11º dia de greve

Após decisão judicial, Prefeitura de São Luís diz que vai repassar subsídio para empresas do sistema de transporte público

Município afirma que seguirá atuando para manter 100% da frota ativa e proteger direitos dos trabalhadores.

Ipolítica

Atualizada em 24/11/2025 às 19h32
Paralisação da 1001 chega ao 11º dia nesta segunda-feira (24)
Paralisação da 1001 chega ao 11º dia nesta segunda-feira (24) (Foto: Lorena Cavalcante/TV Mirante)

SÃO LUÍS – A Prefeitura de São Luís informou, em nota encaminhada ao Imirante na noite desta segunda-feira (24), que cumprirá a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), proferida nesta segunda-feira (24), que indeferiu o pedido do Município para repassar o subsídio diretamente aos trabalhadores e determinou que o valor seja enviado ao Sindicato das Empresas de Transporte (SET).

A decisão ocorre em meio ao agravamento da crise no transporte público da capital, marcada por atrasos salariais, paralisações parciais da frota e acusações de inadimplência entre a Prefeitura e as empresas concessionárias.

A gestão afirma que seguirá atuando para manter 100% da frota em circulação e garantir a proteção dos direitos dos rodoviários, citando “reiterados descumprimentos” por parte do SET e das concessionárias, como atrasos de pagamento e demissões.

TRT-MA determina repasse imediato ao SET

Em liminar concedida nesta segunda-feira (24), no âmbito do Dissídio Coletivo de Greve, o desembargador Luiz Cosmo da Silva Júnior determinou que a Prefeitura realize imediatamente o pagamento integral do subsídio ao SET, conforme previsto no Acordo Judicial firmado em 2024 entre as partes.

O magistrado rejeitou a proposta do Município de efetuar depósito judicial incidental ou pagamento direto aos trabalhadores, reforçando que o repasse deve seguir o fluxo já estabelecido.

Empresas têm 12 horas para quitar salários e benefícios

O TRT-MA determinou que o SET e suas consorciadas terão 12 horas, a partir do recebimento dos valores, para quitar todas as folhas de pagamento em atraso — incluindo salários, tíquetes e adiantamentos. A decisão atende a pedido do Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA).

Em caso de descumprimento, o despacho prevê medidas rigorosas, como:

  • multa pessoal aos sócios e dirigentes;
  • desconsideração imediata da personalidade jurídica, possibilitando bloqueio de bens particulares.

Rodoviários devem manter 80% da frota e evitar paralisação total

A decisão também impõe obrigações ao Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Maranhão (STTREMA). A entidade deve cumprir integralmente a liminar e está impedida de deflagrar paralisação total do sistema.

Se houver greve deliberada pela categoria, o sindicato deverá garantir a circulação mínima de 80% da frota em todas as linhas e horários, sob pena de:

  • multa diária de R$ 100 mil, a ser paga pelos Rodoviários;
  • possibilidade de declaração de abusividade da greve.

SET atribui greve à falta de repasses da Prefeitura e alerta para risco de colapso no transporte

Em uma petição enviada nesta segunda-feira (24) para o Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) afirmou que a inadimplência da Prefeitura de São Luís no repasse do subsídio do sistema de transporte motivou a greve de rodoviários e ameaça provocar um colapso no serviço prestado à população.

Greve começou por falta de pagamento de salários

Na petição enviada ao Tribunal, o SET informou que trabalhadores das concessionárias Via SL (1001) e Speed Car (Marina) iniciaram paralisações após não receberem salários e tíquetes de outubro. A greve da Speed Car durou 3 dias e já foi encerrada; a da Via SL segue em andamento.

Segundo o sindicato patronal, as empresas ficaram sem caixa para cumprir obrigações trabalhistas devido à inadimplência da Prefeitura de São Luís, que descumpriu acordo judicial firmado em 2024.

A entidade afirma que o subsídio municipal é destinado exclusivamente ao pagamento de salários e benefícios, e que sem esse repasse não há condições de manter o funcionamento regular do sistema.

Dívida supera R$ 7 milhões, diz SET

O documento enviado ao TRT-MA aponta que o Município deve R$ 7,07 milhões referentes ao subsídio de outubro.

O valor de R$ 2 milhões ofertado pela Prefeitura para depósito judicial foi considerado insuficiente e em desacordo com o que havia sido pactuado anteriormente.

Para o SET, o atraso no subsídio como tem efeito direto:

  • falta de pagamento de salários e tíquetes;
  • risco de interrupção total das operações;
  • impossibilidade de quitação do 13º salário;
  • impacto econômico em setores como comércio e serviços.

A entidade também acusa o Município de agir com “má-fé” ao tentar repassar recursos apenas às empresas que estão paralisadas.

Sindicato alerta para nova greve geral

O SET afirma que o sistema corre risco de entrar em nova paralisação, após o STTREMA informar que pode iniciar greve caso os adiantamentos salariais não sejam pagos.

A entidade lembra que há decisão judicial que obriga a manutenção de 80% da frota em caso de greve - e teme não conseguir cumprir a determinação por falta de recursos.

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