SÃO LUÍS - O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), José Luiz Medeiros, desabafou nesta sexta-feira (26), em entrevista ao O Estado Online, sobre as críticas e polêmicas que têm "tirado o sono" dos empresários, da Prefeitura de São Luís e, sobretudo, da população nos últimos dias.
Medeiros afirmou que o setor de transporte na capital vive uma crise que tem se estendido ano a ano. Com os constantes aumentos do salário mínimo e do preço do diesel, por exemplo, o déficit nos cofres tem aumentado cada vez mais, segundo ele.
Com arrecadação menor, alguns empresários tiveram de conseguir empréstimos em bancos para cumprir acordo e pôr fim a fim da greve dos rodoviários que deixou a capital praticamente sem ônibus na terça-feira (23). "Foi a única maneira que alguns encontraram e nem todas conseguiram o empréstimo", afirmou o presidente do SET.
Ele disse, ainda, que o transporte "pirata" também contribuiu para a queda na receita das empresas. "É algo que não se pode culpar as empresas e sim o governo, que permite esse tipo de coisa. É uma incoerência e uma injustiça", disse.
Critica
O presidente do SET criticou, ainda, o posicionamento do poder público frente ao impasse entre empresários, rodoviários e a população. "São Luís não tem política de transporte. Em São Luís se faz política com o transporte", disparou.
Ele também reclamou do preço da tarifa e da qualidade do serviço oferecido na capital. "A tarifa mais cara de São Luís é a mais barata do país. Dezesseis capitais aumentaram recentemente o preço das passagens, mas aqui ninguém liga. Querem um serviço pelo qual não se quer pagar e o governo não está preocupado"
Reajuste
O último reajuste das passagens de ônibus de São Luís ocorreu no dia 27 de março de 2015. Na ocasião, os preços passaram de R$ 1,60 para R$ 1,90; R$ 1,90 para R$ 2,20 e R$ 2,40 para R$ 2,80. O aumento, porém, desagradou a população e durante três dias houve protestos na capital. No dia 3 de abril, a Prefeitura anunciou uma redução de R$ 0,20 no valor da tarifa mais cara, que havia sido reajustada para R$ 2,80 e passou a custar R$ 2,60.
O reajuste anterior foi concedido em junho de 2014, quando o preço das passagens de ônibus sofreram acréscimo de R$ 0,30. O reajuste no valor das tarifas em 2014 foi o desfecho da greve dos rodoviários, que já se estendia por 16 dias.
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