Governo Dilma

Dilma vê em Lula última cartada contra O impeachment

Ministros e aliados do governo davam como certa, ontem, a noemação do ex-presidente para o ministério

Marco Aurélio D''Eça

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
Lula passou a tarde em conversas com Dilma e o núcleo mais próximo da presidente no Palácio do Planalto
Lula passou a tarde em conversas com Dilma e o núcleo mais próximo da presidente no Palácio do Planalto (Lula e Diloma conversam em Brasília)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a tarde ontem e o início da noite reunido com a presiente Dilma Rousseff, para acertar a sua entrada no Ministério. Ele deverá assumir a secretaria de governo, com o poder de ser o articulador do Palácio do Planalto no Congresso Nacional. E a missão é clara: tentar salvar o mandato da presidente petista.

Embora até o fechamento desta edição o ex-presidente não tenha declarado oficialmente se aceita ou não o cargo, a nomeação já era dada como certa desde o início da noite de ontem. O Palácio do Planalto aposta que o ex-presidente possa funcionar como articulador político para tentar barrar o processo de impeachment.

Apesar das negativas oficiais, aliados de Lula admitem que, com o status de ministro, ele sai do foro do juiz Sérgio Moro, só podendo ser investigado com autorização do STF, o que é considerado um alívio para o grupo mais próximo de Lula.

Embora a presidente Dilma Rousseff já tenha fechado questão em relação a Lula assumir a coordenação política do governo, alguns petistas reconhecem que isso pode causar mais turbulência no ambiente político de Brasília, já que o fato de o ex-presidente estar sendo investigado pode levar o foco da Lava Jato ainda mais para dentro do Palácio do Planalto.

Há pelo menos duas semanas Dilma v em tentando convencer Lula a assumir o Ministério, sempre com a resistência dele. O ex-presidente passou a admitir a possibilidade após sua condução coercitiva para depor na Polícia Federal e quando o Ministério Público de São Paulo entrou com pedido de prisão preventiva contra ele – processo depois encaminhado pela Justiça de São Paulo ao juiz Sérgio moro.

Com o status de ministro, Lula só pode ser ionvestiado pelo procurador-geral da República e julgado pelo ministro Teori Zavaski, do Supremo Tribunal Federal, que coordena as ações da Lava Jato.

Oposição tenta impedir nomeação

Os líderes dos partidos de oposição na Câmara dos Deputados entraram com ação popular, com pedido de medida liminar, na Justiça Federal nas 27 unidades da federação para tentar impedir a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para um ministério no governo Dilma Rousseff. A ação foi protocolada eletronicamente nesta terça-feira (15) de Brasília para todos os 26 estados e o Distrito Federal.

O anúncio foi feito pelos líderes do DEM, Pauderney Avelino (AM), do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), e do PPS, Rubens Bueno (PR), e pelo deputado Alberto Fraga (DEM-DF), na presença de líderes de mais de 40 movimentos populares que trabalharam na convocação das manifestações de domingo (13), entre os quais o Vem pra Rua, o Nas Ruas, o Revoltados Online e o Avança, Brasil. Os líderes dos movimentos fizeram, em seguida, um protesto contra o governo.

"Qualquer juiz federal poderá acolher essa ação em primeira instância e, se fizer isso, a presidente poderá responder por crime de desobediência e obstrução da Justiça, uma vez que é claro o objetivo de blindar Lula para que ele não se encontre tête-à-tête [frente a frente] com o juiz Moro em Curitiba”, disse Avelino. Juiz da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, Sérgio Moro é o responsável pelos inquéritos da Operação Lava Jato em primeira instância.

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