Amazônia das Artes

O homem e a guerra

Montagem “10 Coisas Que Meu Pai Deveria Ter Ouvido Antes de Ir para Guerra” será apresentado nesta quarta na área externa da Galeria Trapiche

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55
Espetáculo mostra conflitos de identidade como efeito de guerra
Espetáculo mostra conflitos de identidade como efeito de guerra (10 coisas)

Imagine que situação perturbadora é conviver com filhos em meio à guerra. Agora, tente refletir que estratégia você adotaria para salvar seus filhos desse caos iminente. Bom, esses são alguns dos questionamentos levantados pela montagem “10 Coisas que meu pai deveria ter ouvido antes de ir para a guerra”, que tem apresentação única nesta quarta-feira, às 19h, na área externa da Galeria Trapiche Santo Ângelo (Praia Grande). A peça faz parte da programação do Sesc Amazônia das Artes, a entrada é gratuita e não indicada para menores de 16 anos.

Produzido pela Drao Teatro da (IN)cônstancia, o espetáculo é dirigido e foi concebido por Ivy Faladeli. O elenco é composto pelos atores Felipe Correa, André Dahmas e João Cosme.

Em cena, um coronel psicótico das forças armadas alemã, por ter medo das consequências da guerra, decide se esconder da artilharia e, na tentativa de fuga, conhece uma mulher chamada Emengarda (Felipe Correa) que cuida dos filhos sozinha. Para se esconder, ele assume a identidade dela e passa a cuidar das crianças.

Na nova identidade, passa a criar dois meninos como se fossem meninas. Uma se chama Merlyn (João Cosme) e Marry (André Dhamas). O detalhe é que cada uma das filhas desenvolve “doenças” que na verdade são fruto das ilusões da “mãe”. Com o intuito de também livrá-las da guerra, Emengarda projeta na filha mais velha, Merlyn, que ela tem fogo selvagem (ou pênfigo), uma doença autoimune bolhosa, rara e grave, mas não contagiosa, caracterizada pelo aparecimento de bolhas na pele e nas membranas mucosas. Em virtude dessa situação, a garota é mantida dentro de uma banheira. Pensando ser menina, ela mantém o desejo de ser um menino e ir para a guerra defender o seu país.

A outra filha, Marry, por ser a mais alta da família, cresceu ouvindo da própria mãe que ela nunca poderia andar. Tudo mentira. O intuito de Emengarda é que a filha não alcançasse o teto e fugisse. No entanto, quando as filhas começam a desconfiar da farsa passam a planejar uma possível vingança contra o coronel, que se vê obrigado a reforçar o cerco ameaçando desabar todos os frágeis pilares que sustentam o falso mundo criado por ele.

Todo espetáculo foi concebido em nove anos. A realização da peça se deu após nove meses de análises sobre o contexto histórico da Segunda Guerra Mundial, estudo e pesquisas bibliográficas, estrutura e composição dramatúrgica e trabalho corporal.

Um dos pontos explanados, em cena, pelo diretor Ivy Faladeli é o transtorno dissociativo de identidade, popularmente conhecido como dupla identidade. Através das complicadas relações de uma família onde o pai é mãe e as filhas são filhos, Faladeli tenta dialogar com o público as questões de gênero. "O espetáculo tem como finalidade gerar a reflexão do nosso papel no mundo e que tipo de mudanças podemos fazer quando somos livres", frisou.

Mais

Arte em diferentes formatos é o que o projeto Sesc Amazônia das Artes trouxe para São Luís no mês de agosto, com 26 produções artísticas em diversas linguagens: espetáculos de dança, teatro e música, exposições literárias e de artes visuais e exibição de curtas metragens, oriundas dos estados Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins apresentando toda a riqueza e beleza cultural da região da Amazônia Legal em vários pontos da cidade, para todos os gostos e idades. O Sesc Amazônia das Artes acontece até esta sexta-feira (21).

Serviço

O quê

Espetáculo “10 Coisas Que Meu Pai Deveria Ter Ouvido Antes de Ir para Guerra”

Quando

Hoje, às 19h

Onde

Área externa da Galeria Trapiche Santo Ângelo (Praia Grande)

Entrada gratuita

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