Reforma trabalhista

CNI defende carga de 80 horas semanais para o trabalhador

Em evento com a presença do presidente Michel Temer, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, defendeu a implementação de medidas duras para a economia do Brasil voltar a crescer

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
Michel Temer e Robson Braga em reunião do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação/Divulgação
Michel Temer e Robson Braga em reunião do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação/Divulgação (CNI)

Durante encontro na sexta-feira, 8, com o presidente interino Michel Temer, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, defendeu “mudanças duras”, tanto na Previdência Social quanto nas leis trabalhistas. Ele chegou a sugerir que a exemplo da França, o Brasil adote carga horária de até 80 horas semanais e de 12 horas diárias para os trabalhadores. Mais tarde dada a repercussão negativa, a CNI emitiu nota tentando corrigir a declaração de Robson Braga.
Após mais de duas horas de reunião com cerca de 100 empresários do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), Robson Braga disse que para o governo melhorar a situação do déficit fiscal, serão necessárias as mudanças propostas. Michel Temer deixou o evento sem comentar as propostas da CNI.
"Estamos na expectativa de ver medidas modernas, mas que são difíceis de serem apresentadas, como a reforma da Previdência e a modernização das leis trabalhistas. Sem isso, não teremos um futuro promissor", disse o presidente da CNI.
No caso das reformas trabalhistas, Robson Braga afirmou que o empresariado está “ansioso” para que as mudanças sejam implementadas. “Vimos agora o governo francês, sem enviar ao Congresso Nacional, tomar decisões com relação às questões trabalhistas. No Brasil, temos 44 horas de trabalho semanal. As centrais sindicais tentam passar esse número para 40. A França, que tem 36, passou,para a possibilidade de até 80 horas de trabalho semanal e até 12 horas diárias de trabalho”, explanou.
Segundo Braga, a França perdeu a competitividade de sua indústria com relação aos demais países da Europa e que agora está revertendo e revendo suas medidas, para criar competitividade. “O mundo é assim e temos de estar abertos para fazer essas mudanças. Ficamos ansiosos para que essas mudanças sejam apresentadas no menor tempo possível”, argumentou.

Imposto
O presidente da CNI reafirmou que os industriais não aprovam o aumento de impostos para elevar a arrecadação do governo. “Somos totalmente contra qualquer aumento de imposto. O Brasil tem muito espaço para reduzir custos e ganhar eficiência para melhorar a máquina pública antes de pensar em qualquer aumento de carga tributária. Acho que seria ineficaz e resultaria, neste momento, na redução das receitas, uma vez que as empresas estão em uma situação muito difícil”, disse.
Robson Braga disse que a meta de déficit primário de R$ 139 bilhões, prevista para 2017 é uma demonstração de responsabilidade do governo de apresentar as dificuldades e o esforço que será feito para buscar o equilíbrio das contas públicas.
Segundo ele, ao considerar que, em 2016, o déficit será R$ 170 bilhões, a conclusão é que haverá, em algumas áreas, crescimento de despesas governamentais. “É claro que a iniciativa privada está ansiosa para ver medidas duras, difíceis de serem apresentadas. Por exemplo, a questão da Previdência Social. Tem de haver mudanças na Previdência Social. Caso contrário, não teremos no Brasil um futuro promissor”, acrescentou.

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