Arrebentação

Maré de sizígia voltará a acontecer este mês e em outubro em São Luís

Fenômeno ocorre quando Sol e Lua estão alinhados em relação à Terra; a atração gravitacional entre esses dois astros se soma, criando marés de grandes amplitudes; maré atingiu nível superior a seis metros na manhã de ontem

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55

[e-s001]A maré de sizígia registrada ontem destruiu parte do calçamento da área da Praça do Sol, na Ponta d'Areia, derrubou um poste de iluminação pública e quase derruba um poste do sistema de videomonitoramento. A barreira de barro que foi levada pela maré era o que separava o mar da Rua São Marcos, via de acesso à Península da Ponta d'Areia, que agora fica com um trecho ameaçado por outras marés desse tipo. Neste ano, o fenômeno ainda deve ser registrado em setembro e outubro.

O dia de ontem começou na Ponta d'Areia com uma mancha vermelha no mar. A barreira de barro até o limite do meio-fio da Rua São Marcos foi levada pela água do mar. Junto a ela, foi derrubado o poste iluminação pública e, por muito pouco, o poste do sistema de videomonitoramento não foi levado pela água também. A causa foi a maré mais alta registrada no ano, com amplitude de 6,6 metros, pouco antes de 8h.

Ainda no começo da manhã, uma equipe da NetSolutions esteve no local com um caminhão muck para resgatar o poste onde está instalada a câmera de videomonitoramento da Secretaria de Segurança Pública. A operação foi acompanhada de longe por alguns donos de quiosques de água de coco, que também foram atingidos pela água do mar.

A vendedora Maria da Conceição Ferreira foi uma das comerciantes que estiveram no local cedo para verificar se seu quiosque também sofreu estragos. Apesar de a maré ter invadido o pequeno espaço, ela não teve prejuízos. Mas teme que o fenômeno volte a ocorrer nas mesmas proporções e os quiosques da área da Praça do Sol sejam levados pelo mar. "Em 11 anos de trabalho, ainda não tinha passado por isso. Esse foi o pior ano. Estamos com medo de perder nossos quiosques, porque é daqui que a gente tira nosso sustento e não tem quem segure essa água toda", disse.

[e-s001]Em algumas ruas mais próximas ao mar, a maré provocou alagamentos. Foi o que aconteceu no São Francisco e na própria Península da Ponta d'Areia, na Avenida Nina Rodrigues.
O mesmo aconteceu no município de Raposa, na Região Metropolitana de São Luís. O cais da cidade, reformado e urbanizado recentemente, foi tomado pela água do mar. Com o ponto mais alto da maré, a água invadiu alguns pontos da cidade, entrando em residências e estabelecimentos comerciais.

Fenômeno - Segundo o cientista ambiental Márcio Vaz, a maré registrada ontem é conhecida como maré equinocial de sizígia. As marés se devem à atração exercida pela Lua e pelo Sol sobre elas, especialmente da Lua por estar mais próxima da Terra. As marés de sizígia são mais acentuadas porque a Lua e o Sol exercem sua atração em uma mesma linha.
Nesta situação, preamar e baixa maré têm uma grande diferença em relação ao nível das águas. "A previsão é que essas marés máximas ainda aconteçam em setembro e outubro", destacou.

[e-s001]Ainda de acordo com Márcio Vaz, o Espigão Costeiro da Ponta d'Areia não pode ser considerado motivo para a erosão ocorrida na região. "O espigão evita a erosão, mas os efeitos dele ainda não chegaram àquela região. Em um prazo de 10 a 15 anos, o efeito positivo deve chegar também para essa área. O que deve se adotar são medidas paliativas como o uso de pedras para contenção", disse.

SAIBA MAIS
As marés
continuam atingindo amplitude maior que seis metros até amanhã. O fenômeno da maré de sizígia deve ocorrer novamente neste mês entre os dias 28 e 29.

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