SÃO LUÍS - A possível ligação do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) com crimes cometidos por uma organização denunciada pela Polícia Federal no âmbito de operações que tinham como alvo a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) fez as investigações sobre o caso serem levadas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Antes, o caso tramitava na esfera da Justiça Federal.
A informação é da Folha de S. Paulo.
Entre as empreiteiras sob suspeita está a Construservice, uma das principais beneficiadas em serviços de asfaltamento da Codevasf na gestão de Jair Bolsonaro. O inquérito enviado ao STF levou à deflagração de duas fases de uma operação da PF no Maranhão no ano passado.
Numa delas, o empresário Eduardo José Barros Costa, o Eduardo DP (ou Imperador), foi preso. Ele é suspeito de usar laranjas para comandar a empreiteira e de ter pago propina de R$ 250 mil a um gerente da Codevasf, identificado como Julimar Alves. Ele chegou a ser afastado do cargo pela Justiça Federal, mas nega envolvimento em esquemas.
Ao cumprir os mandatos na ocasião, os federais apreenderam com ele mais de R$ 1,3 milhão, joias, veículos e relógios.
Costa agora está em liberdade e também nega ter cometido os crimes.
Elo - O elo com o deputado Josimar de Maranhãozinho pode ser uma série de transações financeiras entre a Construservice e empresas ligadas ao parlamentar. Segundo a Folha, a PF encontrou registros destas transações em relatórios de movimentações fornecidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
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Os documentos mostrariam que a Construservice, além de outras duas empresas suspeitas, fizeram pagamentos a Carlos Roberto Lopes, ex-chefe de gabinete de Maranhãozinho. A PF ainda detectou movimentações financeiras entre construtoras ligadas a Eduardo DP e empresas que têm Josimar Maranhãozinho como sócio formal, ou da qual ele é apontado como dono oculto.
Operações - Entre 2020 e 2021, Josimar de Maranhãozinho foi alvo de duas operações policiais. Numas delas a Polícia Federal concluiu que o deputado federal maranhense participou de um suposto esquema que utilizava empresas fantasmas para fraudar obras de pavimentação em estradas da cidade de Zé Doca, no interior do estado, cuja prefeita, Josinha Cunha, é irmã do parlamentar. Ao todo, a PF estima que foram desviados cerca de R$ 1,8 milhão.
Maranhãozinho ficou conhecido após uma ação controlada da Polícia Federal, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), flagrar o parlamentar mexendo em uma caixa com dinheiro e a entregando a um homem desconhecido.
Segundo a PF, o dinheiro seria fruto de corrupção. Esta investigação apura supostos desvios de emendas parlamentares destinadas à saúde no Maranhão.
Em nota, a defesa do deputado disse que as acusações são "inconsistentes e fundadas em indícios que não condizem com a realidade dos fatos, inexistindo justa causa para a propositura de qualquer ação penal".
Os advogados disseram ainda que têm convicção "de que será indevida e injusta qualquer tentativa de responsabilização do parlamentar em face dos fatos apurados nesse inquérito".
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