O fechamento da chamada “janela” aberta pelo Congresso para a troca de partidos por deputados e vereadores, provocou mudanças pontuais na composição das bancadas parlamentares na Assembleia Legislativa do Maranhão e na Câmara Municipal de São Luís.
No caso do Legislativo estadual, houve 12 mudanças antes do fim do prazo – a “janela” foi fechada no dia 18.
Por conta disso, três partidos simplesmente deixaram de existir na Assembleia: o Partido da Mulher Brasileira (PMB), que tinha dois deputados – Stênio Rezende e Cabo Campos, ambos agora filiados ao DEM, juntando-se a Antônio Pereira; o PTdoB, que perdeu Fábio Braga para o Solidariedade; e o PPS, após a saída de Wellington do Curso, este ainda sem partido.
No caso do PMB, as defecções já eram esperadas, uma vez que essa é uma legenda nova, e já vinha sendo usada em todo o país por deputados que pretendiam mudar de sigla sem ser alcançados por questionamentos judiciais por infidelidade partidária.
De outro lado, o PRP ganhou representatividade, com a saída de Max Barros do PMDB.
Crescimento - Com as trocas, o partido que mais cresceu foi o PCdoB. Apoiado na influência que o governador Flávio Dino tem exercido nas decisões do Legislativo, os comunistas – que já contavam com três deputados (Marco Aurélio, Othelino Neto e Raimundo Cutrim) – agora são seis em plenário.
Chegaram as deputadas Ana do Gás (ex-PRB) e Francisca Primo (PT) e o deputado Levi Pontes, que desfiliou-se do Solidariedade.
O PSB ganhou mais dois deputados: o líder do governo, Rogério Cafeteira, oriundo do PSC; e o deputado Edson Araújo, que saiu do PSL. O Solidariedade, além de Fábio Braga, recebeu, ainda, a adesão de Ricardo Rios (ex-PEN).
Apesar das várias mudanças, o troca-troca de deputados não deve ter efeitos para o cálculo do tempo de partidos ou blocos, nem nas comissões, como explicou a O Estado o 1º vice-presidente da Casa, deputado Othelino Neto (PCdoB).
“As mudanças ocorreram todas dentro dos próprios blocos e, agora, a única alteração que pode ocorrer fora disso depende da escolha do deputado Wellington do Curso. De acordo com o partido que ele escolher se filiar, pode haver uma alteração de número em algum bloco, mas nada que modifique o cálculo de tempo, nem a composição das comissões”, destacou.
Como ficam as bancadas
PCdoB – 6 deputados
PDT – 5 deputados
PV – 4 deputados
PSB – 3 deputados
DEM – 3 deputados
PMDB – 3 deputados
Solidariedade – 2 deputados
PR – 2 deputados
PSDB – 1 deputado
PROS – 1 deputado
PSD – 1 deputado
PRB – 1 deputado
PTC – 1 deputado
PSL – 1 deputado
PT – 1 deputado
PMN – 1 deputado
PHS – 1 deputado
PEN – 1 deputado
PSDC – 1 deputado
PSC – 1 deputado
PRP - 1 deputado
Mudanças também ocorreram na Câmara
Treze vereadores trocaram de partido durante a janela que abriu espaço para que políticos de mandatos proporcionais (deputados e vereadores) pudessem mudar de partido sem a perda do cargo. A troca foi possível até a última sexta-feira (18).
O maior beneficiado com a troca foi o PSDB, comandado atualmente pelo vice-governador Carlos Brandão. A sigla passa de três para quatro vereadores com a chegada de Josué Pinheiro que pertencia ao PSDC. Ele divide a bancada do parido com os vereadores José Joaquim Guimarães, Gutemberg Araújo e Eidimar Gomes que se efetivou na cadeira depois da eleição de Sérgio Frota para deputado, em 2014.
Outra sigla com quatro vereadores é o PDT, que ganhou a filiação de Osmar Filho. O líder do governo na Casa divide bancada com os vereadores Pavão Filho, Barbosa Lages e Ivaldo Rodrigues.
Outro beneficiado foi o PP do deputado federal Waldir Maranhão. Passam a integrar as fileiras do partido os vereadores Francisco Chaguinhas e Manoel Rego.
Já o PR, que antes não tinha nenhum representante na Câmara, recebeu a filiação do presidente da Casa, vereador Astro de Ogum. A legenda aguarda ainda a filiação de Sebastião Albuquerque, que deixou o DEM.
O maior prejudicado com as mudanças foi o Partido Trabalhista do Brasil (PTdoB), que era a segunda maior bancada da Câmara com três vereadores, mas agora terá apenas um representante, o vereador Marlon Garcia. Um dos principais fatores que levaram o partido a perder representantes foi o anúncio de desfiliação da vereadora Luciana Mendes, que deixou a legenda e deve anunciar até o dia 2 de abril, sua nova sigla por onde pretende disputar a reeleição.
Com a saída de Bárbara Soeiro, o PMN que tinha dois vereadores na Câmara – além dela, foi eleito pelo partido o vereador Astro de Ogum – deixou de ter representatividade na Casa. A vereadora Rose Sales foi a única na Casa que mudou de partido quatro vezes. Elegeu-se pelo PCdoB, depois foi para o PP, em seguida migrou para o PV e hoje está no PMB, que passou a ter representação no Parlamento Municipal.
O vereador Antônio Marcos Silva, o Marquinhos foi eleito pelo PRB, mas acabou se filiando ao DEM. Beto Castro deixou o PRTB e se filiou ao Pros. Fechada a janela partidária, o PSDB e PDT seguem como maiores bancadas da Câmara, agora com quatro parlamentares. O PMN, PHS, PV e PRTB perderam representação e o PP, PROS, PR e PMB passam a ter representantes na Câmara.
Estevão Aragão que já havia trocado o PPS pelo SD, fez mais uma mudanças, e agora está no PSB.
Vereadores ainda buscam partidos
Na Câmara Municipal de São Luís, o troca-troca partidário não acabou com o final da “janela”. Pelo menos cinco vereadores de São Luís se desfilaram, mas ainda buscam novas legendas.
O prazo de filiação encerra no dia 2 de abril, exatamente seis meses antes da eleição de outubro deste ano.
O vereador Sebastião Albuquerque, por exemplo, enfrenta dificuldades para encontrar uma nova legenda de olho na reeleição. Ele deixou o DEM e desde então tenta filiação a um novo partido. Já conversou com PEN e PHS, mas o caminho mais provável é o PR.
O vereador Ricardo Diniz deixou o PHS e também busca uma nova legenda para disputar a reeleição. O PPS e PRTB são cotados.
Quem está na mesma situação e a vereadora Bárbara Soeiro que saiu do PMN. Ela ainda está avaliando os convites. Luciana Mendes deixou o PTdoB e pretende disputar a reeleição por um dos partidos que lhe fizeram convites, um deles é o PP.
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