SÃO LUÍS - A capital do Maranhão é a 83ª cidade no "Ranking do Saneamento nas 100 Maiores Cidades", estudo que avalia a situação do saneamento básico nas cem maiores cidades brasileiras, publicado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a GO Associados.
De acordo com os dados do Instituto, São Luís oferece serviços de água tratada a 80,62% dos habitantes, mas apenas 45,5% deles têm acesso à coleta de esgoto, e somente 8,07% do esgoto gerado é tratado.
A capital está entre as seis grandes cidades do país que fizeram menos de 1% das ligações faltantes para universalizar o atendimento de água tratada. Porém a grande dor de cabeça é reduzir o alto índice de perdas de água no processo de distribuição, resultado de vazamentos, roubos e ligações clandestinas, erros ou falta de medição. Valores que fazem São Luís ficar entre as piores cidades nesse quesito, com 63% de perda de água. A perda média entre as 100 cidades do Brasil é de 38,34%.
Desde 2009, o Instituto Trata Brasil divulga o tradicional “Ranking do Saneamento Básico nas 100 Maiores Cidades”, sempre com base nos dados oficiais do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico (SNIS). Os números são informados pelas próprias empresas operadoras de água e esgotos dos municípios brasileiros ao Governo Federal, portanto, são números oficiais das cidades.
Outra preocupação é com o surto das doenças causadas pelo mosquito Aedes Aegypti (dengue, chykunguya e zika). A falta de saneamento básico é apontada por especialistas como uma das razões para a proliferação do mosquito. Segundo os últimos dados publicados pelo Ministério das Cidades no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano base 2014, o país ainda tem mais de 35 milhões de brasileiros sem acesso aos serviços de água tratada, metade da população sem coleta de esgotos e apenas 40% dos esgotos do país são tratados.
Avanços médios no atendimento a saneamento – Comparação entre dados do Brasil e das 100 maiores cidades - período 2010 a 2014 (SNIS)
Para Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil, o que preocupa é a lentidão nos avanços do saneamento básico no país. “A preocupação é que os avanços em saneamento básico não só estão muito lentos no país, como cada vez mais concentrados onde a situação já está melhor. Estamos separando o Brasil em “ilhas” de estados e cidades que caminham para a universalização da água e esgotos, enquanto que uma grande parte do Brasil simplesmente não avança. Continuamos à mercê das doenças”, comenta Édison Carlos.
Bairro de Fátima
Moradores da rua Dom Pedro II, no bairro de Fátima reclamam da falta de saneamento na localidade. De acordo com Daniela Alves, moradora há 30 anos do bairro, quando chove os bueiros transbordam e alagam as ruas, impossibilitando o tráfego de pedestres e veículos. Ainda segundo Daniela, não é só o caso de desobstrução das galerias, pois ela relata que o problema começa em outras ruas.
“O que precisa ser feito é outra galeria para que o esgoto flua melhor e tenha vazão suficiente para evitar as enchentes. Ficamos ilhados, isolados de tudo. É impossível de sair de casa, e se sair, tem que passar pelo risco de pegar uma doença devido a água de esgoto exposta pela chuva. Não aguentamos mais isso. Precisamos de ajuda! Precisamos de uma satisfação. Temos direito a qualidade e vida!”, desabafa Daniela Alves.
A partir destes dados, pode-se concluir a imprescindível necessidade da universalização do saneamento básico em São Luís.
Assista ao vídeo feito pela moradora Daniela Alves:
Saiba Mais
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.