Um estudo inédito de pesquisadores norte-americanos faz uma análise sobre como a atuação dos pais nas redes sociais afeta suas famílias, revelando os sentimentos das crianças diante das mudanças impostas à convivência familiar pelas modernas tecnologias. Foram pesquisadas 249 famílias com crianças de idades entre 10 e 17 anos, que foram questionadas sobre as regras familiares e que expectativas tinham com o uso da tecnologia, como também quais regras eram mais fáceis ou difíceis de seguir.
Sob o título “Não na mesa do jantar: Perspectivas dos pais e dos filhos sobre Regras de Tecnologia da família”, o estudo realizado por pesquisadores das universidades de Michigan e de Washington foi apresentado em março na Conferência da “Association for Computing Machinery”, em São Francisco.
As crianças ouvidas querem que os pais não postem informações sem a permissão deles. Para muitas crianças, o material postado foi classificado de embaraçoso, e elas ficaram ainda mais frustradas quando seus pais continuaram publicando o tipo de material.
Ainda de acordo com o estudo, as crianças querem que seus pais façam o que ensinam, ou seja, não usem, por exemplo, a internet durante as refeições. E aceitam que os pais estabeleçam e façam cumprir as regras relacionadas com a tecnologia para protegê-las, mas acreditam que devem ter liberdade para tomar suas próprias decisões sobre o uso da tecnologia, sem interferência.
Na visão das crianças, os pais devem usar esse tipo de tecnologia com moderação e em equilíbrio com outras atividades e nunca enquanto dirigem, nem mesmo leiam ou enviem mensagens mesmo que parados no semáforo, ou quando estiverem conversando com os filhos.
Para os filhos, segundo a pesquisa, é mais fácil seguir regras estabelecidas coletivamente e também obedecidas pelos pais. As normas que proíbem totalmente o uso de determinada tecnologia ou mídia social são mais fáceis de cumprir do que as que proíbem o uso apenas em determinadas situações, como o uso do telefone na igreja ou de envio de mensagens de texto para amigos depois de um certo horário à noite.
Então, para uma convivência harmônica entre o uso das redes sociais e a rotina familiar, sugere-se dedicar um tempo para a família sem a interferência da comunicação tecnológica, relembrar as brincadeiras entre pais e filhos e um agradável bate-papo sobre tarefas escolares e o futebol do fim de semana.
Na atual conjuntura, onde os canais de comunicação virtual tornaram-se indispensáveis nas atividades profissionais, os pais enfrentam a enorme dificuldade de dar o exemplo para os filhos, também no estabelecimento de regras para o uso de recursos tecnológicos.
E, numa sociedade cada vez mais conectada, as crianças têm facilmente ao alcance um volume inimaginável de informações que as capacitam para uma postura questionadora, inclusive das regras estabelecidas - e não cumpridas - pelos pais.
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