Chances de cura

Linfoma deve ter diagnóstico precoce

Ator Edson Celulari confirmou que tem linfoma não-Hodgkin, tipo de câncer no sistema linfático; se detectado no início, tem altas chances de cura, alerta Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
Edson Celulari posa com o filho Enzo Celulari
Edson Celulari posa com o filho Enzo Celulari (edson celulari h)

SÃO PAULO - O ator Edson Celulari divulgou ontem ter recebido recentemente o diagnóstico de Linfoma Não-Hodgkin, tipo de câncer de sangue. A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) alerta que a doença é desconhecida da população e que se diagnóstica início há altas chances de cura.

O diagnóstico precoce do linfoma é absolutamente relevante no prognóstico do paciente. Os linfomas constituem um grupo de doenças, com cerca de 40 tipos, com comportamentos clínicos diferentes, mas a expressiva maioria é classificada como um câncer do sistema imunológico. Na maioria dos casos se apresenta com aumento dos gânglios linfáticos ou linfo-nódulos chamados de ínguas, que são estruturas distribuídas no nosso organismo que funcionam como filtros tanto em processos infecciosos como em outros mecanismos de defesa do próprio corpo humano.

Para Carlos Chiattone, médico hematologista e diretor da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), o linfoma não está certamente entre os cânceres mais frequentes, como câncer de próstata em homens e de mama em mulheres, mas ocupa em torno da sexta posição em frequência dos cânceres e teve uma característica de aumento significativo nas últimas décadas, o dobro de incidência.

“No sistema público de saúde há um retardo muito grande entre o início dos sintomas e o começo do tratamento, implicando em uma diferença significativa do perfil da doença nos estabelecimentos públicos em relação aos privados, ou seja, nos pacientes de estabelecimentos públicos, ao se fazer o diagnóstico, a doença já está muito mais avançada do que no perfil do paciente dos estabelecimentos privados, e isto determina um pior prognóstico para esse paciente”, explica o médico.

Sintomas

Entre os principais sintomas do linfoma estão o aumento da estrutura de gânglios, que muitas vezes pode ser palpável e/ou visível, surgindo geralmente na parte lateral do pescoço, nas ínguas, nas axilas e nas regiões inguinais. Portanto, o aparecimento de um nódulo com duração de uma, duas semanas sem que se tenha evidências de uma outra doença é de se supor, dentro dos diagnósticos diferenciais, que isso possa ser um linfoma e o paciente deve procurar o atendimento especializado, no caso o hematologista.

Para Chiattone, é importante ressaltar que muitas doenças podem levar ao aumento dos gânglios linfáticos, não somente os linfomas, mais especificamente, em processos infecciosos. Os linfo-nódulos determinados por processos infecciosos são linfo-nódulos dolorosos, ao passo que os linfo-nódulos determinados pelos linfomas são indolores e tem uma consistência não mole e não endurecida, mas intermediárias, como se fosse a consistência de uma borracha.

Além do aumento dos gânglios linfáticos, os pacientes em um certo percentual apresentam sintomas clínicos, que também podem ser comuns a outras doenças, por exemplo: febre, persistente sem causa infecciosa, emagrecimento inusitado não decorrente de uma dieta expressiva, sudorese noturna, aquela que molha a vestimenta e a cama.

Nem sempre o hematologista pode indicar indícios de linfoma. Na maioria das vezes, como ela se inicia nos gânglios linfáticos e linfo-nódulos, pode começar em qualquer lugar, um exemplo é no estomago e tem como manifestações clínicas uma alteração digestiva alta ou uma gastrite, bem como uma própria úlcera, no caso de mulheres, o ginecologista, em pessoas idosas, o geriatra.

Mais

O linfoma é um tipo de câncer do sistema linfático, formado por vasos muito finos e por gânglios, que atuam na defesa do organismo. Pode ser classificado em dois grandes tipos: os Hodgkin atingem em sua maioria jovens e pessoas de meia-idade, e os não-Hodgkin, como os de Edson, são 90% dos casos e costumam atingir pessoas com mais de 55 anos. Em 2011, o ator Reynaldo Gianecchini enfrentou o mesmo tipo de câncer. Foi o caso também da presidente Dilma Rousseff e da autora de novelas Glória Perez.

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