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PMDB alega irregularidades em chapa e indefere candidatura de Andrea Murad

Direção do partido diz que três dos inscritos pela chapa “Renovar para crescer” não estão regularmente filiados e não podem participar da eleição

Gilberto Léda/O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h53
(João Alberto com dirigentes do PMDB)

A direção estadual do PMDB anunciou ontem, em coletiva realizada na sede do partido, em São Luís, o indeferimento da candidatura da deputada estadual Andrea Murad, que tenta disputar a presidência da legenda pela chapa “Renovar para crescer”. A eleição está marcada para o dia 30 de outubro.

O comunicado foi feito pelo presidente em exercício do PMDB estadual, Remi Ribeiro, acompanhado do senador João Alberto (presidente licenciado) e do secretário-geral, Carlos Couto. O deputado estadual Roberto Costa também participou da reunião.

Segundo os dirigentes partidários, o indeferimento se deu em virtude do fato de que a chapa de Andrea Murad teria sido inscrita com três membros não filiados ao PMDB.

“São dois motivos graves que impedem a disputa da chapa nas eleições do diretório estadual”, disse Couto. Segundo ele, três membros não são filiados ao partido, além de outro membro não ter direito a voto por ser membro do Conselho de Ética e Disciplina, “o que fere o estatuto”. “Nos termos do regimento, eles não têm direito a voto”, enfatizou.

“O conselho de ética funciona como primeira instância e o diretório estadual como segunda nos processos de administrativos internos. Ora, ele não pode decidir como membro do conselho e ao mesmo tempo votar”, esclareceu o secretário geral.

Recurso – Com a candidatura indeferida, a deputada Andrea Murad atua, agora, em duas frentes: uma administrativa, outra judicial.

Na primeira, ela tentará conseguir pelo próprio partido a reconsideração da decisão. A parlamentar garante que todos os membros inscritos na chapa estão regularmente filiados.

“A decisão do partido será contestada. Dois dos citados como não filiados, Wellington de Oliveira Araújo e Maria da Piedade Rodrigues estão em situação regular, conforme certidão extraída na data de hoje [ontem] do Tribunal Superior Eleitoral. Quanto a Jones Braga, sua situação de regularidade nos foi fornecida pela própria direção que agora o coloca como irregular. Ressalto ainda que a substituição está prevista no § 3º. do art. 23 do Estatuto do PMDB que faculta à chapa substituir até 48 (quarenta e oito) horas antes da Convenção, nomes na chapa proposta”, comentou.

No segundo caso, Murad segue tentando o adiamento da eleição na Justiça, sob o argumento de que o Diretório Estadual do PMDB desrespeitou o estatuto partidário ao formalizar os trâmites até o pleito.

“Existem denúncias graves sim de que o pleito não está ocorrendo conforme o próprio estatuto do PMDB e é muito natural que a nossa chapa busque medidas que nos assegurem uma disputa saudável e democrática”, declarou.

Mais - O secretário-geral do PMDB no Maranhão, Carlos Coutos, falou na coletiva sobre a denúncia de que o início do prazo para a eleição interna teria acontecido após uma reunião que não fora devidamente convocada. Ele confirmou que não publicação da convocatória no Diário Oficial, mas garantiu que todos os filiados foram comunicados. “A publicação serve para a reunião de estabelecimento do número de filiados. Sempre as reuniões de diretório foram feiras por publicações na sede e por contatos telefônicos”, justificou.

Ex-deputado defende regularidade de filiações

O ex-deputado Ricardo Murad, membro da chapa “Renovar para crescer”, manifestou-se ontem após a informação do indeferimento da candidatura de Andrea Murad.

Ele garantiu que todos os membros registrados têm filiação regular no partido e condenou a atitude do comando estadual da legenda de tentar tirar os adversários da disputa.

“João Alberto usa certidões falsas para indeferir pedido de registro da chapa ‘Renovar para Crescer’ liderada pelos deputados Hildo Rocha e Andrea Murad”, denunciou.

Murad ressaltou que, mesmo que houvesse irregularidade na filiação, a substituição de membros da chapa está prevista no estatuto do partido.

“Se verdadeira a não filiação, o caso seria de simples comunicado para a substituição das pessoas que apresentaram irregularidades na filiação. Mais um motivo para o cancelamento da eleição”, completou.

Sobre as acusações, o deputado Roberto Costa rebateu. Disse que foi a chapa “Renovar para crescer” quem fraudou assinaturas e usou homônimos para garantir preencher os requisitos de candidatura.

“Afirmamos que o sr. Ricardo Murad usou pessoas homônimas para acusar o PMDB de fraude, na tentativa de criar especulações a respeito do indeferimento da chapa encabeçada por sua filha, a deputada Andrea Murad”, destacou, em nota,

Segundo ele, a reação de Murad “não passa de mera manobra de bastidores” e a eleição está mantida para o dia 30 de outubro.

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