Risco

Desaba parte de teto de mais um casarão no Centro Histórico

Incidente ocorreu na noite de domingo durante uma chuva que atingiu a cidade; fato reacende as discussões sobre o estado de conservação dos imóveis do centro histórico da capital maranhense

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48
Casarão localizado na esquina da Rua de Santana, em frente à Praça da Alegria, perdeu parte do teto com a chuva
Casarão localizado na esquina da Rua de Santana, em frente à Praça da Alegria, perdeu parte do teto com a chuva (Casarão)

O desabamento de parte do teto de um casarão no centro de São Luís que ocorreu na noite de domingo, dia 8, voltou a chamar a atenção para a precária estrutura física desses imóveis. A falta de conservação desses prédios por parte dos proprietários é a principal causa de ocorrências como essas.

O imóvel no qual parte do teto desabou é o de nº 215 e fica localizado na esquina entre as ruas de Santana e do Norte, em frente à Praça da Alegria. De acordo com comerciantes, o desabamento aconteceu na noite de domingo, durante uma chuva que atingiu alguns pontos da capital maranhense naquele dia.

Ninguém saiu ferido. Na manhã de ontem, as telhas que caíram foram retiradas do chão e o local foi limpo. Ainda assim era possível observar alguns sinais do incidente que aconteceu durante a noite anterior.

Riscos

Os riscos ainda estão presentes no local. A estrutura física do telhado do imóvel está comprometida e a qualquer momento incidentes como o que aconteceu no domingo podem ser registrados novamente e dessa vez com vítimas, caso uma pessoa esteja passando pela calçada no momento de um eventual desabamento.

O imóvel estava fechado e os responsáveis pelo casarão não foram localizados. Mesmo assim, do lado de fora, é possível observar diversos buracos existentes no teto da propriedade e outras partes que já cederam por causa da ação do tempo aliada com a falta de conservação.

De acordo com um levantamento feito pela Defesa Civil cerca de 29 casarões do Centro Histórico da capital maranhense podem desabar por causa da falta de conservação. Além disso, há outros pontos classificados como de risco de deslizamentos ou desabamentos.

Os números da superintendência estadual do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) mostram também uma realidade preocupante. Dos mais de 5 mil imóveis tombados e preservados pelo patrimônio histórico, cerca de 110 estão em precário estado abandono pelos seus proprietários.

Os imóveis são datados dos séculos XVIII e XIX estão se deteriorando gradativamente. Eles ainda guardam alguns registros de um passado vivido nas épocas colonial e imperial. Mas essas memórias estão se perdendo ao passo em que avança a degradação.

Muitos dos imóveis do Centro Histórico da cidade, principalmente aqueles localizados no bairro da Praia Grande, estão com paredes rachadas ou com o reboco comprometido; telhado ou parte dele desabando; madeira do assoalho solta; sem portas ou janelas. Em alguns, as paredes já foram tomadas por plantas que crescem sem controle. Muitas das ruínas servem ainda como depósito de lixo e esconderijo para usuários de drogas.

Mais

Conjunto arquitetônico de São Lúis

Conhecida como Cidade dos Azulejos, São Luís tem o maior conjunto arquitetônico de origem portuguesa da América Latina. Seu Centro Histórico reúne mais de 5 mil imóveis remanescentes dos séculos XVIII e XIX que têm proteção estadual e federal. Por sua riqueza arquitetônica, a capital foi tombada pelo Iphan em 1974 e inscrita como Patrimônio Mundial da Unesco em 1997. Apesar da importância histórica e artística, o conjunto arquitetônico não é tratado com o devido cuidado.

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