Protocolo

Deputado propõe intervenção federal no sistema de segurança do Maranhão

Requerimento é de autoria de Adriano Sarney e deve ser aprovado em plenário antes de ser encaminhado à Presidência da República

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h58
(Adriano Sarney)

O deputado estadual Adriano Sarney (PV) protocolou ontem requerimento pedindo intervenção federal na segurança pública do Maranhão. Para ser aprovada, a matéria precisa passar pelo plenário.

O parlamentar argumentou que a recente escalada da violência no estado – que culminou com a morte de dois policiais militares em uma semana – justifica o pedido.

No mais recente episódio, PM Max Muller, lotado no 6º BPM, foi morto a tiros, em Panaquatira, São José de Ribamar, ao reagir a um assalto na casa em que ele comemorava, com amigos, um aniversário.

Em discurso, Adriano Sarney destacou que, além da crescente criminalidade, o próprio governador Flávio Dino (PCdoB) e o secretário de Estado da Segurança Pública, Jefferson Portella, têm dado declarações alegando a incapacidade atual do sistema de dar respostas satisfatórias.

“Estamos presenciando no nosso estado mortes de policiais, armas perdidas e roubadas, fugas em presídios, 285 mortes violentas só na Grande Ilha. E o governador e o secretário de Segurança afirmando que a nossa força policial não é o bastante, afirmando publicamente que o Maranhão tem poucos policiais e a situação está fora de controle. Tudo que eu falei agora é motivo sim para uma intervenção federal”, ressaltou.

Nós precisamos ter paz, precisamos sair de casa e ter paz”Adriano Sarney, deputado estadual

Ele defendeu que a presença do Exército ou da Força Nacional nas ruas trará paz aos maranhenses. “É necessária uma intervenção federal no nosso Estado para que a Força Nacional e o Exército cheguem maciçamente, com 3 mil, 4 mil, 5 mil homens na rua para fazer o policiamento ostensivo na nossa capital e no nosso interior”, declarou.

Para o parlamentar, essa seria uma solução “de curto prazo”. “A única forma de sairmos desse buraco que nós estamos é, a curto prazo, a intervenção militar e a intervenção federal”, completou.

Convocação – Adriano Sarney também criticou o discurso do governador Flávio Dino (PCdoB) sobre a convocação de excedentes do concurso da PM para o Teste de Aptidão Física (TAF).

Em postagens nas redes sociais, o comunista tem insistido na tese de que está convocando policiais militares. O parlamentar classificou o anúncio governamental como “fantasia”.

“O que o governador fala, no mundo da fantasia, que está convocando mil e quinhentos policiais, não são mil e quinhentos policiais. Ele está convocando mil e quinhentos excedentes do concurso para fazer o TAF, sendo que nessa primeira etapa, dos mil e quinhentos, com certeza menos de mil comparecerão ao TAF. No TAF, provavelmente, metade deve passar ao TAF, depois ainda tem o curso da polícia e, no final das contas, vão sobrar no máximo 300 a 400 policiais, que não estarão aptos para ir para a rua ainda neste ano”, lembrou.

Ele foi acompanhado na crítica pela deputada Andrea Murad, que lembrou discurso do governador na própria Assembleia, anunciando, em fevereiro, a convocação “de imediato” de mil policiais ao trabalho.

“O governador Flávio Dino sempre soube que ele não colocaria mil policiais nas ruas de imediato. Mas ele disse que ia chamar mil policiais. Só que desses mil chamados, pouco mais 300 chamados pelo governo que estão na academia para se habilitar para ser policial do Estado. Então, dos primeiros mil chamados, pouco mais de 300 conseguiram se habilitar para o Curso de Formação na Academia de Polícia”, reiterou.

MAIS

No final do ano passado, a Assembleia Legislativa chegou a aprovar um pedido de intervenção federal no sistema de segurança do Maranhão. O requerimento era de autoria do deputado estadual Bira do Pindaré (PSB). Depois de aprovado, o expediente chegou a ser encaminhado à Presidência da República, mas a intervenção acabou não sendo efetivada.

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