Impeachment

Cineasta diz que Chico Buarque foi vítima de burra intolerância

Cacá Diegues saiu em defesa do artista, hostilizado por anti-petistas

Marco Aurélio D''Eça

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52
Chico Buarque no momento em que fora abordado, na terça-feira, 22
Chico Buarque no momento em que fora abordado, na terça-feira, 22 (Chico Buarque abordado no Rio)

rio de janeiro - O cineasta Cacá Diegues falou sobre o episódio que testemunhou na madrugada de terça-feira, 22, quando um grupo de jovens antipetistas hostilizou Chico Buarque no Leblon. "Não é fácil ouvir alguém chamar um brasileiro como Chico Buarque de 'merda', sem que o sangue lhe suba à cabeça", destacou Diegues em artigo publicado no domingo, 27. Para ele, o cantor e escritor foi vítima de uma "intolerância burra" que ganha força no país.

"Chico Buarque foi, esta semana, vítima dessa intolerância burra. Saindo de um jantar com amigos, ele teve que ouvir, vindos do outro lado da rua, gritos hostis e grosseiros de jovens que estavam no restaurante em frente. A quase uníssona acusação era a de sua preferência partidária, uma escolha pessoal e cívica de cada cidadão livre. Gentilmente, com a cordialidade que o caracteriza, Chico atravessou a rua e foi tentar conversar com os rapazes. Mas eles não queriam ouvir argumentos ou discutir ideias, apenas desqualificavam o interlocutor que não pensava como eles", disse o cineasta.

Ameaça
Cacá Diegues argumentou que a democracia brasileira está sob ameaça de setores radicalizados da população. "Alguma coisa na crise que vivemos, ocasionada talvez pelo resultado apertado das últimas eleições, fez com que, desta vez, o país se dividisse radicalmente em dois, sem racionalidade e sem respeito pela opinião alheia, um puro exercício de ódio. O país está perigosamente dividido em clãs políticas que não admitem respirar o mesmo ar que o 'inimigo'."

"Alguma coisa na crise que vivemos fez com que o país se dividisse sem racionalidade e sem respeito pela opinião alheia". O cineasta aproveitou para frisar que o país sairá da crise mais rápido do que imagina se forem respeitados os princípios básicos da convivência democrática e se o ódio for substituído pela consciência do outro, mas sem a "falsidade histriônica de uma 'unidade nacional'". "De um lado e do outro, vamos precisar da grandeza de muitos Chico Buarque para cumprir essa meta."

Na madrugada de terça-feira (22), Chico Buarque foi hostilizado por jovens contrários ao PT na saída do restaurante Sushi, no Leblon. Apesar da agressividade dos jovens, o artista permaneceu calmo e chegou a ironizar a posição deles, dizendo que “com base na revista Veja, não dá para se informar”. Um dos agressores respondeu: “A minha opinião é a minha opinião”.

Livro
Na manhã de sábado, 26, um homem entrou na livraria de um shopping na Zona Sul do Rio de Janeiro e pichou e rasgou um exemplar do livro "O irmão alemão", do cantor e escritor.

Em uma das páginas do livro de Chico Buarque, a pessoa escreveu: “Petista, hipocrita (sic), ladrão de dinheiro público”. As informações foram divulgadas pelo jornal Correio do Brasil.

Eduardo Cunha diz que a mídia o persegue e tenta proteger o PT

rio de janeiro - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), publicou uma série de tweets no domingo, 27, tentando chamar atenção para uma "campanha absurda da mídia, notadamente da TV Globo" em favor do governo Dilma e do PT enquanto a mesma mídia tenta o "colocar como vilão do país".

Na véspera, Cunha tinha publicado mensagem no Twitter desmentindo publicação em um blog do jornal O Globo que indicava que ele havia embarcado com a família para Cuba. Mais tarde, a matéria foi editada, com a informação de que ele havia apenas embarcado a família para a ilha.

"Para os idiotas desinformados que plantam notícias falsas. Estou no Rio e segunda a tarde estarei em Brasília", escreveu o deputado no sábado, 26. "É bom que ele [o jornalista do blog] saiba que a maior parte da minha família está no Rio comigo", disse em outra publicação na rede social.

O mesmo blog, na manhã de domingo, 27, publicou pesquisa inédita do Ibope que atesta que 86% dos brasileiros querem cassação de Eduardo Cunha. O deputado, em seguida, escreveu: "É só ver a coluna de hoje [ontem],onde eu e minha família ocupam quase a metade do espaço para verem a fixação que esse pilantra tem por mim".

Em seguida, fez uma série de publicações sobre a suposta defesa do governo e perseguição a ele por parte da imprensa: “70 por cento dos brasileiros rejeitam a presidente e pedem o seu impeachment,incluindo a maior parte dos 54 milhões que a elegeram”, disse. “Fui eleito por 232 mil eleitores do Rio,como representante de parte da população”.

Cunha falou ainda: “Mesmo com uma campanha absurda de mídia,a presidente não consegue passar de um digito de aprovação”. l

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