A voz rouca das ruas

A maioria dos partidos não vai abraçar o “Fora, Cunha”, clamado pelas ruas. Quando o presidente da Câmara for denunciado pelo PGR, Rodrigo Janot, eles não pretendem pedir sua renúncia.

ILIMAR FRANCO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55

A maioria dos partidos não vai abraçar o “Fora, Cunha”, clamado pelas ruas. Quando o presidente da Câmara for denunciado pelo PGR, Rodrigo Janot, eles não pretendem pedir sua renúncia. Essa postura une o PMDB e o blocão que o elegeu. O PSDB e a oposição (DEM, Solidariedade e PSB) não querem desestabilizar Cunha. O PT vai rachar. A DS e a Mensagem vão se aliar ao PSOL e empunhar o “Fora, Cunha”.

A blindagem de Cunha

No caso de Cunha, que pode acatar um processo de impeachment contra a presidente Dilma, a oposição diz que vai esperar pela investigação. Um de seus líderes esgrimiu a “presunção da inocência”. Os deputados tucanos disseram que não pretendem “desestabilizar” Cunha. Um dirigente do DEM explica: “Não vamos blindar nem julgar”. O PT, mais uma vez, está esfacelado. Sua direção quer aguardar a investigação. Mas a DS, do ministro Miguel Rossetto, e a Mensagem, do ministro José Eduardo Cardozo, querem colocar Cunha na fogueira. E, como uma andorinha só não faz verão, o PSOL aposta nas dissidências.

“Um membro do MP não pode ser um fabricante de boatos. É direito da pessoa tomar conhecimento diretamente e não pela imprensa (de denúncia ou ação de improbidade)”

Rodrigo Janot, PGR, na sabatina do Senado em 29/8/13

Diversionismo

O PPS não vai acompanhar o PSOL na campanha pelo “Fora, Cunha”. Seu presidente, o deputado Roberto Freire, justifica: “O PSOL quer trazer a crise para dentro do Congresso. A crise está nas mãos da Dilma e do Lula. Deixa a crise lá”.

Mudar o rumo

Para se contrapor à agenda conservadora da Câmara, a deputada Luiza Erundina reuniu 30 deputados de diferentes partidos. O encontro ocorreu na terça-feira com a presença do jurista Fábio Konder Comparato (foto). Eles decidiram se reunir periodicamente para criar uma pauta progressista para colocar em discussão na Câmara.

Amanhã será um novo dia?

O PT espera mobilizar hoje 150 mil pessoas no país em defesa da democracia e contra o ajuste fiscal. No futuro, para tentar reunir um número maior de apoiadores, os petistas passarão a convocar manifestações nos domingos e feriados.

Frente única

O PSDB não vai baixar a guarda. Independentemente do que vai acontecer, os tucanos vão se manter como porta-vozes do impeachment. Alegam que não podem se desconectar dos que querem a saída da presidente Dilma. “Não queremos perder espaço para a direita. Não tem importância que a direita se agrupou”, diz um membro de sua Executiva.

Nova moldura

Os tucanos ligados ao presidente do PSDB, Aécio Neves, vão voltar a se reunir com o jurista Miguel Reale Júnior. Eles dizem que já estão admitindo que o PMDB assuma no lugar da presidente Dilma, mas que não serão o verniz do governo Temer.

Sinal fechado

Em tempo de pautas-bomba, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT), define a PEC 443 como uma “bomba atômica”. Ela vincula os salários da advocacia pública (AGU) aos salários do STF. A PEC está nas mãos de Eduardo Cunha.

MUITOS DEPUTADOS têm dito, em reuniões reservadas, que são contrários à redução da maioridade penal, mas que não iriam contrariar os eleitores.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.