Descaso

Suspensão da coleta de lixo deixa vias de Paço do Lumiar tomadas por sujeira

De acordo com administração do município, problema vem sendo causado pela manifestação de moradores, que impedem a passagem dos caminhões de recolhimento de resíduos em aterro da cidade.

Atualizada em 11/10/2022 às 12h58
(lixo)

Um completo cenário de sujeira. É assim que estão as ruas e avenidas do município maranhense de Paço do Lumiar. De acordo com a Prefeitura, uma manifestação de moradores de Iguaíba impede a passagem dos caminhões de recolhimento de resíduos em aterro da cidade, prejudicando a coleta. Os moradores reclamam do acúmulo de lixo.

O Estado esteve na tarde de ontem em vias de Paço do Lumiar e constatou que os moradores estão recorrendo a soluções alternativas para minimizar as consequências da ausência do serviço. Alguns cidadãos estão pagando carroceiros para transportar o lixo para aterros improvisados. Outras pessoas simplesmente juntam o máximo possível de sacos de lixo cheios e os queimam nos quintais de residências.

Na avenida principal do Iguaíba, em Paço do Lumiar, é possível observar várias casas com grande acúmulo de sujeira e lixo nas vias. No Maiobão, um dos bairros mais populosos da Grande Ilha (com aproximadamente 100 mil pessoas, de acordo com o IBGE), muita sujeira espalhada por vias da cidade.

Obstáculo - Na Avenida 12 do bairro, por exemplo, a quantidade de lixo no canteiro central é tão grande que as pessoas estão impossibilitadas de trafegar na estrutura da via. “ É difícil, pois a gente está andando quase pela avenida, no meio dos carros. É preciso resolver essa situação”, disse revoltada a dona de casa Francisca Aparecida Silva, de 37 anos, moradora do Maiobão.

Já o padeiro José Pereira Oliveira, conhecido por “Garimpeiro” e cujo estabelecimento fica localizado na Avenida 9 do Maiobão, informou que paga, desde a suspensão da coleta de lixo, R$ 2,00 para um carroceiro recolher a sujeira. “ Era algo que a gente não deveria pagar. E de certa forma eu estou somente tirando o lixo da porta da minha casa e levando para outro lugar que nem o carroceiro sabe me dizer onde é”, afirmou.

Em nota, a Prefeitura de Paço do Lumiar esclareceu que "nos últimos três dias, o recolhimento dos resíduos sólidos em todo o município vem sendo comprometido pela interdição do lixão, por um grupo de pessoas residentes nos arredores do local de acesso ao desbordo do lixo. Grupo este que vem investindo contra a instalação do Aterro Sanitário naquela localidade, inviabilizando, desse modo, a destinação adequada do lixo produzido no município.
Ainda de acordo com a nota, "da parte do município todos os serviços de recolhimento do lixo se mantêm regularmente ativo, não havendo nenhum tipo de pendência financeira com a prestadora do serviço".

A administração municipal pediu a compreensão da população e reiterou que "no menor espaço de tempo possível, a coleta estará totalmente normalizada, pondo fim aos transtornos".

Entenda o caso – Desde terça-feira (2), manifestantes das comunidades de Iguaíba e Pindoba estão concentrados na entrada do aterro na localidade, utilizada pela Prefeitura de Paço do Lumiar para despejo de lixo, impedindo a passagem dos caminhões. Duas decisões favoráveis ao Município foram expedidas esta semana, contra a União dos Moradores de Iguaíba. A última delas foi expedida na tarde de ontem (5) e prevê multa diária no valor de R$ 20 mil, em caso de descumprimento.

Ainda esta semana, um oficial de Justiça (quando foi emitida a primeira ordem favorável ao Município), esteve no aterro de Iguaíba para o cumprimento da decisão. Durante a ação, um efetivo da Polícia Militar do Maranhão (PMMA) foi deslocado ao local, para dar apoio ao cumprimento da determinação judicial. No entanto, com base em informações apuradas ontem por O Estado, a frota da PM deslocada recebeu ordens do comando para retornar ao quartel. Até o fechamento desta edição, o Governo do Maranhão não se pronunciou sobre o assunto.

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