Cadê o diálogo?

O “cerco” de policiais civis ao Palácio dos Leões, ontem, foi uma reação da categoria diante de diálogos fracassados com o Governo do Estado. Protestos em frente ao Palácio, aliás, têm arranhado a imagem de “governo do diálogo” vendida pela atual gestão.

Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h56

O “cerco” de policiais civis ao Palácio dos Leões, ontem, foi uma reação da categoria diante de diálogos (ou falta deles) fracassados com o Governo do Estado. Protestos em frente à sede do Executivo estadual, aliás, têm arranhado a imagem de “governo do diálogo” vendida durante a campanha e depois da posse da atual gestão.

Desde abril deste ano, a Polícia Civil tenta entrar em acordo com o Estado para que este apresente proposta salarial que atenda aos anseios de investigadores, comissários e escrivães. Eles alegam que o aumento de apenas 5% que tiveram é irrisório, enquanto os delegados receberam reajuste de até 70% até 2016. À época, a categoria deu prazo até 20 de maio para uma resposta do Executivo. O governo não se rendeu à pressão.

Cansados de esperar, os policiais partiram para a ofensiva e anunciaram paralisação no dia 3 de agosto. É evidente que ameaçar entrar em greve com prazo de quase uma semana é uma estratégia para forçar a retomada do diálogo.

Só que, em nota, o Governo do Estado disse que já contemplou todos os membros de carreira da PC do Maranhão com recomposição salarial. E que, somando-se os benefícios, os reajustes para a categoria variam de 20% a 38%. Para concluir, citou o “momento financeiro conturbado” que atravessa o país e sinalizou uma pá de cal no assunto com a sentença “tudo que estava ao nosso alcance fizemos para atender aos pleitos urgentes das categorias”. Fim de papo.

Esta não é a primeira vez que o governo Dino é acusado de dar as costas ao diálogo com servidores. Em abril, durante reunião em Palácio para tratar do direito de servidores à reposição de 21,7% - saldo devedor do governo José Reinaldo Tavares que a atual gestão tenta protelar na Justiça - um líder sindical disparou indignado:

- O governo decidiu mover uma ação contra os servidores sem dialogar com os sindicatos. Caso consiga êxito na Justiça, é lógico que não vai querer acordo conosco. Uma coisa é certa: se nós ganharmos, também não vamos querer acordo com o governo.

Quem tanto pregou o diálogo, agora dever estar mordendo a língua.

Quebrado?

O governador Flávio Dino (PCdoB) abriu à Secretaria de Estado do Trabalho e da Economia Solidária (Setres) crédito suplementar de R$ 1,1 milhão, no dia 23 de julho.

O recurso é oriundo, segundo o Diário Oficial, “de Superávit Financeiro apurado em Balanço Patrimonial do Estado no exercício de 2014”.

Como assim? O comunista não disse a Deus e ao mundo que havia recebido um Estado quebrado?

E mais...

E não é só: no dia 20 de julho a suplementação foi direcionada à unidade central do Fundo Estadual de Saúde (FES).

Foram R$ 3,5 milhões para essa unidade - que recebeu ainda R$ 318 mil em outra operação de crédito suplementar um dia depois.

Também neste caso, o recurso é oriundo de superávit apurado no exercício financeiro de 2014.

Ascensão

O vereador Fábio Câmara exaltou ontem, após a eleição do Diretório Municipal do PMDB, sua ascensão na legenda.

Ex-zelador do partido, tentou a primeira eleição em 2008, elegendo-se apenas quatro anos depois.

Ontem, foi alçado ao posto de vice-presidente municipal da sigla - além de ser oficializado, também, como líder do PMDB na Câmara Municipal.

Prioridade

O PMDB decidiu priorizar uma eventual candidatura da ex-governadora Roseana Sarney à Prefeitura de São Luís.

Foi o que assegurou ontem o senador João Alberto e os demais integrantes do diretório municipal.

Caso Roseana não aceite a proposta, outra estratégia será utilizada pelo partido.

Assuntos indígenas

Em meio à crise com o líder indígena Uirauchene Soares - que diz ter uma lista de propineiros do Governo do Estado -, o governador Flávio Dino (PCdoB) tomou uma decisão, nesta semana.

Mandou transformar dois cargos de assessor especial da Casa Civil em um de “assessor especial de assuntos indígenas”.

O novo cargo foi remanejado para a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop).

Ex-aliados

O PTB do deputado federal Pedro Fernandes não faz mais parte da base de apoio ao prefeito Filuca Mendes (PMDB) em Pinheiro.

Nesta semana, o partido fechou questão por uma aliança com o médico Leonardo Sá, do PDT.

Ele é vereador da cidade, e deve ser o candidato do governador Flávio Dino (PCdoB) na eleição de 2016 no município.

Não curtiu

O governador Flávio Dino (PCdoB) parece não ter gostado muito da proposta lançada pelo deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB), de formação de um pacto pelo estado.

E isso é perceptível por pelo menos dois aspectos. O primeiro é o silêncio retumbante do comunista. O segundo, o posicionamento do seu braço direito, Márcio Jerry, pouco afeito ao projeto.

A relação entre Dino e Tavares não é das melhores no momento.

Ponto

Mas, a insatisfação de Flávio Dino não está diretamente ligada à formação ou não de um pacto pelo estado.

A insatisfação diz respeito ao fato de Zé Reinaldo ter escancarado a falta de capacidade de o comunista cumprir aquilo que prometeu durante a campanha eleitoral.

Dino não tem trânsito em Brasília, não é um articulador político e não dispõe do mesmo prestígio que tem o ex-presidente José Sarney.

Declínio

A deputada estadual Andrea Murad (PMDB) apontou ontem, em seu perfil em rede social, mas um quadro de declínio na qualidade dos serviços prestados nas UPAs.

Ela mostrou que além da demissão de enfermeiros e técnicos de enfermagem, agora são os dentistas os profissionais demitidos.

Tudo isso, aliado à falta de médicos nas unidades e a falta de manutenção de equipamentos (como ar-condicionados) e da estrutura, tem provocado uma queda considerável das UPAs.

Greve

A insatisfação de policiais civis do Maranhão chegou ao limite ontem, quando foi decidida e anunciada para o dia 3 de agosto, greve da categoria no estado.

Os policiais sustentam desvalorização da categoria, descriminação em relação ao tratamento dado aos delegados e falta de estrutura nas delegacias de polícia.

O Governo tem uma semana para tentar reverter o quadro, que é péssimo para o sistema de segurança pública do estado.

E Mais

O PDT segue conversando com o prefeito Edivaldo Holanda Júnior sobre 2016.

Continua sem previsão a realização da licitação do sistema de transporte público da capital.

Ricardo Murad contestará na Justiça a inclusão de mais de 30 mil maranhenses na Serasa, pelo Governo do Estado, por causa de atrasos no IPVA.

O Governo do Estado não cumpriu a promessa de divulgar um calendário de concurso público para a área da saúde.

O presidente da Famem, Gil Cutrim, foi acusado por prefeitos de não apresentar as demandas dos municípios ao governador Flávio Dino.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.