Execução

Caso de execução é denunciado a PGJ

Hildo Rocha fez denúncia à procuradora-geral de Justiça, Regina de Almeida Rocha, do caso de execução do mecânico Irialdo Batalha em Vitória do Mearim

Ronaldo Rocha / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h58
Hildo Rocha questionou ainda o fato de um vigilante se passar por PM
Hildo Rocha questionou ainda o fato de um vigilante se passar por PM (Hildo Rocha)

O deputado federal Hildo Rocha (PMDB) denunciou o caso de Vitória do Mearim que resultou na execução em via pública do mecânico Irialdo Batalha por um vigilante, que estava sob a companhia de policiais militares, à Procuradora Geral de Justiça do Maranhão.

O expediente foi encaminhado diretamente para a procuradora-geral de Justiça, Regina Lúcia de Almeida Rocha, com pedido de providências em relação à "grave violação dos direitos humanos". Ontem, o parlamentar voltou a tratar do tema na Câmara Federal.

Hildo Rocha responsabilizou o Governo do Estado pela tragédia, que ganhou repercussão nacional após veiculação de reportagem sobre o tema no programa jornalístico Fantástico, da Rede Globo, e questionou o fato de o governador Flávio Dino (PCdoB) não ter pedido desculpas à família da vítima, que chegou a ser classificada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) de assaltante, fato depois desconstruído pela própria secretaria."O Governo do Estado matou Irialdo Batalha duas vezes. A primeira quando o vigilante atirou duas vezes nele e a segunda quando a Secretaria de Segurança o classificou de assaltante, sem que ele sequer tenha cometido algum crime. Aquele rapaz jamais havia passado pela polícia", disse.

Hildo Rocha denunciou à Procuradoria-Geral de Justiça o fato de o vigilante Luiz Carlos Machado de Almeida, identificado com o autor do homicídio, atuar de forma clandestina como policial militar.

"Luiz Carlos utilizava colete, uma arma da polícia e estava numa viatura, na companhia de dois membros daquela corporação. Uma situação gravíssima e que precisa de uma apuração imediata", completou.

Ele criticou também o fato de o governador Flávio Dino não ter se retratado à família da vítima. "Flávio Dino não quer reconhecer o erro e sequer pedir desculpas aos familiares de Irialdo. Foi o Estado quem errou e matou aquele rapaz. Por isso ele precisa reconhecer o erro e corrigir, para que casos semelhantes não mais ocorram", disse.

Prisão - O vigilante Luiz Carlos Machado de Almeida, identificado nas imagens como o autor dos disparos que mataram o mecânico Irinaldo Batalha, foi preso pela Polícia Militar na noite da quarta-feira, 3, e apresentado à imprensa um dia após a prisão na Secretaria de Segurança Pública.

Os dois policiais militares que participaram da ação e deram cobertura ao atirador na viatura, identificados apenas como sargento Miguel e soldado Gomes, foram presos e autuados em flagrante. Eles estão detidos no Comando Geral da Polícia Militar.

O Estado matou Irialdo duas vezes. A primeira fisicamente, quando ele levou os tiros, e a segunda moralmente, ao tê-lo classificado de assaltante”Hildo Rocha, deputado federal
Hildo Rocha denunciou fato à Onu

Hildo Rocha denunciou na semana passada, o caso de Vitória do Mearim à Organização das Nações Unidas (ONU). Na oportunidade, ele utilizou a tribuna do Legislativo para criticar a condução do caso pelo Governo do Maranhão.

Além de denunciar o caso ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, o deputado ofereceu também denúncia ao presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República; Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e para a Procuradoria Geral da República.

Ele afirmou que um dos objetivos, com a sua mobilização, é impedir que pessoas não qualificadas e habilitadas exerçam irregularmente a atividade policial.

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