Protesto

Músicos fazem ato público pela volta do Circo da Cidade

A estrutura foi desmontada durante a instalação do VLT; depois de 3 anos, os artistas seguem sem o ponto de apresentações e manifestações

Atualizada em 11/10/2022 às 12h54
O ato contou com show e palco livre para artistas se manifestarem
O ato contou com show e palco livre para artistas se manifestarem (Ato circo da cidade )

O fim de semana foi marcado por mais um ato pela volta do Circo Cultural Nelson Brito, no aterro da Praia Grande. Há três anos, a estrutura foi desmontada pela Prefeitura de São Luís e houve a promessa de o circo ser novamente instalado, mas nada aconteceu ainda. No local, resta apenas a estrutura de banheiros, que está abandonada e serve de abrigo para moradores de rua.

O evento foi mais uma edição da turnê de lançamento do disco "A Sensação", da banda “Mão na Xereca”. Mas o objetivo principal foi cobrar o retorno do circo, mostrando a necessidade de espaços que possam ser ocupados pelos artistas da cidade. Em julho deste ano, o grupo já havia feito um protesto semelhante. Mas o retorno por parte da Prefeitura foi praticamente nulo desde então e as cobranças continuam.

Prejuízos - Em setembro de 2012, o Circo Cultural Nelson Brito foi desmontado para que se desse início às obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que não se concretizou. Artistas perderam um dos principais espaços disponíveis para difusão das mais diversas formas de arte. A promessa de que a estrutura seria montada no Espaço Cultural, ao lado da Praça Maria Aragão, nunca foi cumprida.

Paralelo a isso, a obra de implantação do VLT também trouxe outros prejuízos. Comprado por R$ 7 milhões pela Prefeitura de São Luís, o veículo nunca foi utilizado. Uma única "viagem-teste" foi realizada em um trecho de 800 metros, do ponto que segue do fundo do Terminal de Integração da Praia Grande, na Avenida Beira-Mar, até as proximidades do Mercado do Peixe. A compra do VLT foi realizada às vésperas das eleições municipais pelo ex-prefeito João Castelo (PSDB), que não conseguiu se reeleger. Hoje o veículo está “guardado” em um galpão da Transnordestina Logística S. A. localizado no Tirirical, em São Luís.

Protesto - O ato que contou com show e palco livre para outros artistas se manifestarem pela causa do circo foi uma das apresentações que a banda vem fazendo em espaços públicos. “Já tocamos no Parque do Bom Menino e na Reserva do Itapiracó para justamente explorar o que a cidade tem de melhor que são os locais. Os artistas às vezes reclamam que queriam uma casa de show, mas não reparam que o palco é a rua. Tem muito lugar para tocar e pessoas na periferia que às vezes não tem o dinheiro para comprar o ingresso, mas na hora que vamos lá onde eles estão, todo mundo fica interessado”, destacou o músico Eduardo Monteiro.

O músico Eleazar de Carvalho, Leleco, lembra que chegou a se apresentar em outras bandas no circo e esse era um dos poucos espaços culturais que abrigava a cultura independente de São Luís, a música autoral da terra. Agora faltam esses espaços. “Hoje só temos essas casas fechadas onde só querem colocar aquelas músicas bem populares que só o que se visa é o lucro. A gente está querendo a volta do circo justamente para difundir mais cultura sem nenhuma pretensão econômica, reabrir um espaço de cultura para a população”, afirmou.

Ainda de acordo com ele, as praças da cidade são uma alternativa para as manifestações culturais. Mas ainda faltam incentivos. “Temos várias praças que estão paradas, sem nada. Nós da banda vimos a oportunidade, um espaço para ocupar. Poderia estar rolando um incentivo por parte do poder público em colocar sempre uma atração cultural nas praças, levar a música para a população. Tivemos a iniciativa de fazer isso e encontramos muitas dificuldades na questão de liberações pelos órgãos responsáveis, mas conseguimos com nosso esforço”, lembra.

Mais

De acordo com os músicos da banda “Mão na Xereca”, a Fundação Municipal de Cultura (Func) informou que vem trabalhando no processo para montagem do Circo Cultural Nelson Brito. Mas, por questões burocráticas, como cessão de uso do solo onde ficava o circo e processos licitatórios, a estrutura ainda não pôde ser montada novamente.

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