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O Brasil no século XVII

Antônio Augusto Ribeiro Brandão

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h48

Este é o segundo de uma série de cinco artigos que estou escrevendo sobre o Brasil através dos séculos, tentando comparar suas experiências de colonização e desenvolvimento com as ocorridas nos Estados Unidos e na Europa, no mesmo período, guardadas as devidas circunstâncias presentes e enfrentadas por cada um desses países.
A experiência das Capitanias Hereditárias não deu certo; esse insucesso pode ser explicado basicamente pela forma como foram doadas e pelo maior interesse dos portugueses àquela altura voltado para os seus negócios, na África e Ásia, além naturalmente daquelas outras limitações tradicionais citadas pelos historiadores.
A União Ibérica, mais tarde demonstrada desfavorável a Portugal, tornou obsoletas as normas sobre limites estabelecidos pelo Tratado das Tordesilhas; durou de 1580 a 1640, manteve o Brasil sob o domínio espanhol durante 60 anos e “promoveu alterações administrativas nas colônias portuguesas”, dividindo nosso país em dois lados, um deles com sede em São Luís, que havia sido fundada pelos franceses, em 1612, com o objetivo de implantar a França Equinocial e participar da “crescente economia açucareira”.
Esse período de domínio espanhol teve fortes motivos de ordem econômica tais como o comércio de açúcar e a extração de metais, além de razões religiosas entre os católicos e protestantes invasores.
Em 1621, a fundação da Companhia das Índias Ocidentais foi uma iniciativa digna de registro e organização considerada ainda nos dias de hoje; era uma empresa de capital misto e talvez a primeira experiência de uma parceria público privada, “que visava principalmente à exploração comercial da América”.
O processo de colonização dos Estados Unidos, começado pelos ingleses e que culminou na sua independência, aconteceu de forma bem diferente e melhor estruturado ao desenvolvimento.
Houve uma divisão em Colônias: Norte e Sul. As do Norte tinham a finalidade de um espaço próspero e destinado à habitação, de permanência nas terras conquistadas e com os seguintes e principais objetivos: “mão de obra livre, pequenas propriedades e produção para o consumo do mercado interno”; as colônias do Sul foram exploradas e eram submetidas a um “Pacto colonial”, mais ou menos como aconteceu com o Brasil, com mão de obra escrava e produção para exportação à Metrópole.
Na Europa do século XVII ruiu a hegemonia dos ibéricos para duas novas potências: Holanda e Inglaterra, fazendo esses países fortalecerem suas economias. Portugal e Espanha entraram em acentuado declínio e nem a descoberta de metais preciosos, no Brasil, beneficiou o reino lusitano.
Conforme referido anteriormente, a União Ibérica acabou por trazer prejuízos ao reino lusitano, gerando uma grave crise: Portugal teve suas colônias, na América e em África, invadidas, pois havia alicerçado sua economia na sua pura e simples exploração.
É desse tempo a fundação de São Luís e a Revolta de Beckman; também a presença de Maurício de Nassau, no Brasil, de 1637 até 1654, comandando uma segunda expedição, “para administrar as terras conquistadas e estabelecer uma colônia holandesa.”

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