Prosseguem os trabalhos de coleta de um grande dinossauro herbívoro na praia de Itapeua, Cajapió. A escavação, liderada pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), tem também as participações destacadas do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e da Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ), como convidadas. O grupo Hispedabiotec, de Cajapió, e autoridades locais também estão empenhados no trabalho. As atividades são supervisionadas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral, órgão federal fiscalizador do patrimônio fossilífero no Brasil.
O maior conjunto de fósseis que surgiram em consequência da erosão marinha de rochas antigas é de um animal de grande porte, aparentemente um herbívoro do grupo dos diplodocóides, que eram comuns em toda a América do Sul em meados do Período Cretáceo (entre 99 e 95 milhões de anos atrás). Juntamente com estes ossos foi encontrado o dente de um grande predador, Carcharodontosaurus, também já registrado nas regiões de Alcântara, Itapecuru Mirim e Coroatá. O espécime fossilizado representa um achado muito raro e ajudará os pesquisadores a refinar melhor as informações sobre a fauna de grandes animais que dominaram o cenário biológico no nordeste brasileiro na Era Mesozoica, quando o mundo foi dominado por grandes répteis.
A ocorrência de dinossauros no Maranhão não é novidade, e vem motivando a publicação de artigos científicos veiculados em periódicos científicos nacionais e internacionais, destacando as ocorrências da Ilha do Cajual, Itapecuru-Mirim e Coroatá. A nova descoberta coloca a região de Cajapió dentro do privilegiado circuito dos grandes achados paleontológicos.
Como a fauna maranhense tem nítidas afinidades com a fauna africana da mesma época, isso dá às ocorrências do estado uma importância reconhecida no cenário global, porque confirma a teoria da separação dos continentes.
A equipe de paleontólogos envolvida na coleta do fóssil de Cajapió se reveza em grupos para manter a atividade contínua até a conclusão dos trabalhos. Os doutores, mestres e alunos de graduação empregam técnicas de escavação, estabilização, retirada e embalagem dos ossos (figuras 2, 3, 4 e 5), para garantir que os mesmos sejam adequadamente removidos da rocha onde estiveram confinados nos últimos quase cem milhões de anos. Depois de estudado, o material deverá revelar novos segredos fascinantes do nosso mundo fantástico há muito esquecido.
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