SÃO LUÍS - A comunidade da Aurora, em São Luís, negou que tenha estabelecido algum acordo com o Governo do Estado no que diz respeito ao funcionamento de uma unidade da Fundação à Criança e ao Adolescente (Funac). Os moradores reiteraram que qualquer acordo apenas seria estabelecido com a desativação da unidade.

Na quarta-feira, dia 18, os moradores desobstruíram a Rua Frei Hermenegildo, que passa em frente à unidade e estava bloqueada há cerca de duas semanas, desde o momento em que se iniciaram as manifestações. No entanto, a comunidade alega que a decisão foi tomada não por causa de um acordo com o governo.

Não houve nenhum acordo. O Governo do Estado continua com falácias e mentiras. Não é interessante para a comunidade negociar a Funac, mas sim a retirada dela” Mauro Silva, líder comunitário da Aurora

De acordo com Mauro Silva, um dos líderes comunitários, o desbloqueio da via aconteceu em virtude do início do período letivo e também para facilitar a locomoção de pessoas idosas que moram nas proximidades, que estavam sendo prejudicadas com a situação.

“Não houve nenhum acordo. O Governo do Estado continua com falácias e mentiras. Não é interessante para a comunidade negociar a Funac, mas sim a retirada dela”, frisou Mauro Silva. Ele afirmou ainda que nesta segunda-feira, 23, a comunidade está planejando um ato público no centro da cidade, para chamar atenção da sociedade para os problemas da comunidade.

Transferência
No dia 4 deste mês, sete adolescentes foram transferidos para a unidade da Funac na Aurora. A ação aconteceu sob protestos dos moradores que não a querem em funcionamento.

Nos dias seguintes, diversos protestos foram realizados em frente à unidade pelos moradores. Atualmente, a Rua Frei Hermenegildo, que passa em frente ao prédio, foi bloqueada pelas pessoas, impedindo o fluxo de veículos pela via. Os moradores também colocaram faixas pretas nas portas das casas com mensagens de repúdio.

O juiz José dos Santos Costa, titular da 2ª Vara da Infância e Juventude de São Luís, após a sua vistoria na unidade na quarta-feira, dia 11, fez uma série de recomendações com relação à unidade de internação localizada no bairro da Aurora, que está sendo rejeitada pela comunidade do bairro

Entre as recomendações está permanência de uma viatura da Polícia Militar 24 horas, assim como efetivo policial e equipe de servidores; a realização de vistoria do Corpo de Bombeiros em um prazo de 30 dias e a conclusão das reformas na unidade.

O magistrado também solicitou que seja providenciado junto ao Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente a autorização do funcionamento provisório da unidade e um diálogo permanente com os moradores do bairro da Aurora, e também que não sejam realizadas novas transferências de jovens infratores até o cumprimento de todas as outras recomendações.

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