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COLUNA
Curtas e Grossas
José Ewerton Neto é poeta, escritor e membro da Academia Maranhense de letras.
Curtas e Grossas

Brasil, país tão bizarro!

“O Brasil é esse país estranho em que puta goza, gigolô tem ciúmes, traficante fuma maconha e comunista é direita.” Tim Maia

José Ewerton Neto

 
 

Algum tempo atrás, o saudoso cantor — e frasista — Tim Maia sentenciou uma frase que se tornou antológica:

O Brasil é esse país estranho em que puta goza, gigolô tem ciúmes, traficante fuma maconha e comunista é direita. 

Ponto final. Parecia que o cantor havia encontrado a versão definitiva para expor as bizarrices de que são capazes os brasileiros a par das inúmeras potencialidades da Nação que lhes pertence. 

Anos antes um livro de Stanislaw Ponte Preta chamado FEBEAPÁ, o festival de besteira que assola o país fez muito sucesso também descrevendo essas estranhezas, que chamou besteiras — muito apropriadamente, aliás. 

Luís Fernando Veríssimo, o escritor morto passado já complementara a frase do cantor, que parecia definitiva, com mais uma, a qual me referi em recente crônica neste espaço: ...O Brasil é o único país em que se descobre corrupto para todo lado, mas não se veem os corruptores. 

Estava pensando nisso, quando o noticiário da semana provou que a capacidade de bizarrices desse povo é tão grande que a frase de Tim Maia tende a não acabar nunca:

Primeiro um deputado — com pouca coisa a fazer e menos ainda a pensar — protocolou um projeto de lei para criar o dia Estadual do Pirão de Parida, homenageando um prato feito com galinha, dita parida. Tim Maia , se estivesse vivo, poderia acrescentar à sua preciosa frase mais essa: Brasil, país em se fazem projetos para homenagear Pirões de Galinhas Paridas, mas não as Mulheres Paridas. Enfim: as mulheres grávidas. 

Em segundo, o ex-craque Zico, foi nomeado embaixador pelo presidente do Flamengo para pleitear junto à ONU que a torcida flamenguista, a maior do Brasil — mas não a única — seja nomeada Nação devido seu grande número de torcedores. 

Fica difícil imaginar o que Zico e o presidente pretendem com isso. Zico, talvez entrar em um livro de História Pátria a ser adotado nas Escolas Públicas para ser reconhecido como herói. 

Seu presidente, possivelmente, que o brasileiro passe a ter duas carteiras de identidade: uma, a comum, para todo mundo. Outra para o torcedor do Flamengo: tendo ao fundo a bandeira do time e o mapa do Ninho do Urubu. 

É mole ou quer mais? 


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