No MA, para se eleger senador, precisa se preocupar com o candidato ao governo
Historicamente, chapa majoritária que elege nomes para o Senado tem um candidato ao governo vitorioso nas urnas.
SÃO LUÍS - A passagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo Maranhão não trouxe a luz no fim do túnel (mesmo que mínima) esperada pelos palacianos e dinistas, que se amontoaram no palanque para estar perto do petista. A expectativa de uma fala, um gesto que direcionasse os rumos para 2026, não ocorreu. Na verdade, Lula parece avisar que haverá derrota do grupo no estado sem que se chegue a um acerto. “A briga dentro de casa”, como se referiu o presidete, vai levar a vitória de um adversário.
Mas Lula e todos os demais da cena política maranhense ligado ao presidente sabem que a equação não é tão simples assim. E, por isso, de difícil solução sem que um lado sai literalmente perdendo na história.
Para o PT nacional e para o próprio presidente, a prioridade nas eleições do próximo ano é a vitória de senadores ligados ao campo político petista. Como são duas vagas por estado, Lula quer eleger senadores para não ter uma forte oposição caso seja eleito ou ter um número expressivo no Senado para ser a oposição se não conseguir se reeleger.
Acontece que no Maranhão, eleição de senador, historicamente, é ligada a de governador. De forma mais clara: os senadores eleitos, até as últimas eleições, foram da chapa majoritária do candidato ao governo mais votado. Mesmo em 2006, quando a vitória no segundo turno foi de Jackson Lago, o senador eleito foi da chapa de Roseana Sarney, que virou em primeiro no primeiro turno.
Isso significa que, se Lula quiser dois senadores maranhenses, ele não pode esperar que palacianos e dinistas “tenham a responsabilidade” - como ele disse em entrevista exclusiva ao Grupo Mirante - de se resolverem para não deixar o adversário ganhar.
Não é sobre perder o governo. É sobre perder o governo e os senadores. Isso somente não acontecerá se mudar nesta eleição a sequência histórica da ligação da vitória de governador com a de senador. E o mais provável é que não mude.
Talvez, na próxima semana, quando o governador Carlos Brandão (sem partido) estiver com o presidente da República (conforme anunciado pelo próprio petista) ele possa explicar a complexidade na formação de uma chapa majoritária no Maranhão com a base lulista rachada.
Pelas mágoas, rachas e sentimento de vingança, o mais provável é que alguém terá que perder neste jogo político mesmo com Lula atuar (e se atuar de fato).
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