CINEMA

Curta o AMOR

Ator maranhense Al Danuzio e atriz global Thaila Ayala estrelam o curta-metragem “When Red is White”; produção está em fase de finalização e carece de investimentos

Italo Stauffenberg/O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h51
Al Danuzio e Thaila Ayala protagonizam filme sobre um casal de cegos.
Al Danuzio e Thaila Ayala protagonizam filme sobre um casal de cegos. (al dunuzio e thaila ayala )

“Não uma história de amor, mas uma história sobre o amor”. Essa é a descrição do produtor Ricardo Diaz-Guillen sobre o curta-metragem “When Red is White (A nova cor do amor)”, que é roteirizado e estrelado pelo ator maranhense Al Danuzio e também contou com a atuação da atriz global Thaila Ayala. O filme narra à história de dois personagens que lidam com a cegueira e descobrem o amor através das sensações.

Luís (Danuzio) sofreu um grave acidente e ficou cego. Antes, ele era jogador de futebol. Sara (Thaila) nasceu cega e trabalha como professora voluntária. Um dia, em uma Associação para Cegos e Deficientes Visuais, eles se conhecem e desenvolvem uma paixão ardente. A experiência despertará angústias, anseios, limitações e inúmeras sensações.

“Quando amamos alguém usamos todos os sentidos com essa pessoa. As sensações adquiridas nessa troca é que muitas vezes chamamos de amor, e nossa intenção é mostrar isso na tela de cinema de maneira que todos possam ‘ver’ independente de se o espectador é deficiente visual ou não”, adiantou Danuzio.

O curta tem inspiração de personagens reais e da ficção. É o caso de Luís, que foi inspirado no avô de Al Danuzio, que ficou cego aos 80 anos de idade. “Percebi observando-o o quanto era difícil aceitar a cegueira. Para escrever o Luís me inspirei em comportamentos que observei em personagens que não aceitam perdas e também nas visitas de férias a casa do meu avô”, disse. Além disso, o personagem faz referência a cidade de São Luís, berço do ator. Outras inspirações diretas na composição dos personagens foram o Coronel Frank Slade, feito pelo Al Pacino no filme “Perfume de Mulher” (1992), e a garota cega, do filme “Luzes da Cidade” (1931).

Para dar veracidade à atuação, tanto Danuzio quanto Ayala fizeram pesquisas aprofundadas sobre o universo dos cegos. A atriz chegou a visitar o Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, que trabalha diretamente com deficientes visuais. “Da parte da direção e da produção, descobrimos que seria muito mais interessante que o filme acontecesse na casa da Sara e não na do Luís, como estava inicialmente no roteiro. A Sara nasceu cega, portanto, tivemos que pesquisar para ver como seria a casa de alguém que nunca viu. Móveis sem ponta e o mais próximo possível das paredes para diminuir o risco de acidentes. Detalhes que cegos perceberiam”, comentou.

Al Danuzio engordou quatro quilos para representar o Luís. “Foi interessante deixar a minha vaidade própria de lado para interpretar um personagem que já não tinha vaidade nenhuma”, frisou.

Gravação

Depois de algumas conversas com atrizes, Thaila Ayala foi a que mais se demonstrou interessada em participar do projeto. “Ela é super pra cima e dedicada ao trabalho do ator. Não foi uma experiência tão diferente para mim por já ter tido a oportunidade de atuar com atores famosos quando fazia novelas em Miami e quando fiz o piloto da série ‘The Head of The Mouse’ na qual atuei com a Holly Hawkins e com a Victoria del Rosal. Mas foi a primeira vez que atuei com alguém super conhecido do publico brasileiro e isso teve sim um peso diferente”, completou.

Para que o curta pudesse sair do papel foi necessário o empenho de toda a equipe em um processo de captação de recursos via internet, o financiamento coletivo (crowdfunding). O objetivo era levantar US$ 15 mil, mas somente 1.200 dólares foram arrecadados. Outros cinco mil dólares foram concedidos por um investidor do Oriente Médio em troca do projeto tornar-se um longa-metragem. “Mesmo com todas essas conquistas ainda estamos buscando patrocinadores para poder terminar o filme e distribuí-lo nos melhores festivais do mundo. Quem tiver interesse de ter o seu produto ou marca ligada ao filme, pode mandar um email para whenrediswhite@gmail.com”, salientou o ator.

Cinco por cento do que foi arrecadado no financiamento coletivo será destinado para a Escola de Cegos do Maranhão, segundo Danuzio. “Sempre quis poder contribuir com a comunidade, principalmente com as pessoas do meu estado. Vi uma matéria que saiu em setembro [de 2015] onde dizia que eles precisavam de apoio, e decidi ver o que podia fazer pra ajudar”, comentou,

“When Red is White (A nova cor do amor)” tem previsão de finalização para a primeira semana de março. O curta é uma produção All Studios (Al Danúzio), (PRE)FORMA-SE Artistic Productions (Lucas Paz), Foxter Studios (Ricardo Diaz-Guillen), Martini Productions (Giullianna Martinez ) em associação com Mithraspect Productions, Green Eyes Productions, Apoio InCast e Salgadinhos Brasil. A direção é do indiano Adytia Patwardhan e produção executiva de Hasam Khushaim.

Danuzio é indicado pela terceira vez em premiação

Al Danuzio tem 17 anos de carreira no teatro e há oito anos reside em Los Angeles, nos Estados Unidos, mas já morou em Miami e Nova Iorque. Recentemente, ele graduou-se em Bacharel em Atuação para Cinema, na New York Film Academy. Seus principais trabalhos dividem-se entre a série de TV “La cabeza Del Raton”, as novelas “Corazon Valiente”, “La Casa de Al Lado (ambos na NBC/Telemundo), os curtas “Broders”, “How to Kill my boyfriend” e “When Red is White” e o longa “In Transit”, que tem estreia prevista para 2017.

O ator recebeu neste ano a terceira indicação consecutiva de melhor ator brasileiro no Brazilian Internacional Press Awards, uma premiação concedida nos Estados Unidos para brasileiros que residem naquele país e desenvolvem produções artísticas por lá. Antonio Fagundes, Regina Duarte, Washigton Olliveto, Toquinho, Bibi Ferreira, Carlinhos Brown, Jorge Ben Jor, Alcione, Claudia Abreu, Ivete Sangalo e Sam Alves foram alguns dos artistas que já ganharam o troféu no festival.

“Quando cheguei aos Estados Unidos há oito anos eu vi o quão importante era o Press Awards para os brasileiros que moram no exterior. Hoje me sinto parte dessa comunidade que tanto ama e pensa em um Brasil melhor ainda que morando no exterior. Ser reconhecido com três indicações em três anos seguidos por essas pessoas não tem preço”, destacou o maranhense.

Danuzio retornará ao Maranhão em março. Ele passará todo o ano de 2016 na terra natal e desenvolverá alguns projetos, como o “Aquarela,” a história de uma jovem e fiel esposa que nos horários de visita, tem que tomar uma difícil decisão para que o marido sobreviva na cadeia; e também estou no elenco do filme “O Homem que Namorou a Lua”, do diretor Hilter Frazão.

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