Em dois anos de mandato, completados no último dia 1º de janeiro, o governador Flávio Dino atuou para transformar o estado em uma espécie de abrigo ideológico para o seu partido, o PCdoB. O aparelhamento das máquinas estatais é uma filosofia história dos comunistas, que Dino – voluntária ou involuntariamente – tem levado a cabo nestes dois anos de mando no Maranhão.

A casa alugada de um membro do seu partido, sem nenhuma necessidade, e paga religiosamente por mais de um ano sem que o governo se utilizasse dela, é só um exemplo deste aparelhamento. Jean Carlos Oliveira, o dono do referido imóvel, virou um desconhecido para Flávio Dino e para seu principal auxiliar, o jornalista Márcio Jerry, que, coincidentemente, ocupa também o posto de presidente do mesmo PCdoB ao qual Oliveira é filiado desde 2013.

O caso não é o primeiro neste governo. Para o advogado Marcos Coutinho Lobo, essa prática é histórica entre os comunistas. Ele até ironiza a crítica da imprensa, alegando que “notícia seria os comunistas não usarem a regra geral do comunismo”, usada pelo mesmo Dino, várias vezes, ao longo dos 24 meses de mandato.

“Quem não lembra que quando a Secretária de Planejamento precisou de uma empresa foi contratada uma que tem como sócia a cunhada do governador do Maranhão, casada com o irmão que é procurador da República? Que quando a CAEMA precisou de um escritório de advocacia os comunistas criaram uma para atender essa necessidade? Que quando o DETRAN precisou de terceirizados os comunistas tinham uma construtora para fornecer o serviço? Que quando o DETRAN precisou de um escritório de advocacia o diretor comunista tinha na mão um de um amigo dos comunistas?”, elencou Marcos Lobo.

O historiador Pedro Henrique Alves, do site Pro Ecclesia Catholica, lembra que a regra do aparelhamento de estado foi concebida pelo próprio Karl Marx, pensador alemão e teorizador do comunismo. “O que Karl Marx entendeu foi que para colocar em prática toda agenda comunista ele não podia contar com oposições. Sendo assim, Marx teorizou o golpe de Estado através da revolução armada”, diz Alves.

O pesquisador lembra ainda que outro pensador do socialismo, Antonio Gramsci, percebeu que a revolução armada não seria a solução no estado moderno e buscou “uma revolução cultural e por tomada de espaço cultural e político e não espaço geográfico”. Assim teria menos resistência, de uma forma que quando os opositores se dessem conta do que estava acontecendo, o país – ou o estado - já seria socialista e não teria como retornar.

O governador maranhense Flávio Dino tem em Marx e Gramsci alguns de seus principais ideólogo de esquerda.

Militante do PCdoB e ex-operador dos chamados “Diálogos pelo Maranhão”, espécie de caravana com que Dino fez sua campanha antecipada ao governo, o assessor Fábio César Costa, o Fabinho, é o campeão de diárias na pasta do presidente do PCdoB .

È desta forma, com forte investimento de dinheiro pago pelo contribuinte, que Flávio Dino vai fortalecendo o próprio partido.

Números

Os “lucros” do PCdoB em 2016

R$ 970 mil retirados da Uema para Reveillon de prefeitos do PCdoB

R$ 516 mil em salários de comunistas na Secap

R$ 270 mil em diárias de membros do PCdoB no governo

R$ 215 mil para artistas comunistas e alinhados ao governo no Réveillon

R$ 177 mil em aluguel de casa de comunista em São Luís

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