Dados do IBGE

Quase 2 mil postos de trabalho foram fechados em janeiro deste ano em SL

Capital foi a cidade maranhense com pior resultado no primeiro mês do ano, representando 61,55% dos desempregados do início de 2016; em todo o estado, a construção civil foi o setor que mais desempregou

Jock Dean / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

SÃO LUÍS - Se teve um assunto tratado por todo mundo em 2015 foi a crise. Inflação, desemprego, economia parada, instabilidade política. Cenário que fez com que o Brasil encerrasse o ano de 2015 com aumento na taxa de desemprego. De acordo com o Institu­to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa média de de­socupação de janeiro a dezembro foi estimada em 6,8% em 2015 e em 4,8% em 2014. E os trabalhadores de São Luís também sentiram os reflexos da crise econômica que levaram as empresas a fecharem postos de trabalho. Somente em janeiro deste ano, 1.995 postos de trabalho foram fechados na capital. O Estado começa hoje uma nova série, que vai mostrar os caminhos que desempregados de São Luís estão trilhando para fugir da crise.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que monitora 52 cidades maranhenses. A capital foi a cidade com o pior resultado apurado em janeiro deste ano, somando 61,55% dos postos de trabalho fechados no Maranhão no primeiro mês do ano. Ruim para Ana Maria Pereira, que tinha esperanças de começar 2016 de carteira assinada. Em 2015, ela foi contratada para uma das vagas temporárias que o comércio oferece. “Eu estava cheia de esperança e me esforcei muito, mas acabou o contrato e todos os trabalhadores temporários da loja fomos dispensados”, afirmou.

É que o setor foi um dos que mais fechou postos de trabalho no começo desse ano no estado, 861. Mas o setor em que mais isso ocorreu foi a construção civil, que perdeu 2.048 postos, uma queda de 3,34%. Esse percentual corresponde a 63,19% de todos os postos de trabalho fechados em janeiro deste ano, no Maranhão. Os dados mostram uma retração de 0,68% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior.

Na lista de atividades monitoradas pelo Caged que também registram o fechamento de postos de trabalho no estado estão a indústria de transformação, agropecuária, extrativa mineral, administração pública e serviços industriais de utilidade pública.

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Geração de empregos
Mas há exceções. O setor de serviços gerou 245 novos empregos em janeiro deste ano, crescimento de 0,13%. Já Imperatriz, diferente de São Luís, se destacou com a geração de 139 vagas de trabalho com carteira assinada, seguido de Grajaú com 59 e Codó com 41.

Em 2015, o mercado de trabalho maranhense registrou o pior resultado desde 2003, ao encerrar o ano de forma negativa. No período, conforme o balanço do Caged, fo­ram eliminados 16.489 empregos, redução de 3,36%.

Sem emprego, Ana Maria Pereira continua em busca por uma vaga e, além de deixar currículos em empresas, vai frequentemente à Agência de Trabalho do Sine, em São Luís. “Eu vejo no site as vagas que estão oferecendo no dia e, se for na área que estou buscando, vou até lá. O importante é tentar até conseguir”, afirmou.

SAIBA MAIS
Menos vagas

Em 2015, o número de vagas temporárias abertas pelo comércio foi bem menor que no mesmo período de 2014, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Maranhão (Fecomércio-MA), que estimava em 1.500 o número de empregos temporários, percentual 50% menor que no ano anterior. A inflação chegando à casa de dois dígitos, os juros do cartão de crédito ultrapassando a barreira dos 400% e o nível de endividamento em São Luís oscilando em torno de 70% foram apontados como fatores que prejudicaram o consumo no ano passado.

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