Ainda mais grave

Uma informação de bastidores pode ser a prova de que, pelo menos um dos principais auxiliares de Edivaldo Júnior (PTC) poderia ter evitado o desgaste na imagem do prefeito com o projeto de reorganização do transporte público de São Luís.

Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h58

Uma informação que circula nos bastidores da imprensa e da política pode ser a prova de que, pelo menos um dos principais auxiliares de Edivaldo Júnior (PTC) poderia ter evitado o desgaste na imagem do prefeito com o projeto de reorganização do transporte em São Luís.

Segundo apurou a coluna, ainda na quarta-feira - cinco dias antes da reportagem de O Estado, portanto - o deputado Wellington do Curso (PPS) comentava com jornalistas e colegas parlamentares que o projeto encaminhado à Câmara pelo prefeito acabaria com a meia passagem para alguns estudantes. No mesmo dia, segundo garantiram fontes à coluna, o secretário municipal de Governo, Lula Fylho, foi perguntado por deputados e jornalistas sobre a informação de Wellington. A todos garantiu ser mentira a informação de alteração na meia passagem.

O Estado começou a construir a matéria no feriado de quinta-feira, 4, com base em estudos do vereador Fábio Câmara (PMDB), com o qual já conversava desde segunda-feira. Na sexta-feira, o jornalista Ronaldo Rocha contatou a Secretaria de Comunicação e a própria SMTT em busca de contrapontos à informação. Não obteve resposta.

No domingo veio a bomba, com a matéria sobre os vários equívocos no projeto, que tirou o sono de Edivaldo Júnior ainda na noite de sábado, quando o jornal começou a circular. Na manhã seguinte a confusão já estava feita. Para amenizar o desgaste, o prefeito publicou texto no twitter, afirmando que houve erro no projeto e garantindo que a meia passagem seria para todos.

Mas ficaram as dúvidas: se Lula Fylho afirmava, na quarta-feira, que não havia problemas com o texto, significa que ele conhecia o teor do documento e concordava com ele? E se concordava, como principal auxiliar de Edivaldo Júnior, informou o prefeito sobre tudo?

O fato é que a Prefeitura poderia ter evitado toda a confusão, mas acabou se enrolando na própria desinformação.

Apenas palavras I

Ao defender o prefeito Edivaldo Júnior, ontem, na Câmara, o líder da Prefeitura na Casa, vereador Osmar Filho (PSB), se empolgou e exagerou nas palavras.

Depois de tachar de “politicagem” os questionamentos (pertinentes) do vereador Fábio Câmara (PMDB) sobre os equívocos do projeto da Prefeitura que trata do transporte público, Filho afirmou que o assunto estava encerrado, visto que o prefeito reconheceu o erro.

- Espero que os fatos estejam passados a limpo e as dúvidas esclarecidas - disse o ele, referindo-se ao texto do projeto que excluía alunos da rede particular do benefício da meia passagem.

Apenas palavras II

Só que o fato de o prefeito ter reconhecido um erro e retirado o projeto da Câmara, para as devidas correções, nem de longe deixa o episódio em pratos limpos - como pregou Osmar Filho.

Fora o caso da meia passagem - ainda rodeado de dúvidas -, nada ficou esclarecido, tampouco foram sanadas as muitas dúvidas levantadas.

Ficaram no ar, por exemplo, o fato de o projeto ter sido enviado à Câmara com dois protocolos. Erro?! O texto propunha ainda a redução de benefícios, além de uma série de pontos escusos que mereciam os devidos esclarecimentos.

Gastos? Onde?

O deputado Othelino Neto (PCdoB) tentou salvar a reputação do governo Flávio Dino (PCdoB) ao informar que já foram gastos R$ 235 milhões no sistema de Segurança.

Mas a informação acabou repercutindo mal, já que os resultados desse suposto investimento não foram vistos pela população no dia a dia.

Pior: no portal da transparência, os gastos no setor são apenas para custeio e pagamentos - inclusive de diárias e jetons.

Linha de tiro

Tido como responsável pelo problema gerado pelo projeto de transportes, o secretário Lula Fylho é um dos que são considerados desgastados na Prefeitura.

Com ele estão os titulares da Educação, Geraldo Castro, dos Transportes, Canindé Barros, e da Saúde, Helena Duailibe.

O secretário de Obras, Antonio Araújo, ganhou fôlego com o início da operação de asfaltamento em algumas avenidas da capital.

Sem transmissão

A direção da Câmara Municipal de São Luís deu um jeitinho e evitou que a sessão de ontem da Casa fosse transmitida ao vivo pela rádio AM, no horário arrendado pela Câmara.

Uma entrevista enfadonha com o suplente de vereador Basileu Barros foi posta no ar enquanto o debate estava quente no plenário da Casa.

Os vereadores de oposição prometem reclamar com o presidente da Câmara, vereador Astro de Ogum (PMN).

Mais desgaste

Os vereadores da base do prefeito Edivaldo Júnior (PTC) somente compareceram à sessão de ontem porque a gestão municipal estava protagonizando mais um desgaste.

Convidado a dar explicações há meses, o secretário de Educação, Geraldo Castro (PCdoB), alegou um problema de agenda para não aparecer na audiência pública.

Os vereadores de oposição aguardavam o secretário para questionar problemas na área, como escolas fechadas, falta de merenda escolar e infraestrutura comprometida em várias unidades de ensino.

Convocação

O convite feito ao secretário Geraldo Castro é de autoria do vereador Marquinhos Silva (PRP), que prometeu apresentar proposta de convocação do gestor depois da ausência dele.

Marquinhos diz que o secretário deve explicações sobre os problemas na educação.

A audiência pública cancelada ontem não tem previsão para ocorrer ainda neste primeiro semestre.

Insegurança I

O deputado estadual Sousa Neto (PTN) voltou a questionar, ontem, a transferência de policiais lotados no interior do Maranhão para realizar o policiamento em São Luís.

Segundo ele, os assaltos a banco que têm ocorrido com frequência no interior do estado são uma das consequências do deslocamento de policiais do interior para a capital.

"Já foram 47 assaltos a bancos só este ano. Os bandidos de forma integrada sabem que não tem policiamento, sabem que o efetivo da Polícia Militar está vindo para São Luís”, alertou.

Insegurança II

Reclamação parecida havia sido feita pelo deputado Roberto Costa (PMDB), em discurso na segunda-feira, 8.

Na ocasião, ele criticou a transferência de 17 PMs lotados em Bacabal para prestar serviço também na capital.

“O que nós queremos é o retorno deles, para que se possa trazer de volta a tranquilidade aos lares bacabalenses”, afirmou.

Portaria

A deputada Andrea Murad revelou ontem que a Secretaria de Estado da Saúde (SES) editou portaria adotando novos critérios para a transferência de R$ 100 mil a prefeituras.

O documento desmente a própria SES, que afirmou, após reclames do prefeito de Trizidela do Vale, Fred Maia, não haver recursos para repasse a municípios. Ele denunciou que atende pacientes de Bernardo do Mearim.

“Tem um hospital pronto lá (em Bernardo do Mearim), mas como o Governo do Estado não dá o repasse, sobrecarrega o outro município. Isso está acontecendo em várias cidades”, disse.

E Mais

O ex-prefeito Luis Fernando Silva (PSDB) e a deputada Eliziane Gama (PPS) reuniram-se anteontem para discutir a sucessão em São Luís.

No mesmo dia, o prefeito Edivaldo Júnior recebia petistas em seu gabinete para mostrar o plano de obras de 2015.

O governo Flávio Dino anuncia que recuperou estradas em São Luís, mas não explica por que paralisou obras importantes, como a estrada do Araçagi.

A família Arôso pode se juntar, pela primeira vez em muitos anos, com vistas às eleições de 2016 em Paço do Lumiar.

O trio de articuladores políticos do prefeito Edivaldo Júnior é formado por Lula Fylho, o ex-vereador Severino Salles, e o vereador Osmar Filho.

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