O vice-presidente Michel Temer confirmou ontem, em conversa reservada com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que a presença do PSDB em seu eventual governo, no caso de impeachment da presidente Dilma Rousseff, é "vital" para a viabilidade da nova gestão.
Pelos planos de Temer, o PSDB comandará dois ministérios. Inicialmente, reservaram-se para os tucanos as pastas da Educação e das Cidades. O desejo de Temer é o de que o senador José Serra assuma a primeira.
Para o DEM, será destinado um ministério, provavelmente o das Comunicações. Por ora, os nomes mais cotados são os de José Carlos Aleluia (BA) e Mendonça Filho (PE). Temer cogita também indicar Rodrigo Maia (RJ) para a função de líder do governo na Câmara.
Embora o senador Aécio Neves (PSDB-MG) apareça na foto do encontro com Renan Calheiros, ele não participou da conversa com Temer e Renan. O tucano e os peemedebistas marcaram uma reunião entre os três para a próxima semana. Nos últimos dias, interlocutores têm dito que Temer que levar "o PSDB inteiro" para o governo e o senador José Serra (SP) é um dos tucanos mais cotados para assumir uma pasta de relevância.
“Se ele [Temer] procurar cargos no PSDB, reitero que não vamos criar dificuldades para que forme um governo de qualidade, mas não condicionamos, em nenhum momento, o apoio a essa agenda emergencial para o Brasil a uma participação no governo”, disse Aécio, já fora da reunião. “Não vamos vetar nomes”, completou.
Já a conversa entre Renan e Temer reaproximou os peemedebistas, que vinham trocando acusações públicas nos últimos meses e chegaram a disputar a hegemonia dentro do partido. O vice e o senador falaram por quase duas horas na residência oficial do Senado e chegaram a trocar alguns elogios.
"Michel, nós tivemos mais convergências do que divergências”, declarou Renan, sendo prontamente respondido por Temer: “Claro, você sempre me ajudou Renan. Quero que você continue me ajudando e veja como você pode fazer isso”.
DEM pode voltar ao poder com Temer
A caminho de completar 14 anos na oposição, os dois principais adversários políticos do PT estão prestes a retornar ao primeiro escalão do governo federal. Além do PSDB, Michel Temer decidiu incluir o DEM na sua equipe ministerial.
Substituto constitucional de Dilma, Temer recebeu também na noite de terça-feira, 26, a visita do prefeito de Salvador, ACM Neto, principal estrela do DEM fora do Congresso. Conversaram sobre o retorno da legenda à Esplanada.
E acertaram que o arremate da negociação será feito em reunião com a participação do senador Agripino Maia (RN), presidente do DEM federal.
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