UPA da Vila Luizão

SES vai reduzir número de leitos da UPA da Vila Luizão, diz deputada

Situação foi denunciada ontem pela deputada estadual Andrea Murad (PMDB); representante da associação do bairro também denuncia precariedade da unidade de saúde; SES contesta denúncia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h57
(Fachada da UPA da Vila Luisão, que tem problemas de atendimento)

Inaugurada em outubro do ano passado, a Unidade de Pronto Atendimento da Vila Luizão, em São Luís, deverá sofrer redução no número de leitos em ala pediátrica, segundo denúncia da deputada estadual Andrea Murad (PMDB), após visita feita da parlamentar ao local na noite de segunda-feira (6).

Diante da denúncia da deputada, O Estado esteve na tarde de ontem na Vila Luizão e constatou que a associação dos moradores do bairro confirma este e outros problemas na UPA. De acordo com a secretária-geral da Associação de Moradores da Vila Luizão, Sandra Regina Silva, são comuns as reclamações por parte da comunidade sobre a situação da UPA no bairro. “ Recebemos, diariamente, denúncias de reclamações de pessoas que foram mal atendidas na unidade de saúde”, informou.

A dirigente afirmou ainda que, há algumas semanas, a entidade recebeu a informação de que uma senhora (cuja identidade não foi revelada) faleceu na UPA por falta de condições estruturais. “ Recebemos a denúncia, nesta semana, de que uma senhora, ao bater a cabeça em sua residência, permaneceu por cerca de duas semanas na UPA sem qualquer assistência médica”, disse. Sandra Regina informou ainda que o caso está sendo acompanhado pela entidade. “ Estamos acompanhando este caso e dando todo o suporte à família”, disse. Já os familiares da vítima, por motivos pessoais, não quiseram dar maiores detalhes do caso.

Sem acesso - O Estado esteve na tarde de ontem na UPA da Vila Luizão e foi impedido por vigilantes de ter acesso à parte interna da unidade. Do lado de fora, uma das funcionárias do local, que não quis se identificar, informou apenas que a direção da unidade não iria se pronunciar sobre qualquer assunto.

Além da precariedade no atendimento aos pacientes, a Associação dos Moradores da Vila Luizão informou ainda que alguns funcionários da UPA estariam sem receber salários. Nenhum funcionário da unidade quis falar sobre o assunto. Já a SES não se pronunciou sobre o possível atraso nos salários dos servidores.

Contrariando a denúncia feita pela deputada Andrea Murad, em nota encaminhada ontem a O Estado a Secretaria de Estado da Saúde (SES) negou a redução no número de leitos pediátricos. Segundo a nota, “a regra básica é ter três leitos pediátricos” e, segundo a SES, a unidade de saúde dispõe atualmente de seis leitos deste tipo.

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Nota da Secretaria de Estado da Saúde

A respeito da atitude da deputada estadual Andrea Murad (PMDB), que adentrou a UPA da Vila Luizão na noite desta segunda-feira (6), acompanhada de quatro pessoas com máquinas fotográficas e filmadoras, fora do horário de visitas, a Secretaria de Estado da Saúde esclarece que:

1. Ao contrário do que a deputada falou aos pacientes e profissionais da saúde que estavam no local, não haverá nenhuma redução na quantidade de leitos pediátricos;

2. De acordo com a portaria do Ministério da Saúde que regulamenta as UPAs de porte II, que é o caso da unidade da Vila Luizão, a regra básica é ter três leitos pediátricos e, no momento, dispõe de seis. Ou seja, o dobro do número de leitos pediátricos recomendados pelo Ministério da Saúde;

3. Dentro da unidade de saúde, porém em área isolada, estão sendo equipados cerca de 40 leitos de retaguarda para ajudar a suprir a demanda das demais unidades de saúde da rede estadual. Os leitos de retaguarda possuem perfis flexíveis, podendo ser utilizados por adultos e crianças, dependendo da necessidade do paciente;

4. A SES repudia ações arbitrárias como a ocorrida nesta noite, podendo trazer graves prejuízos para os pacientes, uma vez que entrou um número excessivo de pessoas em um espaço sensível que é a área amarela da UPA, podendo causar consequências, tais como: tumulto, stress psicológico, infecções hospitalares, uma vez que as pessoas entraram em um espaço restrito sem o devido preparo, desrespeitando as regras básicas de segurança hospitalar.

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