Entrevista

“A Associação tem contribuído para o desenvolvimento do nosso estado”

Para a presidente da ACM, Luzia Rezende, os ideais de união e do associativismo que balizaram a criação da entidade continuam como marca para os empresários

Ribamar Cunha/Subeditor de Economia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46


A Associação Comercial do Maranhão (ACM) completa, dia 21 deste mês, 162 anos de fundação. Uma entidade tradicional e pró-ativa, que ao longo desse período deu grande contribuição para o desenvolvimento econômico e social do estado, sendo referência na defesa dos interesses do empresariado local. Em entrevista exclusiva a O Estado, a presidente da ACM, Luzia Rezende, resgata um pouco da história da entidade e destaca a participação da mulher empresária.

A Associação Comercial do Maranhão foi criada em 1854, com o nome inicial de Comissão da Praça. Que ideais pregavam as figuras ilustres daquela época, como o comendador João Gualberto da Costa?
Luzia Rezende - Naquela época, os ideais já eram de união e mostraram a força do associativismo.

Esses ideais permanecem ou foram se modificando ao longo desses 162 anos, com a evolução da sociedade?
Luzia Rezende - Sim. Os ideais da união e do associativismo continuam e eles têm marcado várias conquistas da nossa entidade.

A Campanha da Produção foi um fato marcante na história da Associação Comercial. O que era a campanha e que resultados trouxe para o estado?
Luzia Rezende - A Campanha da Produção trouxe benefícios para os poderes públicos, ao empresariado e à sociedade maranhense, sendo decisiva para que o nosso estado conquistasse posição de destaque na produção agrícola brasileira. Por intermédio da Campanha da Produção, foram construídas, com recursos dos comerciantes, as estradas vicinais necessárias para o escoamento da produção agrícola, e também distribuídas e vendidas sementes, além da viabilização do ensino prático da operação de tratores e máquinas agrícolas.

A Associação Comercial também se destacou por ser reconhecida pelo poder público como um órgão consultivo. Essa referência ainda continua?
Luzia Rezende - A Associação Comercial foi reconhecida, no ano de 1917, como entidade de utilidade pública, através do Decreto Federal nº 3.394. No ano de 1942, foi oficializada como Órgão Técnico Consultivo, prestando colaboração aos poderes públicos em questões de interesse empresarial. E, no ano de 1982, por meio da Lei 2.586, foi reconhecida pelo município de São Luís como entidade de utilidade pública, ampliando ainda mais a sua atuação. Ao longo desses anos, a ACM participou ativamente da solução de problemas surgidos no curso da evolução econômica do Maranhão. E a experiência acumulada pelas classes produtivas sempre serviu de inspiração para as normas e procedimentos criados para disciplinar assuntos fiscais e tributários estaduais e municipais. Atualmente com a participação da ACM no Conselho Empresarial do Maranhão (Cema) e no Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social (Comdes), temos contribuído efetivamente com informações relevantes para o crescimento econômico do estado e para São Luís.

Como a senhora avalia a atuação da Associação Comercial hoje, no meio empresarial maranhense?
Luzia Rezende - A Associação Comercial é uma das entidades mais tradicionais e antigas do nosso país e que tem contribuído ao longo dos seus 162 anos com o desenvolvimento do nosso estado e tem o reconhecimento de toda a classe empresarial pelos serviços prestados ao segmento e à sociedade. Em especial no mandato dessa diretoria, temos buscado congregar todas as entidades de classe e fazer parcerias com instituições ligadas ao meio empresarial como forma de fortalecer a nossa entidade.

A Associação está instalada no Palácio do Comércio, um prédio tombado e que em tempos áureos sediou o Hotel Central. Hoje, grande parte da edificação está sem uso. Que projetos a entidade tem para revitalizar o prédio?
Luzia Rezende - Temos discutido com os nossos conselheiros e diretores para definirmos como será feito o projeto de reforma para buscarmos parcerias.

O Brasil passa por momentos difíceis, com a economia em forte retração. Como a Associação está acompanhando essa situação e que perspectiva tem em relação ao futuro?
Luzia Rezende - Temos buscado trazer para nossos associados informações importantes sobre a economia do nosso país e do estado, para que dessa forma os empresários possam tomar decisões mais acertadas. Inclusive, fazem parte da nossa programação de aniversário, as palestras “Perspectivas da Economia Brasileira e Mundial”, que será proferida pelo economista, professor e membro do Conselho Federal de Economia, Luis Alberto Aranha Machado, e “Perspectiva da Economia Maranhense”, que será ministrada pelo presidente do Imesc e membro do Conselho Federal de Economia, Felipe de Holanda. Essa é uma parceria com o Conselho Regional de Economia, que acontecerá dia 24, em nossa sede.

A senhora é a primeira mulher a presidir a Associação Comercial do Maranhão. Foi difícil conquistar esse espaço?
Luzia Rezende - Não foi fácil. Essa conquista é das mulheres empresárias da Associação Comercial do Maranhão. O objetivo principal do Conselho da Mulher Empresária é a participação das mulheres nas decisões da entidade. Porém, ao longo do tempo, entendemos que deveríamos ter uma representante mulher na liderança da casa e fiquei muito honrada em ter sido escolhida, tanto por esse grupo, como pelos associados que acreditaram que poderíamos dar a nossa contribuição.

O seu mandato encerra-se no mês de dezembro. A senhora entende que deu sua contribuição à entidade?
Contribuímos aperfeiçoando a organização administrativa e financeira, com implementação do Sicoob Norte Maranhense, com a implantação e operação da Câmara de Mediação e Arbitragem, instalação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, além de termos dinamizado os conselhos temáticos da ACM e participação efetiva nos conselhos estaduais e municipais e nos fóruns e seminários voltados à classe empresarial, como ainda efetivamos convênios de cooperação técnica com órgão públicos e privados.

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