Doenças

Pombos nas ruas representam risco à saúde em São Luís

Grande quantidade das aves pode ser observada nas praças Maria Aragão e João Lisboa e até na Av. Litorânea; especialista alerta para perigo de doenças

Leandro Santos/O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
Pombos na Praça Maria Aragão, um dos espaços ocupados  pelas aves
Pombos na Praça Maria Aragão, um dos espaços ocupados pelas aves (pombos)

Eles estão por todos os cantos da capital. Em ruas, pra­ças, edifícios e em outros locais. A quantidade de pombos em São Luís vem aumentando com o passar do tempo. Apesar de parecerem inofensivos, esses animais transmitem doenças que podem causar sérios danos para a saúde.


Na cidade, uma grande quantidade dessas aves pode ser encontrada nas praças Maria Aragão e João Lisboa, ambas localizadas no centro da cidade. Na primeira, há dias em que a quantidade de pombos no logradouro é tão grande que chama a atenção das pessoas que passam no local de ônibus. Quando eles voam é possível ter noção da quantidade de animais no espaço.


Já na João Lisboa, a situação é semelhante. Os pombos se tornaram parte do cenário do logradouro e muitas vezes não se incomodam ou se assustam mais com a presença das pessoas caminhando pelo local, tendo em vista ainda que a praça é uma das mais movimentadas da cidade.

Novos espaços
De acordo com o professor do cur­so de Veterinária da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) Nordman Wall, a população de pombos na cidade vem aumentando com o passar do tempo. Como exemplo, ele citou a Avenida Litorânea e as regiões da orla marítima da cidade nas quais antes essas aves não eram vistas, e atualmente elas passaram a frequentar esses espaços. “O desmatamento das áreas verdes vem causando essa situação”, explicou o professor.

Como eles passaram a fazer par­te do ambiente urbano não apenas de São Luís, mas também de grandes cidades brasileiras, muitas pessoas adotaram a prática de alimen­tar essas aves, atitude esse que, além de errada, foi reprovada pelo professor da Uema.


“Se as pessoas não derem alimento, eles vão buscá-los em outros locais e voltarão para o ambiente natural deles. Dessa forma, eles vão até servir melhor todos nós porque são importantes transportadores de sementes”, disse o professor Nordman Wall.

Transtornos

E quanto maior a quantidade de pombos na cidade, maiores também são os transtornos causados por eles. Na Praça João Lisboa, on­de é grande a concentração dessas aves, as pessoas que andam pe­lo local estão sujeitas a passarem por uma situação desagradável que é ser atingida na cabeça ou outra parte do corpo pelas fezes desses animais, que ficam sobrevoando a região.


Os motoristas também estão sujeitos a situações semelhantes, mas desta vez envolvendo os seus automóveis. Não são raras as vezes em que os condutores deixam os seus carros estacionados nas proximidades do logradouro e, quando voltam, são surpreendidos com fezes em seus veículos.

E são justamente as fezes dos pombos que representam os maiores riscos para a saudade das pessoas. O ar contaminado com os dejetos dessas aves pode provocar doenças, como a criptococose, uma inflamação no cérebro, que no início tem os sintomas de uma gripe; a histoplasmose, que causa infecção nos pulmões; e ainda uma série de outras alergias.

Contudo, o professor da Uema advertiu que apenas em locais fechados é mais provável a inalação do ar contaminado pelos fungos existentes das fezes dos pombos e que podem causar doenças. Em locais abertos, como nas praças, a contaminação tornar-se mais difícil. “Mesmo assim, eles causam sujeira e isso incomoda”, destacou Wall.

Saiba Mais

Micro-organismos nas penas

Os pombos também podem transportar alguns micro-organismos nas penas. Por causa disso, podem causar dermatites caso entrem em contato com os seres humanos. As dermatites causam muita coceira, infecções e até se transformam em alergias que afetam o sistema respiratório.
Os pombos não devem ser mortos, apenas controlados, já que têm importância ambiental assim como outras aves. A melhor forma de evitar a contaminação de doenças transmitidas pelos pombos é não criar condições para a proliferação da ave perto de residências, não dando alimento e água. Manter forros, calhas e telhas sempre limpos também ajuda muito quando o objetivo é afastar essas aves de sua casa.

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