Fisiculturismo

Zeca Marques supera coma e perda de perna e vai para o Mundial

Destaque do fisiculturismo maranhense se mostra animado e espera conquistar uma medalha de ouro na competição em Houston, nos EUA

PAULO DE TARSO JR./IMIRANTE ESPORTE

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
Zeca Marques treina visando disputar o Mundial de Fisiculturismo/Paulo de Tarso Jr./Imirante Esporte
Zeca Marques treina visando disputar o Mundial de Fisiculturismo/Paulo de Tarso Jr./Imirante Esporte (Zeca Marques )

“Sou um vencedor. Venci o meu próprio preconceito”. A declaração que deu início a esta reportagem é impactante. Quem disse tais palavras foi Zeca Marques, 43 anos. Educador Físico, Zeca pratica fisiculturismo desde os 21 anos e, em 2016, foi convocado para disputar o Mundial da modalidade pela segunda vez na carreira. A competição será no início de novembro em Houston, nos Estados Unidos, mas antes de subir no palco para se apresentar, é preciso concordar com as palavras ditas por Zeca: ele realmente já é um vencedor.

E não apenas um vitorioso no esporte. Ele não é só vencedor pelos inúmeros títulos estaduais ou pelo bicampeonato brasileiro ou ainda por já ter ficado em terceiro em um mundial de fisiculturismo. Zeca é um exemplo de campeão da vida. Em 2005, quando começava a despontar como um dos melhores fisiculturistas do país, a imprudência mudou o rumo de sua vida. Um grave acidente de trânsito o deixou à beira da morte: foram dezoito dias em coma, teve traumatismo craniano, perda da memória e do olfato e uma perna amputada.

“Não foi fácil para mim. Eu cultuava muito o meu físico. Estava começando o auge da minha carreira e já havia sido vice-campeão Norte-Nordeste. Quando eu me vi naquela situação, parecia que o mundo tinha acabado”, disse Zeca.

No entanto, são nestas horas que é preciso encontrar forças naquilo que você mais ama: a família e o esporte. “Eu pedi muito a Deus para me dar forças. Tive apoio da minha esposa, dos meus familiares e dos meus amigos. Resolvi, por conta própria, voltar a treinar e a competir. E, graças a Deus, estou de novo nos campeonatos”, revelou o agora paraculturista.

Força da família

Mas voltar a competir não foi algo fácil sem uma das pernas. Casada com Zeca há 28 anos, Sheila Pinheiro foi bem clara ao marido e deu-lhe duas opções: “sentar e lamentar ou então levantar devagarzinho e continuar trabalhando”. Segundo Sheila, o “choque” inicial transformou-se em superação.

“Foi muito complicado. Foi um choque. Ele saiu muito bem com os amigos. Depois, eu recebi um telefonema dizendo que ele havia sofrido um acidente e estava em estado gravíssimo, entre a vida e a morte. Nesse período, que ele ficou dezoito dias em coma e foi difícil porque a gente tinha três filhos pequenos. Quando foi melhorando, ainda teve dez meses de problemas respiratórios. O esporte foi fundamental na recuperação dele. Tanto que, um ano depois do acidente, ele estava voltando a treinar”, explicou.

Passada aquela fase delicada, Zeca Marques reconhece o valor de sua família desde a sua recuperação até chegar à convocação para o Mundial de Fisiculturismo deste ano. “Eles são tudo para mim. Eles me apoiam e sempre estão comigo para o que der e vier. Claro que fiquei muito feliz pelo reconhecimento desta convocação para o Mundial. Não está sendo fácil ir porque aqui a gente tem uma dificuldade muito grande de patrocínio. Mesmo assim, é um valor muito grande participar pela segunda vez de um Mundial e ser um atleta bem visto lá fora”, afirmou Zeca.

Maranhão no Mundial

Além de Zeca Marques, outros nove fisiculturistas do Maranhão foram convocados para disputar o Mundial de Fisiculturismo em Houston, nos Estados Unidos. São eles: Ribamar Galvão, Orlando Gomes, Letícia Melo, Luana Fernandes, Marcos Zuza, Wilson Maguila, Emerson Pinheiro, José Aguiar Neto e Wendel Alves.

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