ALIMENTAÇÃO DE RUA

Praticidade e preço baixo atraem consumidores

Em São Luís, assim como em outras cidades brasileiras o número de vendedores informais de alimentos aumentou, e o motivo é o desemprego

Jock Dean

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45
Praça Deodoro é o principal espaço de venda de alimentos no Centro
Praça Deodoro é o principal espaço de venda de alimentos no Centro (A Praça)

Comer “apressadamente”­e com preços “mais em conta” fora de casa é uma rotina cada vez mais comum. Em São Luís, assim como em diversas cidades brasileiras, cresce o número de vendedores informais de alimentos. Para quem vende, o principal motivo de estar neste mercado informal é o desemprego. Para quem é cliente, os preços mais em conta que em restaurantes e a praticidade estão entre os principais atrativos. População defende que o serviço seja melhor fiscalizado para evitar riscos.

Sejam refeições completas ou apenas um salgadinho, em diversos locais de São Luís é possível encontrar um vendedor informal de comida. No centro da capital, a Praça Deodoro é um dos principais pontos de venda de alimentos por causa do grande fluxo de pessoas. Lá é possível encontrar churrasquinhos, batata frita, beiju, frutas e até mesmo Prato Feito, o famoso PF. Outro local de venda de comida é o abrigo da Praça João Lisboa. Além disso, muitas bancas de venda de lanches se espalham pelos terminais de integração da cidade onde é muito comum encontrar pessoas vendendo caldos.

Apesar dos riscos de contaminação, há quem não abra mão de comer fora de casa. “É por causa da praticidade. Perco muito tempo se for em casa almoçar. Então, já como por aqui mesmo onde trabalho”, explica Enervan Santos, que almoça todos os dias na Feira da Cidade Operária onde a variedade de pratos é grande. Tem de cozidão a mocotó, além de peixe frito, galinha ao molho pardo, bife acebolado e outros.

Economia

Mas não são apenas a comodidade e a variedade que atrai Enervan Santos. Outro motivo é o preço. O PF que ele come todos os dias na feira custa apenas R$ 10,00. “A gente não paga R$ 10,00 para comer bem em todo lugar. Como aqui porque conheço a qualidade da comida e o cuidado com a higiene no preparo”, afirma.

Angela Freitas também almoça fora de casa todos os dias, fazendo as refeições no Anel Viário, onde tem uma banca de bombons, mas ainda assim procura economizar com comida. “Tem dia que eu trago o arroz e a salada de casa e compro só a mistura do dia. Tem dia que compro carne, outros frango. A dona do PF me cobra mais barato eu comprando só a mistura, então, aproveito para economizar”, conta. O PF completo custa R$ 12,00, mas dependendo do dia paga apenas R$ 7,00 ou R$ 8,00.

E Angela Freitas tem mesmo motivo para querer economizar na compra do PF. O preço do prato feito subiu o dobro da inflação nos últimos 12 meses, segundo levantamento foi feito pela Fundação Getúlio Vargas. O aumento foi de quase 17% e três itens têm mais culpa por esse aumento no PF. O feijão, que já está conhecido pelos altos preços, lidera o posto de alimento mais caro, acompanhando da batata inglesa e da farinha de mandioca.

Crescimento

Mas a crise que leva ao aumento dos preços dos ingredientes mais consumidos pelos maranhenses também causa o crescimento do número de barracas de comida de rua. No Brasil, o comércio de comida de rua vem se expandindo, principalmente nas cidades em que predominam altos índices de desemprego, já que o segmento é uma importante fonte de renda na economia informal. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a informalidade representa atualmente 60% dos negócios do setor de alimentos no Brasil.

Esse crescimento causa também demanda aos órgãos públicos responsáveis por disciplinar o espaço urbano das cidades e fiscalizar a qualidade dos alimentos comercializados para garantir a saúde da população que o consome. “Estamos diante de um problema social que precisa ser enfrentado de forma a garantir que todos os cidadãos sejam beneficiados. Não podemos simplesmente impedir a pessoa de vender comida na rua, tirando sua fonte de renda e não dando a ela outra opção de sustento”, comenta Teresinha Lôbo, superintendente de Vigilância Epidemiológica e Sanitária de São Luís.

Neste sentido, segundo ela, em São Luís está sendo feito um trabalho de capacitação dos vendedores informais do setor de alimentos. “Este trabalho está sendo feito em parceria com o sindicato que representa os vendedores informais. Todos foram cadastrados e estão sendo capacitados para saber a forma adequada de manipular e comercializar estes produtos, evitando riscos à população”, afirma Teresinha Lôbo.

Após a capacitação, de acordo com Teresinha Lôbo, serão feitas vistorias para verificar se os vendedores informais estão cumprindo as normas de vigilância. Em caso contrário, eles serão advertidos e persistindo a irregularidade podem ser impedidos de continuarem comercializando os alimentos. “Nosso trabalho, antes da fiscalização e punição, é de conscientização e punição destes vendedores informais”, informa.

Mais

Recomendações

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o perigo potencial dos alimentos vendidos nas ruas para a saúde pública. Recomenda-se aos consumidores de lanches rápidos vendidos em barraquinhas que observem, de maneira geral, as condições de higiene do estabelecimento (ponto de venda, equipamentos, utensílios etc.), a higiene pessoal do vendedor, a maneira como ele manipula o produto (armazenamento e preparo) e a qualidade dos ingredientes utilizados nos lanches.

Escolha melhor seus alimentos

Cachorro-quente

Evite acompanhamentos como batata-palha e queijo cheddar, que deixam o lanche mais calórico.

Salgados

Prefira os alimentos assados. O frito tem muita gordura e o modo de preparo ainda retira muitos nutrientes do alimento. O pão de queijo é melhor que a coxinha.

Pipoca

Nada de leite condensado, no caso da pipoca doce, ou de bacon e presunto na salgada.

Sanduíches

Escolha aqueles alimentos mais leves, como o de peito de peru. Se puder, opte pelos que usam pão integral na composição.

Espetinhos

Dê preferência para as carnes magras, como o de frango. Aqueles de carne com bacon são verdadeiras bombas calóricas. Alguns acompanhamentos, como farinha e molho, também não são recomendados.

Bebidas

O suco natural é sempre o mais recomendado. Sucos de caixinha e refrigerantes devem ser evitados. Água de coco também é bem-vinda.

Milho cozido

Esse é um dos amigos da saúde. Além de ter nutrientes, como fibras, o modo de preparo é eficiente contra bactérias.

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