BRASÍLIA - O deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF) apelou para a comoção popular nesta segunda-feira (9), ao lançar sua candidatura à Presidência da Câmara Federal vestindo uma camisa da Chapecoense. A campanha foi lançada na internet, meio de comunicação "mais democrático", segundo o parlamentar, que fez transmissão ao vivo em sua página no Facebook.

Rosso justificou o uso da camisa, afirmando que decidiu usá-la para demonstrar que o país precisa de "união de verdade" e que sua plataforma é por uma Câmara mais forte e independente. Segundo o deputado do PSD, a reforma da Previdência, da forma como ela foi enviada pelo governo de Michel Temer ao Congresso, "não será aprovada".

Na semana passada, Rosso fez um desafio público ao candidato à reeleição e atual presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que sejam realizados debates nos meios de comunicação, diante da situação excepcional da eleição, tendo em conta que o presidente da Casa será o primeiro na linha de sucessão da Presidência da República em eventual ausência de Michel Temer.

Nos bastidores, comenta-se que Rosso já não possui unanimidade em seu partido, como na eleição anterior, quando foi derrotado por Maia e tinha certo apoio do Planalto. Rosso, cujo partido integra o chamado "Centrão" (partidos da base aliada), ainda tem Jovair Arantes (PTB) como adversário dentro do grupo de legendas da base. Visto como candidato mais forte, Rodrigo Maia, por sua vez, ainda não lançou sua candidatura, para evitar recursos no Supremo Tribunal Federal (STF), já que um parecer jurídico da Mesa Diretora da Câmara afirma conclusivamente que o deputado do DEM não pode se reeleger para um mandato sucessivo.

Reeleição

O presidente Michel Temer acertou com os principais líderes de PMDB, DEM e PSDB o apoio à reeleição do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Os três partidos garantem mais de 140 votos para Maia na eleição interna marcara para o dia 2 de fevereiro, após o fim das férias parlamentares.

Seguindo orientação do Planalto, a direção das três maiores legendas da base de apoio parlamentar ao governo não vão lançar nomes para concorrer com Maia. Quarta bancada governista de peso, o PP não deve lançar candidatos na esperança de ocupar postos importantes na Mesa Diretora, caso venha a apoiar a reeleição do deputado fluminense.

Discretamente, o Palácio do Planalto trabalha para que Maia seja o candidato único da base governista. Para tanto, pressiona pela desistência dos dois nomes do chamado “centrão”, frente partidária com 13 legendas que discute as candidaturas do líder do PTB, Jovair Arantes (GO), e do PSD, Rogério Rosso (DF). O Planalto alega que o PSD está no governo e ocupa um ministério importante – o da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, com Gilberto Kassab – e estatais importantes, como os Correios.

A eleição para a Presidência da Câmara ocorre na volta do recesso parlamentar, no dia 1º de fevereiro.

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