogas.
Tratamento
Atualmente, existem 310 usuários em atendimento no CapsAD, onde eles permanecem em média um ano ao longo do seu tratamento. A unidade oferece tratamento diário à população com transtornos decorrentes do abuso e dependência de substâncias psicoativas (álcool e outras drogas), ofertando tratamento dentro das diretrizes determinadas pelo Ministério da Saúde, que tem por base o tratamento do paciente em liberdade, buscando sua reinserção social.
No momento em que chegam ao Caps, os usuários passam pelo aconselhamento, recebem alimentação e higienização além de avaliação psicológica. Os usuários que se dispuserem a se internar e não tiverem familiares na cidade são encaminhados para a Unidade de Acolhimento Transitório/Unidade de Internação (UAT), na Cohab. Se houver condições de fazer o tratamento apenas no CAPS, a família do paciente é contatada para apoiar o tratamento.
“No Caps, eles participam de oficina terapêuticas, fazem pinturas, bijuterias e outros quadros. Eles fazem as atividades de forma que ocupem o seu tempo e mente e contribuam para o processo de ressocialização”, disse Marcelo Costa, diretor do Caps.
Ele afirmou também que a unidade mantém parceria com o Senac e Sesi para que os pacientes façam cursos profissionalizantes que os ajudem a conquistar uma vaga dentro do mercado de trabalho. “O tratamento inteiro não envolve apenas questões médicas. Para continuar, é preciso do apoio da família, da sociedade e do mercado de trabalho”, enfatizou.
Para este ano, o diretor do Caps afirmou que serão intensificadas as operações, realizadas em parceria com a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) para convencer os dependentes químicos moradores de rua a procurarem atendimentos. Além disso, também serão realizadas atividades específicas do centro nos bairros da cidade para levar ao conhecimento da população as ações que são feitas pela unidade de saúde.
Outra vertente a ser trabalhada será com a prevenção. Para isso, será feita a parceria com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) para o trabalho em escolas. “O trabalho será feito principalmente na faixa etária de 11 e 12 anos para evitar a entrada das crianças no mundo das drogas”, disse Marcelo Costa.
Na manhã de ontem, diversos pacientes estavam participando de atividades na sede do Caps AD, localizada no bairro do Monte Castelo. Suamy Leno Castro era um deles e contou que está apreciando os momentos no local. “Estou gostando e aprendendo muito aqui com as atividades. Quero melhorar para trabalhar como vigilante no futuro”, disse.
John Erick Viegas Boas também é um paciente do centro e afirmou que se dirigiu para a unidade para se livrar da dependência. “Cheguei aqui por meio de conselhos e ajuda. A vida que eu tinha antes ficou no passado. Quero mudar a minha situação a partir de agora", diz.
NÚMEROS
Regiões de maior encaminhamento de usuários
Barreto: 950 usuários
Cidade Operária: 820 usuários
Liberdade: 636 usuários
João Paulo: 458 usuários
85% são provenientes da capital
15% são provenientes do interior e dos outros municípios da região metropolitana
Perfil dos usuários atendidos pelo Caps AD em 2016
90% são usuários de crack
7% são usuários de álcool
3% são usuários de outras drogas (cocaína, maconha e benzodiazepínicos)
Tratamento dos usuários
25% dos usuários se encontram em recuperação sem fazer uso de substâncias psicoativas
60% houve a diminuição da quantidade de drogas utilizadas por esses usuários, mas eles apresentam recaídas esporádicas e continuam em tratamento
15% abandonaram o tratamento na primeira semana
Assista o vídeo:
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