Governo Federal

Jucá diz que primeiro desafio é aprovar revisão da meta fiscal semana que vem

Ministro disse afirmou que o governo ainda não definiu o valor do déficit fiscal

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48
(Romero Jucá prepara números da meta iscal)

Brasília - O ministro do Planejamento, Romero Jucá, afirmou que o governo ainda não definiu o valor do déficit fiscal deste ano que será informado ao Congresso para votar a revisão da meta. Após encontro com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e senadores, ele reafirmou que o Executivo tem de aprovar a revisão da meta na próxima semana, tido por ele como o "primeiro desafio" da nova gestão.

Jucá disse novamente que o número do déficit será apresentado na segunda-feira, 23. "O número do déficit deste ano não está fechado ainda porque nós queremos apresentar um número verdadeiro", declarou, ao destacar que a nova sessão não pode "frustrar a sociedade".

O ministro afirmou que o governo estuda, na revisão da meta, incluir o impacto com a não divulgação do balanço da Eletrobras e com a renegociação das dívidas dos Estados com a União. Os valores, destacou, ainda não estão definidos.

"Alguns pontos dependem de fechamento e por isso a gente não pode anunciar ainda o número. Ele será anunciado pelo governo federal no momento em que estiverem prontos todos os estudos com a condição de veracidade para ser detalhado", afirmou.

Jucá fez questão de ressaltar suas reservas em relação às gestões anteriores sobre a política fiscal. Ele disse que sempre foi um crítico da maquiagem das contas públicas.

Jucá afirmou ainda que é importante o Congresso aprovar uma proposta que desvincule as receitas da União (DRU) por se tratar de uma "medida emergencial". Em visita ao Senado, ele sugeriu que depois dessa votação o Legislativo discuta uma "modelagem mais permanente" para a DRU.

"Isso virá também dentro das novas medidas econômicas para melhorar o investimento, racionalizar os gastos públicos e qualificar esses gastos, diminuindo a despesa de custeio e a despesa fixa", disse Jucá.

Já o presidente do Senado, Renan Calheiros, defendeu a redução da meta fiscal para acomodar um déficit que já pode passar de R$ 160 bilhões. "É fundamental que o governo tenha rapidamente este diagnóstico, para que tenhamos um número verdadeiro para reduzir a meta fiscal, temos que reduzir com a certeza de que a redução é real, verdadeira", afirmou Renan.

Em tom de alinhamento com o governo interino, Renan afirmou ainda que o Brasil "não pode dar errado novamente" e que é papel do Senado colaborar com saídas. "A emoção já passou, agora é concretude", disse. Na noite de ontem, ele já havia dito que a emoção do processo de impeachment havia acabado e que era o momento de o presidente interino "trabalhar".

Foi o próprio Renan quem informou ontem que o déficit já passava de R$ 160 bilhões. Hoje ele preferiu não falar sobre números, mas disse ter informações de que o "rombo fiscal está crescendo" Ele defendeu que o governo interino precisa avaliar com cautela todo o orçamento e incluir tudo na revisão da meta fiscal. Renan também se comprometeu em fazer o possível para votar a revisão da meta fiscal já na próxima terça-feira, 24, em sessão do Congresso Nacional. Apesar de a sessão estar agendada e a meta ser a prioridade para o governo, regimentalmente o Congresso precisa analisar os vetos presidenciais primeiro. Na lista, constam 24 vetos trancando a pauta. Caso não haja acordo, a sessão pode se alongar e não chegar à análise da meta fiscal.

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