Operação Lilliput

Polícia Federal cumpre mandados de prisão, condução e de busca e apreensão no Maranhão

Foram cumpridos 42 mandados judiciais; empresa de construção civil que opera no estado estaria envolvida em caso de pagamento de propina

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
Operação Lilliput foi deflagrada nesta terça-feira
Operação Lilliput foi deflagrada nesta terça-feira (polícia federal)

SÃO LUÍS - A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (12) a Operação Lilliput, que apura notícia de supostas práticas de crimes corrupção (ativa e passiva), falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema, além de crimes contra a ordem tributária, dentre outros atribuídos a empresário do ramo da construção civil, funcionários públicos, e profissionais das áreas contábil, tributária-fiscal, jurídica, entre outros. A ação conjunta contou com a participação da Receita Federal do Brasil e do Ministério Público Federal. Foram cumpridos 42 mandados judiciais, sendo: nove mandados de prisão temporária, 11 mandados de condução coercitiva e 22 mandados de busca e apreensão.

Entenda o caso

Inicialmente, informe policial apontou que Auditores Fiscais, durante ação de fiscalização em obras de empresas de construção civil componentes de um importante grupo de empresas da capital, teriam detectado irregularidades que estariam dando ensejo à diminuição ou supressão de tributo federal (contribuição previdenciária) e, uma vez noticiado o fato ao proprietário da empresa alvo da fiscalização, este teria ofertado aos auditores vantagem econômica indevida para que a ação fiscalizadora fosse protelada o máximo possível e, ao final, não houvesse, quando da lavratura do auto de infração, o devido lançamento e constituição do crédito tributário. Além disso, a ação criminosa não se resumiria a um caso pontual, mas se estenderia a vários empreendimentos levados a cabo pelo grupo de empresas de propriedade do empresário investigado.

Durante a investigação, segundo a PF, foi possível verificar que realmente se empreendeu ritmo protelatório às fiscalizações em face das empresas, concorrendo decisivamente quando da lavratura dos autos de infração para que elevada parcela do crédito tenha sido atingida pela intencional decadência, e tendo ainda providenciado em grande porção do crédito fiscal a ocorrência dolosa de vícios no lançamento de tributos, tudo, visando a possibilitar ao empresário, ao final, o recolhimento aos cofres da União de valor bem inferior ao efetivamente devido.

Segundo os investigadores, constatou-se a configuração de uma organização criminosa em plena atividade, dividindo suas tarefas entre seus integrantes com o objetivo de obter vantagem econômica a qualquer custo, e que para tal manteve agentes públicos no esquema criminoso e arregimentou outros também durante o período sob investigação.

A polícia revelou, ainda, que a essa organização manteve conexão com outra independente, demandando desta, ações ilegais consistentes na criação indevida de créditos inexistentes em favor de empresas do empresário, a fim de possibilitar a compensação indevida dos falsos créditos com os débitos fiscais das empresas beneficiárias.

Entre os presos nesta operação está o empresário Antonio Barbosa Alencar, o Barbosa, proprietário da Dimensão Engenharia.

Os crimes investigados correspondem aos previstos nos artigos 299, 313-A, 317, §1º, 325, §2º, e 333, parágrafo único, do Código Penal, bem como nos artigos 1º, inciso I, e 3º, inciso II, da Lei nº 8.137, de 1990, além do artigo 2º, §4º, inciso II, c/c o artigo 1º, §1º, da Lei 12.850/2013, dentre outros.

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