Após um ano

Empresas terão que pagar R$ 5 milhões em indenização às vítimas de incêndio no Rio Anil Shopping

Incêndio foi registrado em março de 2023 no cinema do shopping; duas pessoas morreram e 21 ficaram feridas.

Imirante.com

Atualizada em 01/05/2024 às 10h06
Rio Anil Shopping, em São Luís. (Foto: Lucas Sakamoto)

SÃO LUÍS - Cerca de um ano após o incêndio que resultou em duas mortes no cinema da rede Cinesystem, situado no Rio Anil Shopping em São Luís, as empresas responsáveis pela gestão do shopping (BR Malls e Rio Anil Shopping) se comprometeram em indenizar em R$ 5 milhões as vítimas que ficaram feridas e o município de São Luís.

Além das duas mortes, o incêndio no cinema, registrado no dia 7 de março de 2023, deixou, ao menos, 21 pessoas feridas por causa das chamas. O fogo também causou danos estruturais no shopping que ficou interditado por vários dias.

Valores das indenizações foram estabelecidos por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mediado pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA), visando a conclusão extrajudicial do caso, com os sobreviventes. Quanto às jovens que perderam a vida, seus familiares optaram por não participar do acordo e decidiram ingressar com uma ação judicial.

No total, 11 pessoas, entre familiares e vítimas, serão indenizadas, além do reembolso dos gastos médicos em decorrência dos ferimentos. Ao todo, o valor total destinado a todas as vítimas, juntamente com as despesas médicas, totalizará R$ 3.577.374,69.

Incêndio no cinema do shopping foi registrado no dia 7 de março de 2023. (Foto: Divulgação / CBMMA)

Além da compensação destinada às vítimas, a BR Malls e o Rio Anil Shopping concordaram em efetuar o pagamento de R$ 1.500.000 em bens à Secretaria Municipal de Saúde de São Luís, como forma de reparação dos danos morais coletivos. Os bens incluem:

  • Cinco caminhonetes cabine dupla, cada uma no valor de R$ 185.000, totalizando R$ 925.000.
  • Três bombas de UBV veiculares, cada uma no valor de R$ 125.000,00, totalizando R$ 375.000.
  • R$ 200.000 para aquisição de rações e medicamentos para cães e gatos.
     

O incêndio

No dia 7 de março, salas do cinema da rede Cinesystem, localizado no Rio Anil Shopping, pegaram fogo em São Luís. As chamas atingiram a região do teto e parte do forro caiu em cima de várias pessoas que assistiam filmes.

As vítimas tentaram fugir, mas algumas ficaram presas em meio aos escombros e à fumaça. Yasmin Gomes Campos, de 21 anos e Evellyn Gusmão Gomes Silva, de 16 anos, morreram no incêndio. Outras 21 pessoas ficaram feridas.

Yasmin Gomes Campos, de 21 anos e Evellyn Gusmão Gomes Silva, de 16 anos, morreram no incêndio. (Foto: Divulgação)

Investigação

Para a Polícia Civil, a rede de cinemas Cinesystem informou que havia goteiras no cinema e que a administração do shopping contratou uma empresa terceirizada para fazer os reparos. Imagens mostraram o momento em que os operários colocaram uma manta asfáltica, no mesmo horário de exibição dos filmes.

No entanto, um laudo pericial do Instituto de Criminalística (Icrim) concluiu que o incêndio se iniciou em uma das cabines de projeção, cuja causa teria sido um fenômeno elétrico ocorrido na fonte de alimentação da lâmpada do projetor.

Ainda segundo o Icrim, as chamas penetraram na linha de exaustão de ar do projetor, alcançando o teto da cabine através do tubo de exaustão e se propagaram em direção a três salas do cinema, o que também provocou uma grande explosão e incêndio de grandes proporções.

Por outro lado, um laudo do Corpo de Bombeiros apontou, como hipótese, que no momento da aplicação da manta asfáltica no telhado pode ter saído uma chama que incendiou o entre forro do telhado do shopping. O telhado do shopping seria revestido de isopor, que é um material inflamável e isso poderia causar o incêndio.

A suposta divergência entre os laudos chamou a atenção do Ministério Público e o inquérito final da Polícia Civil ainda não foi concluído. No entanto, a chefe da Perícia Oficial do Maranhão, Anne Kelly, nega a divergência entre laudos e diz que os bombeiros apontam hipóteses, enquanto o ICRIM determina a causa do incêndio.

Resposta do Cinesystem

Em nota, a rede Cinesystem afirmou que que o TAC é uma iniciativa do Rio Anil Shopping. Leia a íntegra:

“A Rede Cinesystem Cinemas, por meio de sua Assessoria de Imprensa, esclarece que o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) é uma iniciativa do Rio Anil Shopping e qualquer possibilidade de ação judicial contra a exibidora se torna especulação, tendo em vista que as investigações não foram concluídas. Falar de direito de regresso é embrionário, sendo que não houve a responsabilização do Cinema como causador do incêndio. A Cinesystem reitera sua profunda tristeza e eterno lamento pelas vítimas e segue colaborando na expectativa de ter, o mais rápido possível, as causas do incidente esclarecidas”.

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