Calor excessivo

Período de estiagem provoca calor excessivo

Profissionais da saúde recomendam atenção redobrada com a hidratação para evitar problemas causados pela alta temperatura

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45
Beber água é a principal saída para manter a temperatura corporal ideal
Beber água é a principal saída para manter a temperatura corporal ideal (Beber)

A partir de julho o volume de chuvas começa a diminuir em São Luís e a capital entra no seu período de estiagem, que tem o mês de outubro como ápice, sendo o mais seco do ano, além das temperaturas ficarem mais elevadas. Por isso, a população precisa ficar atenta, pois o calor excessivo traz riscos à saúde que vão desde a desidratação até os riscos para a pele devido a maior incidência dos raio ultravioleta (UV). Crianças e idosos estão entre os grupos com maior risco. Os profissionais de saúde recomendam atenção redobrada com a hidratação para evitar problemas causados pelas altas temperaturas.

Atualmente, a Unidade Mista do Itaqui-Bacanga não registra aumento no número de atendimentos médicos de emergência, mas um número grande de idosos com hipertensão tem procurado a unidade de saúde em busca de atendimento clínico. A hipertensão, conhecida popularmente como pressão alta, pode ser causada por diversos fatores ou uma combinação deles, e o calor excessivo está entre eles. É o que afirma a enfermeira Vera Guterres, que trabalha na unidade. “Nós não fazemos uma pesquisa para saber as causas específicas das alterações na pressão arterial dos pacientes que nos procuram. Apenas prestamos o atendimento médico para controlar os sintomas apresentados, mas o calor é um fator que contribui, sim”, afirmou.

É que com o tempo quente, é natural que as artérias fiquem mais dilatadas, fazendo com que o sangue tenha mais espaço para circular. Quem toma medicamentos vasodilatadores, para pressão alta, pode ter esse efeito acentuado e sofrer o extremo oposto: hipotensão, ou seja, pressão insuficiente, a popular pressão baixa. Os principais sintomas são tontura e vista embaçada. Além de poder causar alterações na pressão arterial, na espessura do sangue, nas taxas de colesterol e na frequência cardíaca, infarto e derrame, a exposição ao calor extremo é capaz de alterar de causar também infartos e derrames. Por isso, é preciso ficar atento e buscar ajuda médica.

Além das alterações na pressão arterial, a principal ameaça à saúde trazida pelo calor excessivo é a desidratação, que pode provocar tonturas, náuseas, queda de pressão, disfunções renais e até mesmo alguns tipos de arritmias cardíacas. E embora qualquer pessoa possa ficar desidratada, são os idosos que correm o maior risco de sofrer com a condição devido a uma conjunção de fatores. É que em dias muito quentes, as pessoas transpiram muito e, em alguns casos, perdem mais água do que conseguem repor, então é preciso que todos fiquem atentos. “As pessoas devem tomar bastante cuidado com a hidratação neste período e beber muita água para manter a temperatura do corpo dentro do ideal”, alerta Vera Guterres.

O mecanismo de sede, por exemplo, é uma maneira essencial de o corpo alertar que precisa de líquidos, mas nos idosos ele já não é mais tão eficiente. Assim, o indivíduo não sente sede até estar bastante desidratado. Eles também têm um metabolismo mais lento, o que faz com que sintam menos calor, o que, associado a hábitos mais conservadores, leva-os a usar roupas mais compridas e pesadas, o que pode elevar sua temperatura corporal e transpiração. Tudo isso conspira para que os idosos sofram mais de desidratação.

Mas não são só os idosos que devem ficar atentos à desidratação e seus efeitos nocivos em dias de calor excessivo. Crianças pequenas, além de jovens e adultos que trabalham na rua ou passam muito tempo sob o sol, também podem sofrer mais com o problema. “De um modo geral, ainda não percebemos aumento no número de atendimentos neste período por causa de problemas de saúde causados pelo calor, mas eles podem ocorrer e as pessoas devem ficar atentas e evitar se expor às altas temperaturas”, frisou Vera Guterres.

Hidratação

Nos dias quentes, o corpo precisa liberar calor por meio do suor para manter a temperatura corporal - eliminando água e sais minerais. Sem a quantidade de água e sais minerais necessários, a pessoa fica com o metabolismo comprometido, podendo ter mais chances de sofrer lesões musculares, tonturas, cãibras, diminuição do desempenho físico, menor disposição e dificuldades de concentração.

O consumo de gorduras deve ser evitado em dias muito quentes, pois elas não são bem metabolizadas, por conta da perda de líquidos do organismo. Já algumas frutas e vegetais apresentam grandes quantidades de água em sua composição. A melancia, por exemplo, tem mais de 90% do seu peso em água, assim como as folhas verdes. Além de serem ricas em líquidos, as frutas e verduras são fonte de potássio, mineral que precisa ser resposto quando há uma produção de suor muito intensa.

Durante a atividade física, a pessoa se desidrata e perde muito sódio e potássio. É preciso ingerir líquidos A água é suficiente para controlar a temperatura corporal, retardar fadiga, prevenir câimbras e evitar o aumento da frequência cardíaca.

Roupas leves

O ideal é usar tecidos de algodão e malha - que absorvem o suor - e evitar tecidos sintéticos, que atrapalham a evaporação da transpiração. Também é importante evitar roupas de cores escuras, que absorvem mais o calor por não refletir a luz solar. Para evitar alergias e outros problemas de pele, procure lavar as roupas sempre que usá-las, sem repeti-las, e não usar peças de outras pessoas.

Um dos maiores incômodos dos dias quentes é a hora de dormir, principalmente para pessoas que não têm um ventilador no quarto. O ideal é tomar um banho frio antes de deitar e evitar alimentos como chás e leite quente. Também é importante usar roupas de dormir frescas, manter o quarto arejado com as janelas abertas e não usar qualquer tipo de cobertor.

Para manter o efeito do desodorante o dia inteiro, a dermatologista Sara Bragança recomenda aplicar um antitranspirante logo após o banho, pois ele obstrui os ductos das glândulas sudoríparas, reduzindo a produção de suor. Manter axilas e virilha também depiladas ajuda a evaporar o suor e diminuir a proliferação de bactérias, responsáveis pelo mau cheiro. Caso você sofra com suor nos pés, é possível usar talco ou mesmo o antitranspirante usado nas axilas, que funcionará reduzindo a transpiração dessa área também.

A temperatura corporal interna de uma pessoa deve ser de 37º C, independente do horário do dia. Para que o corpo não perca muito líquidos no esforço de se manter essa temperatura ideal, evite ficar exposto ao sol, principalmente, das 10 às 16 horas. A exposição excessiva ao sol pode causar hipertermia, que é quando o corpo não consegue mais estabilizar o calor interno. Nesse estágio, o organismo direciona toda sua energia para tentar dissipar o calor e, assim, algumas células param de funcionar, podendo causar desmaios graves.

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