Estado Islâmico

Maranhense suspeito de planejar ataques nas Olimpíadas do Rio

Marcos Mário Duarte, o Zaid, foi preso em São Paulo sob suspeita de planejar ataques durante as competições no Rio de Janeiro; ele morou no Residencial Terra Livre, próximo ao Parque Vitória

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
(Marcos Mário Duarte foi preso pela Polícia Federal em São Paulo)

Uma pessoa introspectiva e pouco afeita a amigos. É assim que ex-vizinhos definem Marcos Mário Duarte, o maranhense de 42 anos que foi preso quinta-feira, 21, no interior de São Paulo, e levado para um presídio de segurança máxima no Mato Grosso do Sul, suspeito de planejar ataques terroristas nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, que começam em agosto. Ele residiu pelo menos por 10 anos na Rua P, no Residencial Terra Livre, próximo da Parque Vitória, em São Luís.

Moradores não se dispuseram a falar muito sobre a vida de Zaid ( Marcos Duarte), seu nome islâmico e que ele utilizava na internet, em redes sociais e em seu blog Islam Maranhão. Mas disseram que Marcos pouco conversava com os vizinhos, ficava continuamente trancado, ouvindo "músicas esquisitas e tinha bandeiras estranhas".

Há uns cinco anos,Marcos Duarte deixou a casa em que morava sozinho e sumiu. Voltou em novembro do ano passado, quando vendeu o imóvel e não retornou mais. Ele teria passado algum tempo no interior na cidade de Amparo, interior de São Paulo, onde trabalhou com o abate de animais e também como garçom.

Conversão

Marcos Duarte nasceu no dia 8 de maio de 1974. Estudou durante o ensino médio no Colégio Pinheirense, escola católica na cidade de Pinheiro, no interior do Maranhão. Ele se converteu ao islamismo há mais de 13 anos e fundou em São Luís a Sociedade Islâmica do Maranhão. Em Amparo ( SP), além do trabalho, ele ainda mantinha um time de rúgbi, usado para cooptar jovens para o islamismo radical.

Na internet, Marcos Duarte não se preocupava em esconder suas inclinações religiosas e insinuações terroristas. Pregava o anti-semitismo, defendia o Estado Islâmico e dizia estar pronto para sacrificar sua própria vida em nome do islã. Ele se dizia um kamizake, em alusão aos soldados japoneses que se sacrificavam com seus aviões durante a Segunda Guerra Mundial.

Em fotos, ele posava com armas, bandeiras e camisas de símbolos islâmicos. Em seu blog, postava textos enormes defendendo o islã e seus irmãos muçulmanos. Em uma de suas postagens usou o título “Estado Islâmico, uma história de amor”. Em vários desses textos, ele recebeu mensagens, inclusive de maranhenses, se solidarizando pela causa e mostrando interesse em se converter.

Prisão

A Divisão Antiterrorismo da Polícia Federal monitorou, por vários meses, mensagens trocadas por brasileiros em redes sociais e aplicativos de mensagens (Telegram e Whatsapp). Nas conversas, os envolvidos demonstravam apoio aos últimos atentados do Estado Islâmico e faziam referências a uma tentativa de compra de um fuzil AK-47 no Paraguai. As conversas ainda faziam menção à táticas de guerrilhas e propagavam intolerância racial, de gênero e religiosa.

Toda a investigação desembocou na Operação Hashtag, realizada nos estados do Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul e na prisão de 10 pessoas, sendo um menor de idade. Dois suspeitos ainda estão foragidos. Todos os presos, incluindo Marcos Duarte, foram levados para um presídio de segurança máxima no Mato Grosso do Sul.

Lista dos suspeitos na operação Hashtag

Marco Mario Duarte

Alisson Luan de Oliveira

Antonio Andrade dos Santos Junior

Daniel Freitas Baltazar

Hortencio Yoshitake

Israel Pedra Mesquita

Leandro França de Oliveira

Leonid El Kadre de Melo

Levi Ribeiro Fernandes de Jesus

Mohamad Mounir Zakaria

Oziris Moris Lundi dos Santos Azevedo

Valdir Pereira da Rocha

Vitor Barbosa Magalhães

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