Nota

Pastoral Carcerária do Maranhão repudia comportamento de Flávio Dino

Ontem, o comunista fez acusações em uma rede social de que o padre receberia “mensalinhos” em gestões anteriores

Atualizada em 11/10/2022 às 12h57
(Perdrinhas pastoral )

A Pastoral Carcerária do Maranhão divulgou nota repudiando o comportamento prepotente do governador do Estado, Flávio Dino, em reunião realizada no último dia 26 para discussões do Comitê Estadual de Combate à Tortura. No encontro, o governador teria repreendido o comentário do coordenador da pastoral no estado, após o padre Roberto Perez Cordova questionar a fala do governador destacando avanços no sistema prisional durante a reunião.

O padre Roberto Perez Cordova trabalha com a Pastoral Carcerária há oito anos. Há um ano, ele atua como coordenador da Pastoral no Maranhão. Nesse período, ele atua diariamente com presos do sistema prisional do estado aconselhando-os e orientando as famílias dos privados de liberdade e as equipes multiprofissionais que atuam nos presídios.

Na última reunião para apresentação do projeto de lei da criação do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura e o Comitê Estadual de Combate à Tortura, da qual ele participou, sua autoridade, atuação e experiência foram questionados pelo governador do estado. Tudo começou quando Flávio Dino destacou diversos avanços no sistema prisional, que teriam mudado a realidade das penitenciarias do Maranhão.

Como o padre afirma, o secretário estadual de Direitos Humanos apresentou ao governador o projeto. E este aceitou o documento e falou da importância do mesmo e as metas para lutar contra a tortura.

“Depois disso, ele entrou na questão dos presídios, que havia melhorado. Eu reforcei a importância da luta e o apoio do governo. Mas falei que ainda temos algumas situações como uso de spray de pimenta, bomba e outras. Disse também que o antigo secretário dialogava e agora não. Ele se alterou e começou a dizer que era discurso político”, lembrou o padre Roberto Perez Cordova.

O coordenador da Pastoral recordou ainda que não respondeu aos ataques do governador porque não teve direito de réplica. “Eu estou todo dia lá. Vejo essa realidade. O que mais me chocou foi isso. Ele não aceitou e atacou dizendo que estou fora da realidade. As outras entidades não se manifestaram mais porque o clima ficou muito ruim”, disse.

Com ampla atuação no sistema carcerário, o padre lamenta o posicionamento do gestor estadual e afirma que ainda não foram vistos avanços nas penitenciárias. “Ele perguntou: Você acha que está pior ou melhor? Eu disse que está pior. Aí ele se descontrolou”, afirmou.

Ataques – Ontem, o Flávio Dino fez comentários em uma rede social atacando o posicionamento da Pastoral. Um dos comentários feitos foi: “Nosso governo se recusa a pagar "mensalinhos". Para qualquer autoridade: civil, militar ou eclesiástica. Isso desperta reações lamentáveis” Outro diz: “Governo o estado com a serenidade e a firmeza necessária para enfrentar chantagens e a raiva dos privilegiados de ontem. Seja quem for.”.

O padre Roberto Perez Cordova negou os ataques e lamentou, em entrevista a O Estado, o comportamento do governador. “Não fui lá para confrontar ninguém. Só falei que estavam batendo nos presos. É triste que uma pessoa nesse cargo não esteja aberta a receber uma opinião. Não vou entrar nessa briguinha. Ele podia ter apreciado o comentário que fiz e não menosprezado”, declarou.

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