Arqueologia

Achado fóssil de dinossauro em município do interior do Maranhão

Ocorrência de dinossauros no estado vem motivando a publicação de artigos veiculados em periódicos científicos nacionais e internacionais

Atualizada em 11/10/2022 às 12h58
Escavação foi liderada pela UFMA
Escavação foi liderada pela UFMA

Prosseguem os trabalhos de coleta de um grande dinossauro herbívoro na praia de Itapeua, Cajapió. A escavação, liderada pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), tem também as participações destacadas do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e da Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ), como convidadas. O grupo Hispedabiotec, de Cajapió, e autoridades locais também estão empenhados no trabalho. As atividades são supervisionadas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral, órgão federal fiscalizador do patrimônio fossilífero no Brasil.

Fóssil encontrado em Cajapió
Fóssil encontrado em Cajapió

O maior conjunto de fósseis que surgiram em consequência da erosão marinha de rochas antigas é de um animal de grande porte, aparentemente um herbívoro do grupo dos diplodocóides, que eram comuns em toda a América do Sul em meados do Período Cretáceo (entre 99 e 95 milhões de anos atrás). Juntamente com estes ossos foi encontrado o dente de um grande predador, Carcharodontosaurus, também já registrado nas regiões de Alcântara, Itapecuru Mirim e Coroatá. O espécime fossilizado representa um achado muito raro e ajudará os pesquisadores a refinar melhor as informações sobre a fauna de grandes animais que dominaram o cenário biológico no nordeste brasileiro na Era Mesozoica, quando o mundo foi dominado por grandes répteis.

A ocorrência de dinossauros no Maranhão não é novidade, e vem motivando a publicação de artigos científicos veiculados em periódicos científicos nacionais e internacionais, destacando as ocorrências da Ilha do Cajual, Itapecuru-Mirim e Coroatá. A nova descoberta coloca a região de Cajapió dentro do privilegiado circuito dos grandes achados paleontológicos.

Como a fauna maranhense tem nítidas afinidades com a fauna africana da mesma época, isso dá às ocorrências do estado uma importância reconhecida no cenário global, porque confirma a teoria da separação dos continentes.

A equipe de paleontólogos envolvida na coleta do fóssil de Cajapió se reveza em grupos para manter a atividade contínua até a conclusão dos trabalhos. Os doutores, mestres e alunos de graduação empregam técnicas de escavação, estabilização, retirada e embalagem dos ossos (figuras 2, 3, 4 e 5), para garantir que os mesmos sejam adequadamente removidos da rocha onde estiveram confinados nos últimos quase cem milhões de anos. Depois de estudado, o material deverá revelar novos segredos fascinantes do nosso mundo fantástico há muito esquecido.

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