Desabastecimento

Mercado próspero: comércio de água cresce em São Luís

Carros-pipa passam o dia inteiro abastecendo bairros e condomínios que têm problema de falta d’água

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
Abastecimento por carros-pipa está virando rotina em bairros
Abastecimento por carros-pipa está virando rotina em bairros (Água)

Os problemas no abastecimento d’água em São Luís criaram um mercado promissor: o de carros-pipa. Sem água nas torneiras, a população recorre a este serviço para poder abastecer sua casa e realizar as atividades do dia a dia como cozinhar, tomar banho, lavar louças e roupas. O preço cobrado pelas empresas varia de acordo com a quantidade de água e a localidade onde o cliente mora. Mas quem vive do serviço garante que dá para lucrar com a venda de água.

Em São Luís, o abastecimento d’água acontece em dias alternados, mas em alguns bairros o líquido não cai das torneiras por dias. Em outras localidades, os moradores sequer podem contar com o abastecimento feito pela Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema). Sem água encanada, a saída é comprar de carros-pipa e basta uma busca rápida na internet para encontrar dezenas de empresas que exploram esse mercado.

Em bairros como a Ponta d’Areia e Ponta do Farol, é muito comum encontrar carros-pipas abastecen­do os condomínios residenciais e comerciais dessas localidades por causa dos problemas do abastecimento.

Ontem, enquanto trafegava pela Avenida dos Holandeses, O Estado cruzou com cinco carros-pipa de empresas diferentes, abastecendo ou se deslocando para reabastecer ou atender um cliente.
Um desses carros era o conduzido por Haroldo Carvalho. Segun­do ele, por dia, ele faz em média quatro entregas de água para os mais diversos bairros de São Luís. “Nos últimos tempos, cresceu mui­to a procura por água em São Luís por causa dos problemas da Cae­ma. Em todos os bairros, nós temos feito entregas”, conta.

Preços variam
O valor cobrado pela empresa na qual trabalha depende da distância entre a residência e a sede da empresa, que fica no Olho d’Água. “Para o João Paulo, a entrega custa R$ 190,00. Se for para o São Francisco, R$ 140,00. Na Ponta d’Areia, R$ 120,00”, informa Haroldo Carvalho. O valor cobrado é pelos 15 mil litros de água que o carro-pipa que ele dirige consegue transportar.

Mas em bairros periféricos o va­lor cobrado é mais baixo. No Piancó, bairro da Região Metropolitana de São Luís, os moradores pagam R$ 50,00 por mês em um carro-pipa. Em outras comunidades, o preço varia de R$ 3,00 a R$ 20,00. “São comunidades pobres, que nem poderiam pagar a conta de água, se recebessem. Então, vendemos o mais barato que conseguimos, até porque eles pedem por semana, pois são mais econômicos que quem tem dinheiro para pedir todos os dias”, comenta o motorista de carro-pipa Evandro Bezerra, que faz entregas em bairros da área nobre e da periferia de São Luís.

SAIBA MAIS

O Reservatório do Batatã, que deveria ser responsável pelo fornecimento de água para 20% da população ludovicense, não será utilizado para o abastecimento até o fim deste ano. De acordo com a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), o nível do reservatório está tão baixo que o órgão estadual não conta mais com essa estrutura. Segundo o setor de operações da Caema, atualmente o Batatã conta apenas com 10% de sua capacidade. Para compensar a ausência do líquido do reservatório, a companhia destinou 26 poços, que compõem os sistemas Sacavém e Paciência, responsáveis pelo fornecimento de água para pouco mais de 10 bairros da região central da cidade. Outra medida do órgão é destinar parte da água do Sistema Italuís para essas localidades. Apesar disso, o abastecimento d´água ainda é precário em muitos bairros da capital.

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