A guerra contra o Aedes aegypti teve mais uma batalha ontem, quando ocor­reu o Dia de Mobilização contra o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. No Maranhão, a ação aconteceu em São Luís, Alcântara e Imperatriz. Na capital, a abertura ocorreu na praça do bairro São Francisco, pela ma­nhã, e reuniu autoridades, a exemplo do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner; do governador Flávio Dino (PCdoB); do prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PDT), e de representantes das Forças Armadas (Exér­cito, Marinha e Aeronáutica).

Acompanhados de militares, agen­tes de endemias e agentes comunitários de saúde percorreram casas e comércios nos bairros São Francisco e Ilhinha buscando identificar e erradicar focos do mosquito, bem como despertar a consciência dos moradores para necessidade de cuidarem de suas propriedades e eliminar os criadouros. À tarde, as equipes se deslocaram para os bairros do João Paulo e Bairro de Fátima.

De acordo com o coronel Azevedo, do 24º Batalhão de Infantaria Leve, os bairros São Francisco e Ilhinha foram escolhidos para a ação por serem considerados de alto risco de infestação do mosquito, de acordo com o Levantamento de Índice Rápido do Aedes Aegypti (Lira). “E os bairros do João Paulo e Bairro de Fátima pela proximidade com o 24º Batalhão”, observou.

Continuidade

Embora ontem tenha sido o dia de mobilização, as ações devem continuar, inclusive com a presença dos militares. De 15 a 18 deste mês, continuarão as visitas domiciliares, de 19 a 4 de março, as ações serão nas escolas, em uma parceria entre os ministérios da Defesa e da Educação.

No Maranhão, a intenção é de que mais de 8 mil imóveis sejam visitados por 286 agentes de endemias e 48 supervisores de campo do município de São Luís, acompanhados de 376 militares do Exército, Aeronáutica e Marinha, além de 100 homens da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Assim como São Luís, as cidades de Alcântara e Imperatriz também foram alvo da mobilização. No total, cerca de 1.200 profissionais participaram da ação.

Para o ministro Jaques Wagner, os poderes públicos precisam fazer sua parte, mas é imprescindível que a sociedade também se mobi­lize. “Cerca de 70% dos focos do mosquito estão nas residências, empresas e indústrias. Para vencermos o Aedes, é necessário que este comportamento [de fazer a limpeza dos reservatórios e eliminar focos] seja algo da nossa rotina e não apenas de um dia somente. O que estamos fazendo aqui hoje integra um conjunto de ações do Governo Federal que tem buscado parcerias inclusive com os Estados Unidos e Inglaterra para que se desenvolvam vacinas contras a dengue e o zika, além de outras frentes”, destacou o ministro.

Microcefalia

Já o governador Flávio Dino salientou algumas ações que têm sido implantadas a fim de combater o mosquito e tratar os casos de microcefalia confirmados no Maranhão. “Editamos uma Medida Provisória que autoriza a entrada dos agentes de endemias em casas abandonadas ou fechadas há bastante tempo e faremos ainda um centro especializado para atender mães e bebês com microcefalia que funcionará onde era a Maternidade Benedito Leite”, destacou o governador.

Ele anunciou ainda que fará uma premiação para os municípios que obtiverem índices até 1% de infestação do mosquito com base no Lira. “Este índice mostra que até 1% é satisfatório. A partir de 2%, acendemos a luz amarela e acima de 3% é muito preocupante. Esta premiação será efetuada em dinheiro e minha vontade é que seja distribuído entre os agentes de saúde e de endemias, mas isto vai ficar a critério de cada município”, disse Flávio Dino.

Ele disse ainda que o Governo do Estado entregará 120 mil frascos de repelentes a grávidas que estiverem dentro dos programas sociais dos governos federal e estadual. “Especialmente para aquelas que estiverem no primeiro trimestre da gestação”, ressaltou.

O prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior, ressaltou que a Prefeitura tem trabalhado em setores como infraestrutura, saneamento e asfaltamento também como forma de combate ao mosquito. “Mas precisamos do apoio da população e é por isso que fazemos este chamamento público”, completou.

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