Cenipa registrou quatro casos de canetas raio laser contra aviões em SL

Raio laser afeta visão de pilotos, o que pode causar acidentes aéreos.

Atualizada em 11/10/2022 às 13h14
Divulgação
Divulgação (T)

Incidentes envolvendo canetas de raio laser e aeronaves estão se tornando cada vez mais comuns no espaço aéreo de São Luís. Este ano, já foram registradas quatro situações no Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado. Nenhuma delas provocou acidentes graves, porém ofereceram risco à segurança da tripulação e de passageiros que estavam a bordo das aeronaves. Os dados são do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Conforme estatísticas da Cenipa, todas as ocorrências reportadas este ano aconteceram no mês de janeiro, durante decolagem ou preparação para o pouso de uma aeronave. No ano passado, foram registradas 16 ocorrências no espaço aéreo do aeroporto da capital maranhense.

Perigo - Os casos em que os feixes de luz das canetas com laser incidiram nas cabines das aeronaves causaram distrações, ofuscamentos ou cegueira temporária do piloto do avião. De acordo com os dados do Cenipa, em alguns casos a exposição dos raios durou apenas alguns segundo, enquanto em outros, o tempo de incidência foi de até um minuto.

A incidência da luz proveniente do raio laser diretamente na visão do piloto representa um risco para a aviação, pois o brilho se espalha por toda a cabine, impedindo, por exemplo, que o piloto enxergue nitidamente a pista de pouso durante a noite, o que é perigoso e aumenta a possibilidade de acidentes aéreos.

"Essa é uma situação que atrapalha muito a visibilidade do piloto e, em aviões de pequeno porte, esse problema é ainda maior, pois eles têm menos instrumentos de segurança do que os de grande porte", disse o capitão-aviador Fernando Curvo, comandante do Destacamento do Controle do Espaço Aéreo de São Luís (DTCEA-SL).

Ele afirmou que os raios laser nas cores verde e vermelho são os que causam os maiores prejuízos para a aviação e na maioria das vezes têm origem em áreas residenciais, que se localizam próximo ao aeroporto. O capitão-aviador Curvo disse também que a emissão dos feixes de luz é feita por pessoas que desconhecem o perigo que estão causando com o ato.

Prevenção - As informações sobre emissão de raio laser contra aeronaves são enviadas pelos pilotos às torres de controle, que repassam ao Cenipa e Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) para que sejam tomadas as medidas de segurança.

Para prevenir tais situações, o comandante do DTCEA-SL explicou que o órgão constantemente promove palestras em instituições de ensino, alertando para os perigos dessa prática, e faz treinamentos com os pilotos sobre como minimizar as consequências negativas causadas pela emissão dos raios laser das canetas.

O Código Penal Brasileiro prevê punições para aqueles que cometem essa prática. De acordo com o artigo 261 da legislação, expor a perigo uma aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato que impeça ou dificulte o voo é um crime cuja pena varia de quatro a cinco anos de prisão. Se o ato resultar em queda ou destruição de aeronave, a pena pode chegar a 12 anos de reclusão.

Mais

As canetas a laser são fáceis de ser adquiridas. Elas podem ter a luz vermelha ou verde, sendo a última a mais potente, cerca de 60 vezes mais que a vermelha. Uma caneta raio laser pode ser adquirida pela internet com preço que varia de R$ 20,00 a R$ 400,00, conforme a sofisticação e potência. A potência de uma caneta é cerca de 0,5 milivolt (mV). Mas são encontradas no mercado online equipamentos de até 500 mV.

Números

4 ocorrências envolvendo canetas laser e aviões foram registradas este ano no aeroporto de São Luís

16 foi a quantidade de ocorrências dessa natureza registradas no ano passado

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.